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O USO DE MAPAS TÁTICOS PARA O ENSINO DOS BIOMAS BRASILEIROS A ALUNOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL

Por:   •  11/4/2018  •  Bibliografia  •  2.937 Palavras (12 Páginas)  •  525 Visualizações

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O USO DE MAPAS TÁTICOS PARA O ENSINO DOS BIOMAS BRASILEIROS A ALUNOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL

Henrique Faulkner de Paula Silva[1]

henriquefgeo@gmail.com

Willian de Abreu dos Santos¹

wabreus87@gmail.com

Leandro Pedro¹

fe.leandropedro@gmail.com

Fernanda Teodoro Sampaio¹

fernandinha-31@live.com

  1. Introdução

O mundo caminha para a construção de uma sociedade cada vez mais inclusiva. Nesse viés, pode-se dizer que a educação inclusiva, além de ser um direito humano, que consiste onde todos têm o direito a conviver em sociedade, é algo necessário a se realizar nas salas de aula. Pensando na inclusão de alunos com deficiência visual, uma das formas mais acessíveis de proporcionar o conhecimento devido a estes é através de mapas táticos

O uso de mapas táticos para a educação vem sendo amplamente difundido no ensino superior, porém, devido à falta de infraestrutura nas escolas e do despreparo de alguns professores da rede, esses instrumentos didáticos acabam por sua vez tornando-se obsoletos e de pouco interesse em relação ao seu uso.

Utilizar os mapas táticos no cotidiano escolar, independentemente das condições em que a escola se encontra, proporcionam um enriquecimento considerável para a compreensão do espaço geográfico e consequentemente no entendimento da dinâmica estrutural das formas e feições da Terra como um todo. De posse destes materiais os professores, têm inúmeras abordagens a serem delimitadas em seus conteúdos escolares, pois tratam de temas que muitas vezes perpassam a sala de aula e fazem parte da realidade de cada adolescente.

Assim, utilizando este tipo de material para ensinar os alunos com deficiência visual, além de facilitar seu aprendizado, este contato faz com que o aluno seja incluído na sala de aula e aprende a conviver e aceitar as suas próprias diferenças. Este método de educação, ainda proporciona um crescimento pessoal e profissional deste aluno com deficiência visual como cidadão.

Portanto, este trabalho objetivou na realização de uma oficina, onde foram apresentados mapas táticos com o tema geográfico “Biomas Brasileiros”, capazes de representar os biomas brasileiros direcionando-os a deficiência visual, elaborados a partir de materiais simples mas, de fácil compreensão ao público a que foram destinadas.

  1. O Uso de Mapas Táticos Para o Ensino de Geografia

O ensino da Geografia tem como responsabilidade a preparação dos estudantes para que possam fazer uma leitura crítica do espaço produzido, reproduzido social e economicamente. Nesta linha, pode-se dizer que o ensino da Cartografia nos permite entender as dimensões da superfície terrestre em mapas, plantas, croquis, perfis topográficos, globos, maquetes, fotografias aéreas e imagens de satélite.

Para Francischett,

O aprendizado do espaço geográfico dá-se através da iniciação ou alfabetização cartográfica, que compreende uma série de aprendizagens indispensáveis para que os alunos busquem informações, hipóteses e conceitos. Trabalhando-se com a cartografia apoiada numa fusão de múltiplos tempos e numa linguagem específica, é possível que se faça, através da localização e da espacialização, uma referência de leitura das paisagens e de seus movimentos. (2004, p. 16-17).

Os mapas expressam uma forma de linguagem dinâmica que permitem ao aluno interpretar e analisar as relações presentes no espaço, proporcionando o desenvolvimento cognitivo. Seguindo este raciocínio Martinelli afirma que

O mapa nunca deverá resultar como uma ilustração de texto geográfico, mas, ao contrário, deverá ser um meio capaz de revelar o conteúdo da informação, proporcionando desta forma, a compreensão, a qual norteará os discursos científicos, permitindo ao leitor uma reflexão crítica do assunto. (2003, p. 11).

        Ao relacionar o uso dos mapas com alunos com deficiência visual, Vasconcellos elucida que

No caso do aluno deficiente visual, a importância dos mapas é ainda maior. Diagramas, ilustrações, modelos e mapas, apesar de abstrações da realidade, conseguem concretizar o espaço, sintetizando a informação a ser percebida pelo tato. Os mapas podem ser usados para localização, orientação e locomoção, juntamente com a bússola, na escala da edificação. Estes recursos, para pessoas portadoras de deficiência visual, podem ser usados para auxiliar nos seus deslocamentos da vida cotidiana, na escola ou no bairro. Dessa forma, o mapa é fundamental na percepção e construção do espaço pelo usuário, principalmente porque ele não pode captar informações espaciais através da visão. (1993 p. 50).

        Pensando em um meio em que, a educação inclusiva é algo necessário para o aprendizado do aluno com deficiência visual, Almeida ressalta que,

A pessoa com deficiência visual não pode prescindir deste meio de comunicação que, adaptado ao tato, ajuda na organização de suas imagens espaciais internas. Diagramas, gráficos e mapas de qualquer natureza, possibilitam o conhecimento geográfico e facilitam a compreensão do mundo em que vivemos. Por essa razão, é preciso adaptar as representações gráficas para que possam ser percebidas pelo tato, dando para a pessoa com deficiência visual oportunidades semelhantes àqueles que podem ver. (2001 p. 120)

        Os mapas táticos são representações tridimensionais das projeções planas, assim,

Ao fazer a adaptação de um mapa para uso de uma pessoa com deficiência visual é preciso considerar algumas limitações ligadas à resolução do tato e à sua capacidade de percepção das variáveis gráficas e dos símbolos cartográficos. Algumas normas devem ser consideradas, como por exemplo, a altura ideal em milímetros, o espaçamento dos signos e a espessura das linhas (VASCONCELLOS, 1993, p.120).

A apresentação dos mapas táticos em classe possibilitará reconhecer através da compreensão do espaço em que o aluno está inserido e do conteúdo apresentado, permitirá a integração entre o professor e o aluno, tanto quanto entre a prática e a teoria e ainda correlacionar fatos, entre tantas alternativas do processo pedagógico. Entretanto,

pode-se constatar a necessidade de propostas curriculares e de formação de professores para o trabalho com alunos com deficiência, propostas que devem contemplar práticas com materiais didáticos e tecnologia assistiva, troca de experiências entre professores e instituições, além de teorias e legislação existente no campo da educação inclusiva. (VASCONCELOS, MANRIQUE, 2014, 156)

Assim, pode-se afirmar que, desde que haja interesse tanto do professor quanto do aluno com deficiência visual, existem meios que possam além de garantir a eficácia em seu aprendizado independente do tema a ser trabalhado em sala de aula, quando de percepção de inclusão onde os mesmos estão inseridos.

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