Novo Imperialismo - “Como o poder norte-americano se expandiu”

Bruna Cristina Peripato

Geografia Integral

Geografia Política                 Prof.º Dr. José Gilberto de Souza

Novo Imperialismo (Atividade - Profa. Elaine Ramos)

David Harvey é um geografo britânico, professor de Antropologia do Centro de Pós-Graduação da City University of New York. Desde a década de 60, vem desenvolvendo estudos nos temas de urbanização, a reprodução do capital nas cidades e as transformações no capitalismo no período atual. Escreveu diversas obras como: “Cidades Rebeldes: Do Direito à Cidade à Revolução Urbana”, “ A Produção do Capitalismo do Espaço”, “ As 17 contradições e fim do Capitalismo” e “Para entender o Capital”.

Em 2003, ele publica o livro “O Novo Imperialismo” que traz o debate sobre o desenvolvimento do poder hegemônico dos Estados Unidos, fazendo uma exposição da dominação política, econômica e militar estadunidense. O livro está estrutura em cinco capítulos sendo eles: Tudo por causa do petróleo, Como o poder norte-americano se expandiu, A opressão via capital, A acumulação via espoliação e A coerção consentida.

“Como o poder norte-americano se expandiu”

Neste segundo capitulo, o autor procura explicar quais foram os fatores que influenciaram a expansão norte americana. Ele traz a definição de “imperialismo capitalista”, que se refere ao imperialismo estadunidense onde a lógica capitalista de poder predomina sobre a lógica territorial. Isso seria união contraditória entre “política do Estado e do império” (HARVEY, 2005, p. 31).  

Outra questão central trazida nesse capitulo de que o Estado é o estrategista dos processos político-econômicos e que ele age por motivações capitalistas. Logo após isso, Harvey expõe conceitos de poder e hegemonia e assim ele argumenta que a hegemonia política se dá em função de três planos: liderança e consentimento, domínio via coerção, combinação de coerção e consentimento. E a partir ele faz o apontamento de que em determinados momentos, como por exemplo durante a Guerra Fria o EUA usou a pratica de dominação econômica que se caracterizou por “coerção consentida” e em outros momentos usou a forma militar para barrar as ameaças do comunismo. Portanto, Harvey destaca que a expansão geográfica do capital estadunidense se deu por conta da descolonização e desenvolvimento que era aspirado pelo resto do mundo.

O desenvolvimento dos Estados Unidos pode ser analisado a partir de três recortes históricos: o período de ascensão dos imperialismos burguês 1870-1945; período do pós-guerra (“anos de ouro” do capitalismo) 1945-1970 e período da hegemonia neoliberal 1970-2000.

A hegemonia neoliberal, o qual o capital financeiro está inserido num contexto de flexibilização econômica, torna se o locus central do sistema capitalista. Dito isso, afirma Harvey:

Em suma o capital financeiro passou ao centro do palco nessa fase da hegemonia norte-americana, tendo podido exercer certo poder disciplinar tanto sobre os movimentos da classe operária como sobre as ações do Estado, em particular quando e onde o Estado assumiu dividas de monta.  (HARVEY, 2005, p.59).

Harvey ainda nesse capitulo traça discussões sobre a relação do Estados Unidos com outros países, e traz as análises “intra-EUA” com o contexto do período em pauta. No primeiro período entre 1870 e 1945, destaca-se a “ordenação espaçotemporal” que teve como objetivo “acomodar” o capital excedente na Europa. Outra questão importante também foi a relação tensa entre o nacionalismo burguês e imperialismo que foi resolvida pelo estimo ao racismo.

Já na segunda parte entre os anos de 1945 a 1970, os “anos de ouro” do capitalismo foram a segunda etapa do regime político da burguesia e sob o controle do EUA, mesmo que ainda existisse a polarização entre o comunismo e capitalismo, foi um período de grande crescimento econômico para os países capitalistas desenvolvidos.