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Memorial Serviço Social

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Por:   •  2/11/2014  •  1.480 Palavras (6 Páginas)  •  529 Visualizações

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1 INTRODUÇÃO

O Serviço Social surgiu no cenário Brasileiro, a parti da década de 1930, período este em que o País passava pelo processo de industrialização e urbanização, com um grande avanço econômico, social, político e cultural.

Nesta realidade a profissão nasce com viés conservador para exercer um controle sobre manifestações dos trabalhadores insatisfeitos com as precárias condições de vida que lhe eram impostas. Para tanto, havia um demanda de um profissional que atendesse a área social assistindo a classe trabalhadora.

O reconhecimento da profissão se deu na nos anos entre as décadas de 40 e 50 onde houve intensos diálogos a este respeito e sua regulamentação que saiu com a lei 3.252 de agosto de 1957. Assim, sua evolução acompanhou as transformações da sociedade, não podia deixar de ser devido a sua temática social. E em 1993 foi instituído um novo Código de Ética e uma nova regulamentação a lei nº 8662.

Ainda, no fim da década de 70 e no decorre da década de 80 o Serviço Social sofreu influencias, que o mudou seu perfil de conservador para uma profissão que vem com um projeto comprometido com os direitos sociais, civis e políticos.

O Assistente Social surge da emergência da questão social e suas expressões, a desigualdade econômica, social e cultural, problemas gerado pelo sistema capitalista.

2 DESENVOLVIMENTO

O Serviço Social é um a profissão de curso superior, de caráter interventivo que busca diminuir a desigualdades sociais, um profissional que visa a garantia dos direitos. Através de políticas sociais que se garante acesso a esses direitos, e para isso o assistente participa de pesquisas e elaborações políticas públicas.

Mas no início da profissão na década de 30 a visão era outra, era um profissão conservadora que visa garantir os interesses dos donos do capital, e se articulava para manter sobre controle os trabalhadores insatisfeitos com as más condições de vida. A base da profissão nessa época era inspirada na Doutrina Social da Igreja Católica, e foi a igreja Católica responsável pelas duas primeiras Escolas de Serviço Social no Brasil.

O serviço social como profissão, no seu contexto histórico no Brasil, expandiu e vem expandindo a sua área ocupacional para todos os espaços onde a questão social existe e impede o acesso do seu usuário aos direitos, que se refere a família, ao trabalho, à saúde, à educação, aos idosos, às crianças e adolescentes, e outras formas de violação dos direitos. Tais realidades exigem do Serviço Social projetos e ações sistemáticas de pesquisa e de intervenção em diversas áreas.

Os assistentes sociais possuem e desenvolvem atribuições como a elaboração, execução e avaliação de políticas públicas. É uma profissão de nível superior, regulamentada por lei e por um código de ética que exige de seus profissionais formação técnica, ética e política.

A assistência social é um dos tripés da seguridade social, política pública que não depende de contribuição é direito de todos que dela precisar e dever do Estado. Tem como base a Constituição Federal de 1988 e guia seus objetivos, princípios e diretrizes das suas ações na Lei Orgânica de Assistência Social de 1993.

Seja no âmbito estatal ou privado a assistência social vem de encontro a necessidades sociais, e tem sua importância no serviço social mas deve ser confundido um com outro, pois isso pode destorcer a identidade do profissional do serviço social, para ser mais claro a diferença é assistência é uma política pública é um campo onde o assistente social pode atuar seja na esfera municipal, estadual ou federal. Já o Serviço Social embora muita das vezes esteja lidando com política pública, não restringe a isso, a profissão tem identidade não estática.

A tradição de instituições mantidas pela igreja no Brasil vem desde o período colonial, suas estruturas eram precárias para o atender os trabalhadores, mais intervenção eram ampla na organização e no controle do proletariado seguindo ordens religiosas disseminadas pelos europeus. Existia na fabricas capelas onde os funcionários eram obrigados a participar da missa, e a igreja ia além dos templos mantia-se presente no plano sindical com apoio patronal, se contrapondo a sindicalismo autônomo.

Em 1920 surge no Rio de Janeiro a Associação das Senhoras Católicas e em 1923 em São Paulo a Liga das Senhoras Católicas, seus objetivos não fica só em socorrer aos necessitados, a verdadeira intenção era atenuar algumas sequelas causada pelo desenvolvimento do capitalismo, primando pelas questões sociais que envolvia mulheres e crianças. Já em 1930 através do movimento de “reação Católica” segundo Iamamoto o Serviço Social surge e é respaldado com uma vasta rede de organizações difusoras de um projeto de recristalização da ordem burguesa, sob o imperativo ético do comunitarismo cristão, exorcizando essa ordem de seu conteúdo liberal. (Iamamoto, 2004, p.18).

