INTRODUÇÃO À CIÊNCIA GEOGRÁFICA PROFª LUCIANA RACHEL COUTINHO PARENTE
Por: Mary Cabral • 27/5/2019 • Seminário • 4.177 Palavras (17 Páginas) • 241 Visualizações
Universidade de Pernambuco-UPE[pic 1]
Campus Mata Norte-CMN
Licenciatura em Geografia
1º período
SEMINÁRIO
INTRODUÇÃO À CIÊNCIA GEOGRÁFICA
PROFª LUCIANA RACHEL COUTINHO PARENTE
NOITE
Nazaré da Mata-PE
2019
Caio Brito Barbosa
Geane Lira da Silva
José Manoel de Moura Neto
Maria Ezir Cabral Gomes do Nascimento
Thayza Rodrigues de França
Willamys Douglas S. Da Silva
PAISAGEM E LUGAR
Parte escrita do seminário, apresentado na íntegra, como complemento das exigências para a obtenção da segunda nota avaliativa.
Professora: Luciana Coutinho.
Nazaré da Mata
2019
Introdução
O presente seminário tem como objetivo apresentar conteúdos referentes aos conceitos de paisagem e lugar, e toda informação didática que aborda os mesmos, adentrando em temas como “o que é a paisagem geográfica” até as “acepções geográficas de lugar” etc, o seminário em questão tem como meta apresentar de forma simples e objetiva tais conteúdos que foram trabalhados em sala de aula, criando-se assim uma soma na aprendizagem dos estudantes.
O Que é Paisagem?
(Abordado por Willamys Douglas)
Antes mesmo de se elaborar um conceito sobre paisagem, a noção desta já se faz presente na vida do ser humano. A ideia inicial se baseava na observação do espaço que nos cerca. Essa manifestação se fazia presente, por exemplo, nas pinturas rupestres e nas artes como um todo, onde era expresso a percepção do indivíduo em relação ao seu meio e suas observações quanto ao mesmo (JELLYCOE, 1995).
Contudo, o ser humano e seu hábito de classificar as coisas, tomou a iniciativa de conceituar a paisagem, e, como na maioria dos conceitos geográficos, abriu margem para várias interpretações e ambiguidades.
A paisagem tem um conceito diversificado variando de acordo com a ciência na qual a analisa ou até mesmo a escola geográfica que tece uma explicação sobre esta. A noção de paisagem na antiguidade se dá mais em relação a natureza e os elementos que ela oferece. Na Mesopotâmia, por exemplo, a paisagem se expressa na observação das estrelas, nas cheias dos rios, na valorização do solo fértil para plantação e elaboração de grandes jardins que serviam de oásis dentro das cidades fortificadas. Tal concepção acerca da paisagem está muito relacionada à subjetividade e vínculos emocionais, por muitas vezes religioso (ROUGERIE e BEROUTCHATCHVILI, 1991).
Por volta do século XVIII, o considerado pai da Geografia, Humboldt na sua Escola Alemã de Geografia (Tradicional) fez referência à paisagem onde ele demonstrou sua admiração pelo clima, as formas de vegetação e a influência desses elementos sobre o ser humano. Ele definiu a paisagem como a totalidade de uma região. (ROUGERIE e BEROUTCHATCHVILI, 1991).
Já por volta do século XX, o geógrafo Schlüter já apresentava uma visão diferenciada a respeito da paisagem. O conceito começava a mudar a partir do momento em que não se considerava apenas os aspectos naturais e sim os humanos na concepção do termo. Schlüter desenvolveu o termo naturlandschaftkulturlandschaft, onde ele afirmava que os elementos fisionômicos naturais e os culturais, em sua totalidade, corresponderia à paisagem. Uma visão que deixava de lado apenas os elementos naturais do meio, e incluía o indivíduo e suas ações na formulação do conceito. A visão mais naturalista começava a dá espaço a uma mais humana e espacial.
Com a chegada do século XX, a conceituação da paisagem começa a ser levada em consideração, portanto estudos e variadas interpretações começam a surgir.
Landschaft, essa palavra alemã foi o primeiro termo utilizado para designar paisagem, o termo é usado para representar regiões medianas onde o homem existia e se desenvolvia.
ROUGERIE e BEROUTCHATCHVILI (1991) vão escrever, em 1971, que a UNESCO irá designar paisagem é apenas a “estrutura do ecossistema”. Já o e o Conselho Europeu, diz que trata-se do “meio natural, moldado pelos fatores sociais e econômicos, torna-se paisagem, sob o olhar humano”.
A geografia soviética também desenvolveu seus próprios termos, são eles: mesnost e ourotchitche, onde ambos indicam uma ideia relacionada a território acerca da paisagem. (ROUGERIE e BEROUTCHATCHVILI, 1991).
A ideia de paisagem relacionada às ações do homem sobre o meio começa de intensificar, e isso se faz presente na opinião de dois autores.
O primeiro, DANSEREAU (1949), refere-se ao tema apenas quando há atividade humana sobre o espaço. O segundo é BERTRAND (1972), um geógrafo francês que expressou seu posicionamento sobre o termo foi de forma concisa e seu conceito se torna um dos que melhor se encaixa à paisagem. Ele afirma que “paisagem não se restringe apenas a junção de elementos geográficos, mas sim uma combinação dinâmica instável, dos elementos físicos, biológicos e antrópicos, porque a paisagem não é apenas natural, mas é total, com todas as implicações da participação humana”.
Esse pensamento onde paisagem é a combinação de elementos físicos biológicos e antrópicos (ação humana) se tornou um consenso entre as escolas geográficas da época e esse conceito perdura até os dias atuais na Geografia. Porém, não sendo uma tese exata, visto que "paisagem" pode ter diversas interpretações e visões variando de pessoa para pessoa e de cultura para cultura.
Foi possível perceber que a paisagem sempre existiu antes mesmo de haver a sua definição, esta que é bastante variada e ambígua.
Ao longo da história a forma de ver a paisagem mudou, indo desde uma visão naturalista até uma concepção mais conjunta, aliando as ações humanas aos elementos físicos e biológicos.
Paisagem: diversidade de olhares e os fatores naturais e sociais.
(Abordado por Geane Lira)
Quando se trata de paisagem, é possível observar as variadas formas de interpretações da mesma. Se pararmos para analisar o processo conceitual que nos ajuda a ter uma "noção de paisagem" veremos que o termo já passou por algumas transformações. Segundo análises feitas por Alini Nunes De Oliveira (livro geographia oportuno) tal conceito variou de acordo com as diferentes escolas de pensamento geográfico, porém, sempre evidenciando a ideia de que paisagem é aquilo que se vê. De início, a paisagem era tida apenas como os fatores naturais, elementos que eram postos pela própria natureza. Mais tarde os estudos relacionados à esta, foram se desenvolvendo e ações humanas começaram a se encaixar, relacionando os fatores naturais com os fatores sociais de tal modo que o termo passou a ser visto como interação entre homem-meio.
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