Fichamento Detalhado - O Homem e a Terra: Progresso
Por: André Lucas França • 20/10/2019 • Resenha • 2.919 Palavras (12 Páginas) • 269 Visualizações
FICHAMENTO – DETALHADO
ÉLISÉE, Reclus. O Homem e a Terra - Progresso. Tradução: Plínio Augusto Coêlho. São Paulo: Editora Imaginário, 2011. 9 - 71 p.
PARTE 1 (§§ 1-4) – O termo “Progresso” e suas noções históricas
a) O termo progresso não tem significação, já que o mundo é infinito e permanecemos longe igualmente do início e do fim. Face a isto, temos que compreender a ideia de progresso num sentido mais estrito.
b) Este termo, na opinião comum, comporta um sentido de melhoria geral da humanidade durante a história.
c) Nem sempre o progresso humano corresponde com o progresso da natureza, visto que este responde a outros ciclos (vaivém). Em outras palavras, a natureza pode interromper o progresso humano, como ocorreu em certos casos na história.
d) Alguns teóricos negam que possa haver melhoria no estado geral da humanidade. Para eles, o progresso seria uma ilusão, de valor pessoal.
e) O fato da mudança confunde-se facilmente com as ideias de progresso e retrocesso à medida em que nos afastamos do grau particular ocupado.
f) Grupos históricos acreditaram que poderiam trazer progresso aos povos recém-descobertos forçando-lhes à mudança.
PARTE 2 (§§ 4-6) – Civilização e Sociedade
a) O termo “civilização” também se confunde com o sentido de progresso ao ser empregado para indiciar o estado progressivo de uma sociedade.
b) Este termo, para muitos, caracteriza, em suma, o refinamento dos costumes, de polidez. Outros vêem no termo o conjunto de melhorias materiais (tecnologias, invocações) oriundas das ciências e indústrias, assuem-se como progresso.
c) Cada nação dita “civilizada” possui classes superpostas, representando historicamente culturas intelectuais e morais correspondentes a essas classes.
d) “A sociedade atual contém em si todas as sociedades anteriores em estado de vestígios e, pelo efeito de contato imediato, as situações extremas apresentam um vestígio arrebatador”.
e) Há uma diferenciação significativa entre o progresso para povos ou grupos sociais pacífico-religiosos, e os mais liberais.
f) Exemplo de Gibbon: o progresso é relacionado com a melhoria do ser físico, de diferentes pontos de vista, como sua saúde, enriquecimento material, conhecimentos e seu aperfeiçoamento em geral. No entanto, o progresso do indivíduo confunde-se com o progresso da sociedade.
PARTE 3 (§§ 7-8) – Religiões
a) É importante estudarmos os fatos históricos sem se perder nos detalhes para encontrar/estabelecer as verdadeiras relações com o conjunto de todas as civilizações conexas.
b) Exemplo de Ranke: a história consiste em períodos sucessivos, tendo cada um seu caráter particular. Se houvesse progresso, a humanidade (que estaria assegurada de uma melhoria de século em século) não estaria “em dependência direta da divindade”. Guyau: “a ideia do progresso está em antagonismo com a ideia religiosa”.
c) Todas as instituições fixas (religiosas) das monarquias e aristocracias pressupunham que toda mudança, revolução, deve ser uma queda, um retorno à barbárie. E os antepassados e religiosos denegriam o presente em comparação ao passado com a finalidade de prejulgar em suas ideias, o retrocesso.
d) Assim como as crianças têm a tendência natural a considerar seus pais como seres superiores, esses pais fizeram o mesmo em relação a seus pais, e assim por diante. O resultado desses sentimentos, teve por consequência fazer um verdadeiro dogma da decadência inevitável dos homens.
e) O enfraquecimento das religiões é cortado por despertares repentinos. No entanto, elas tendem a ceder apesar de tudo sob o avanço das teorias que explicam o mundo e as coisas por uma evolução lenta, uma emergência gradual das coisas fora do caos primitivo. E é precisamente essa a ideia que o autor tem de “progresso”.
PARTE 4 (§§ 9-15) – Evolução natural e retorno às origens
a) Ao longo da história geológica, os organismos foram se refinando em formas de vida cada vez mais complexas. O homem foi o único que adquiriu, pela palavra, a plena liberdade de exprimir seus pensamentos, e pelo fogo, o poder de transformar a natureza.
b) A humanidade não progride absolutamente, apenas se desloca, ganhando de um lado e perdendo de outro, elevando-se em certos povos e corrompendo-se em outros.
c) “Os revolucionários querem simultaneamente retornar aos séculos de Roma e Esparta, bem como às épocas felizes e puras das tribos pré-históricas” (retorno à natureza).
d) Exemplo da sociedade Ata: uma sociedade primitiva, mas muito próxima do ideal de virtudes humanas, das quais talvez nenhuma nação da Europa ou América possui. Mesmo assim, acabou sendo extinta, provavelmente pelos exploradores.
e) O exemplo dos Ulugun segue a mesma lógica: uma sociedade afetuosa, demasiadamente respeitosa, pacífica e virtuosa. Os colonizadores desistiram de tentar a sua conversão ao perceberem que já estavam em patamares acima dos fiéis ortodoxos.
f) “Pode-se constatar, assim, inúmeros casos nos quais a superioridade moral, tanto quanto uma apreciação mais serena da vida, encontram-se em sociedade ditas selvagens ou bárbaras, muito inferiores à nossa pela compreensão intelectual das coisas”.
g) A humanidade evolui em espiral, sob si mesma, como a rotação da Terra. Para compreender esse movimento, basta que constatemos os fatos sem tomar conclusões prematuras.
PARTE 5 (§§ 16-19) – O progresso indefinido da humanidade e as tribos:
a) O ideal social é a harmonia da liberdade individual com a vontade coletiva, realizada pelo desenvolvimento convenientemente equilibrado de nossas forças intelectuais, morais e físicas. É, no entanto, surpreendente a forma como um grau muito ínfimo da civilização encontra-se em algo aproximativo a esse estado de perfeição.
b) Exemplo empírico de A. R. Wallace: viveu em sociedades “selvagens”, sem leis e tribunais, que, no entanto, os homens respeitam os direitos uns dos outros como em nenhum outro lugar. São, também, sociedade extremamente igualitárias. É evidente, no entanto, que nem todas sociedades primitivas seguiram o mesmo exemplo.
c) As milhares de tribos e aglomerações étnicas, interpretadas pelos “civilizados” sob o nome de “selvagens” correspondem
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