O Mapeamento da Cobertura Arbórea de Frutal-MG, Utilizando Fotografias Aéreas: Uma Contribuição ao Plano de Arborização Urbana
Por: Marcela Tomazette • 12/11/2017 • Artigo • 2.067 Palavras (9 Páginas) • 485 Visualizações
Mapeamento da Cobertura Arbórea de Frutal-MG, Utilizando Fotografias Aéreas: Uma Contribuição ao Plano de Arborização Urbana
Marcela Salci Tomazette 1
Luana de Pádua Soares e Figueiredo 1
Guilherme Martoreli 1
1 Universidade Estadual de Minas Gerais – UEMG
Av. Professor Mário Palmeiro, 1001 - Bairro Universitário - Frutal/MG CEP: 38200-00
marcelatomazette@gmail.com; luanafigueiredo.geo@gmail.com; guilherme.martoreli@bol.com.br
Abstract. This article aims to characterize the urban afforestation in Frutal (MG), located in Meso Triangulo Mineiro, and promoting research focused on the importance of urban forestry plan. For this we use terotechnology that help calculate the environmental levels of this element, being possible to make a diagnosis on its distribution in the city and occupied or devoid of vegetation areas. The results demonstrate an inadequate index for the city of Frutal, only (8,49%) of its urban area is occupied by the treetops. The vegetation index per capita is (40, 48 m² / hab). We stress the importance of geotechnology for monitoring urban vegetation and how it can assist in the management of this element of cities.
Palavras-chave: urban afforestation, geotechnologies, environmental index, arborização urbana, geotecnologias, índices ambientais.
1. Introdução
A arborização na cidade contribui de muitas maneiras para qualidade de vida da população, ela é responsável por várias funções importantes, como amenizar o clima, eleva a permeabilidade no solo, proporciona sombra, diminui a poluição do ar, ajuda no bem estar psicológico e contribui de forma definitiva para a estética e embelezamento das cidades.
Sobre os benefícios da arborização Ribeiro (2009, p. 224), comenta que, “exerce função importante nos centros urbanos, sendo responsável por uma série de benefícios ambientais e sociais que melhoram a qualidade de vida nas cidades e a saúde física e mental da população”.
Para Barcelos (et al. 2012, p. 4), “a Arborização Urbana, também chamada de Florestas Urbanas, inclui os diversos espaços no tecido urbano passíveis de serem trabalhados com o elemento árvore, tais como: arborização de ruas, praça, parque, jardim, canteiro central de ruas e avenidas e margens de corpos d’água”.
As florestas urbanas segundo Miller (1997) “podem ser definidas como a soma de toda a vegetação lenhosa que circunda e envolve os aglomerados urbanos desde pequenas comunidades rurais até grandes regiões metropolitanas”.
Nucci e Cavalheiro (1999) citam várias funções desempenhadas pela vegetação na cidade, como a estabilização de determinadas superfícies, obstáculo contra o vento, proteção da qualidade da água, filtragem do ar, equilíbrio do índice de umidade, diminuição da poeira em suspensão, redução dos ruídos, proteção das nascentes e mananciais, organização e composição dos espaços no desenvolvimento das atividades humanas, entre outras.
A arborização deve ser objeto de planejamento prévio de modo que a torne compatível com a área urbana. O plantio de árvores nas cidades já não pode ser realizado de forma amadorística, e as necessidades urbanas a serem mitigadas passam, além do estético, pelos fatores, psicológico, econômico, social, político e da própria sustentabilidade florestal. (GONÇALVES, 1999; GONÇALVES e PAIVA, 2006 Apud ALBERTIN, et al, 2011).
Fitz (2008) ressalta que as novas tecnologias ligadas às geociências e correlatas, representam avanços significativos no desenvolvimento de pesquisas, tanto para ações de planejamento, como processos de gestão, manejo e outros aspectos relacionados à estrutura do espaço geográfico. Portanto, para os estudos do meio, o geoprocessamento é indispensável como ferramenta no suporte das análises de materiais cartográficos e de sensoriamento remoto. O mesmo autor afirma ainda que “a inserção de profissionais de diferentes áreas do conhecimento, com destaque para o geógrafo, torna-se essencial para um bom resultado dos trabalhos desenvolvidos”.
Nesse sentido este trabalho tem como objetivo caracterizar e analisar a distribuição da arborização urbana de Frutal (MG), realizando o mapeamento da copa das árvores, e avaliar o
Índice de Cobertura Vegetal (ICV) e o Índice de Cobertura Vegetal por Habitante (ICVH), promovendo assim uma investigação voltada para a importância do plano de arborização urbana, e os benefícios que este pode trazer para a população e para o município, demostrando práticas de como gerenciar a arborização da cidade por meio de geoecologias, como o geoprocessamento e o sensoriamento remoto.
2. Metodologia
2.1. Área de Estudo
O município de Frutal Figura 1 está localizado nas coordenadas 20º 01´ 29” - Latitude Sul 48º 56´ 25” - Longitude Oeste a 608 km da capital Belo Horizonte e faz divisa com o estado de São Paulo. Segundo IBGE (2010), a estimativa para 2016 é de 58.295 habitantes, o município inteiro possui 2.426,965 Km² e o perímetro urbano ocupa uma pequena parte da cidade, apenas 2.427 km² de território.
O clima do município é o tropical, com uma estação seca e outra chuvosa, sua temperatura vária entre, média anual: 25,2 Cº, média máxima anual: 31,7 Cº média mínima anual: 18,2 Cº. O município faz parte da Bacia Hidrográfica do Rio Grande, sua altitude máxima é de 708 metros, média de 516 metros e mínima 390 metros.
O Triângulo Mineiro segundo Ab’Sáber (1962) está inserido no “Domínio dos Chapadões Tropicais do Brasil Central”, que possui como característica um regime pluviométrico marcado por duas estações definidas e uma vegetação característica da zona dos cerrados e florestas de galerias.
Em relação às características urbanas, houve um crescimento relevante nos últimos 40 anos. Esse crescimento foi incentivado pelo crescimento econômico da região decorrente da localização privilegiada da cidade que, por ser próxima a boas estradas para escoamento de produção e de cidades de maior porte, com disponibilidade de mão-de-obra, atraiu investimentos nesse período. Na área rural as principais atividades desenvolvidas são o cultivo de cana-de-açúcar, abacaxi, laranja e pastagens para criação de gado.
Figura 1.
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