Martinelli já dizia que, “marca profunda do capitalismo e do conjunto de variáveis: alienação, contradição e antagonismo que buscou afirmar-se historicamente como uma pratica humanitária, sancionada pelo Estado e protegida pela igreja, como uma mistificada ilusão de servir”. (Martinelli, 2001)

O movimento de conceituação do Serviço Social mudou a visão, hoje suas ações são para atender a maioria da população, é uma profissão que existe para responder as necessidades do homem. E para isso exigi a uma formação profissional, com base teórico-metodológica e ético-politica, que são requisitos fundamentais para o exercício profissional. O Conhecimento histórico e da realidade onde está inserido tem da base para a identificação das demandas presentes na sociedade, ajudando na hora de formular respostas profissionais para o enfrentamento das questões sociais.

Atualmente a tradição que só mulheres atuava no Serviço Social vem sendo rompida com ingresso de homens na profissão, assim com a imagem associada a caridade. Hoje o assistente social no exercício da profissão tem que estar sempre se aperfeiçoando seu potencial, para melhor atender as demandas que lhe forem apresentadas, e estas estão sempre em constantes mutações. Como mediador entre política pública e cidadão tem focar suas ações com ética primando pela democracia e liberdade levando em consideração que cada pessoa e cada situação tem suas particularidades.

Para exercer a profissão é exigido a conclusão do curso de Serviço Social em uma instituição que tenha reconhecimento pelo Ministério da Educação (MEC), ser inscrito no Conselho Regional de Serviço Social (CRESS), órgão responsável pela fiscalização quanto Ética do Assistente Social.

O projeto ético-político do serviço social, tem como valor ético central a liberdade, que busca a autonomia e emancipação do cidadão, é um projeto societário que visa uma ordem social onde não haja nenhuma exploração, e que se represente a imagem da profissão mostrando seus valores e objetivos.

Os precipícios que fundamentam a formação profissional são os que norteia as diretrizes curriculares, são eles que definem o processo de capacitação teórico-metodológico, ético-político e técnico-operativo. As disciplinas do curso são várias entre elas estão; seminários temáticos; oficinas; sociologia, ciência política, economia política, filosofia, psicologia, formação sócio histórica do Brasil, direito, política social, antropologia, capitalismo e desigualdade social, fundamentos históricos, teórico e metodológico do serviço social, estagio supervisionado, trabalho de conclusão de curso, e outras.

Os principais empregadores do profissional de serviço social são; administrações federais, estaduais e municipais, escolas, hospitais, creches, centro de convivência, rede de serviços sócias do governo, serviço de proteção judiciária e conselhos de direitos e de gestão.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Observamos que a assistência social no decorrer da história não tinha uma sistematização e não buscava uma melhora continua nas condições de vida dos necessitados, tinha caráter assistencialista, atendendo a emergência de forma fragmentada e paternalista, não existiam profissionais capacitados para o exercício, isto era feito por voluntários e religiosos.

Na década de 90 vem a se configurar como política pública, pois o Estado se constitui como grande responsável pelo enfrentamento da pobreza, tornando um direito do cidadão e um dever do Estado, aqui a profissão se desvincula da caridade, e essa nova cara para o serviço social depende dos seus profissionais da forma que eles vão atuar no mercado de trabalho.

A profissão do Serviço Social acompanhou as transformações da sociedade, e por isso o profissional tem que se manter antenado com as discussões pertinentes a pratica profissional. Buscando sempre a perfeição operacional de sua prática.

Uma boa atuação depende de um assistente interessado em sempre buscar conhecimento, pois se este achar que um diploma na mão basta, será facilmente manipulável, hoje o mercado de trabalho é muito competitivo e nele sobrevive o que é mais capacitado e leva a profissão com seriedade e responsabilidade.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. Disponível em:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituição/constitui%C3A7ao.htm. Acesso em 08 mai. 2013.

BEHRING, Eleine Rossetti; Boschetti, Ivonete. Política Social: Fundamentos e História. Segunda Edição. São Paulo: Cortez editora, 2007.

ARMANI, D. Como elaborar projetos? – Guia Prático para Elaboração e Gestão de Projetos Sociais. Porto Alegre: Tomo, 2001.

ABREU, Marina Maciel. A dimensão pedagógica do Serviço Social: bases histórico-conceituais e expressões particulares na sociedade brasileira. In: Serviço Social & Sociedade, São Paulo: Cortez, nº. 79, 2004

IAMAMOTO, Marilda V.; CARVALHO, Raul de. Relações Sociais e Serviço Social no Brasil: esboço de uma interpretação histórico-metodológica. São Paulo. Cortez, CELATS (Lima-Peru), 1982

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