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Geomorfologia

Por:   •  30/4/2015  •  Trabalho acadêmico  •  2.131 Palavras (9 Páginas)  •  324 Visualizações

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3 – URBANIZAÇÃO VIA INDUSTRIALIZAÇÃO        

Industrialização e Crescimento Populacional

Foi grande o número de pessoas que passaram a viver na região urbana, a partir do desenvolvimento industrial.

E, a pesar da importância da industrialização, a população européia era predominantemente rural, em 1600 apenas 1,6% das cidades tinham eram  superior a 100 mil habitantes.

Com a revolução industrial a urbanização tomou ritmos muito acentuados, porem não aconteceu de forma igual e com a mesma proporção em todo o território europeu.

A Inglaterra foi o primeiro espaço de desenvolvimento pleno do capitalismo industrial.  No inicio do sec. XIX as cidades com  população urbana superior a 100 mil habitantes, eram mais de 10%.

Os altos índices de mortalidade na Europa é outro fator a ser acrescentado na nossa analise. Milton Santos em A Urbanização Desigual, ilustra alguns dados desse processo, e mostra que esses índices eram altos tanto na Inglaterra, quanto na Espanha que ainda não vivenciava o processo de industrialização. E esses índices se acentuavam ainda mais a medida que consideramos as grandes cidades.

Esse processo de urbanização teria sido ainda maior se não fosse os índices de mortalidade. Certo que essa urbanização ocorreu devido ao processo de migração do campo-cidade, em face do desenvolvimento capitalista urbano que proporcionava uma maior produtividade.

As Cidades Depois da Revolução Industrial

A expressão urbanização via industrialização deve ser entendida no contexto do desenvolvimento do capitalismo industrial que provocou grandes mudanças nos moldes da urbanização, no que se refere ao papel desempenhado pelas cidades, e na estrutura internas destas. Castells sugere falarmos de produção social das formas espaciais, ao invés de urbanização, buscando aprender as relações entre o espaço construído e a transformações estruturais de uma sociedade, analisando a passagem da produção artesanal para a produção industrial, para o capitalismo industrial e concorrencial.

As cidades mudam, recebendo os reflexos e dando sustentação estruturais que estavam ocorrendo a nível do modo capitalista de produção, acentuando o papel produtivo das cidades. Esse processo é contraditório pois acaba por transformar  a própria cidade.

As cidades comerciais européias, tinham riquezas acumuladas do capitalismo mercantil. Eram espaço de poder econômico e político e concentravam grande mão-de-obra reserva, criando assim uma infra-estrutura muito importante para o desenvolvimento industrial.

Assim rapidamente as industrias se aproximaram destas cidades, absorvendo os centros urbanos importantes,  transformando o seu caráter, e adaptando-os as novas necessidades.

Contudo, houve também uma tendência a localização das industrias fora das cidades, como a industria da metalúrgica, que buscava fontes de energia, e reserva mão-de-obra, que os camponeses forneciam. Quando ocorria esse processo a industria gerava a cidade.

Varias cidades surgiram e se desenvolveram no sec. XIX, próximas as regiões carboníferas, tanto na Inglaterra, como na Alemanha, na Rússia e na Polônia.

 

As Mudanças Estruturais no Papel das Cidades

O ritmo de produção industrial provocou grandes mudanças nas cidades. Elas se mantinham quase como organismos autônomos, com forte base no mercado local e regional, tornando-as depósitos de varias riquezas acumuladas.

A industria exigia a ampliação do mercado, conseqüentemente o fortalecimento entre as relações com os lugares. Para a produção industrial em larga escala era necessário que o mercado se ampliasse em nível regional, nacional, e ate internacional. Provocando o fim da cidade como sistema institucional e social e construindo redes urbanas. Seguindo a lógica capitalista de acumulação e reprodução do capital, era de interesses dos proprietários das industrias que seus produtos fossem consumidos em todo o Reino Unido, e se possível em toda a Europa continental e assim por diante.

A crescente especialização funcional que a industria provocou, reforçou ainda mais a divisão social do trabalho, que foi manifestada também a nível espacial, a divisão territorial do trabalho. A medida que as transformações estruturais foram acontecendo o espaço foi sendo produzido para atender a nova realidade. Com a Revolução Industrial essa divisão territorial do trabalho ficou ainda mais densa.

A articulação entres as cidades, que constituiu a rede urbana, causou uma interdependência entre elas, que a longo tempo subordinou umas às  outras, ao que damos o nome de hierarquias urbanas.

As cidades pós-Revolução Industrial desempenhavam seus papeis a partir das posições que ocupavam nas redes urbanas, ágoras suas economias não tinha mais como base o local, o regional e sim romper as barreiras das fronteiras nacionais.

Com o desenvolvimento do modo de produção capitalista, as redes urbanas foram se formando de modo a constituir uma hierarquia, formando grandes aglomerados urbanos, as metrópoles, estas subordinavam outras de porte médio que por sua vez serviam como elo de ligação com os pequenos centros.

 O aumento da produção em larga escala, das relações econômicas, e a subordinação de umas cidades as outras foi causando uma homogeneização dos valores culturais das sociedades capitalistas, e esse processo vai se refletindo na paisagem urbana.

Os “Problemas” Urbanos

A cidade sofreu muitas transformações devido a Revolução Industrial. O crescimento populacional foi uma destas. Este fez com que a busca por espaço aumentasse. Paralelamente o capitalismo já tornava a terra uma mercadoria, o que fazia com que a população aumentasse cada vez mais.

O crescimento das cidades tornou o centro o núcleo urbano, criando ao redor dele uma  nova faixa, a periferia.

Engels descreveu um bairro periférico de Manchester como uma depressão bastante profunda, circundadas por fabricas, altas construções e aterros, com grupos de cerca de 200 casas e 4.000 pessoas. Casas velhas, sujas e pequenas, ruas desiguais, cheias de buracos e sem canalização, com lixos e refugos por todas as partes.

O desenvolvimento capitalista e os problemas da rápida industrialização criaram uma separação espacial das classes dentro das cidades: os ricos e os pobres.

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