Os movimentos de Vanguarda Européia em confluência no Brasil
Por: Francine Costa • 6/1/2017 • Relatório de pesquisa • 1.868 Palavras (8 Páginas) • 504 Visualizações
Trabalho de Teoria do Design III
Professora Christiane
Estudante Francine N Q Costa
Os movimentos de Vanguarda Européia em confluência no Brasil
Os movimentos vanguardistas artísticos europeus foram importante “divisor de águas” na história da arte. Sua principal característica foi a de buscar novas formas de expressão artística ou até romper com que se vinha fazendo até então nas artes.
Sua grande aspiração ao novo, ao moderno, ao diferente fez dessas vanguardas grande parte da história da arte, além de ser fonte de inspiração para os outros países foi determinante para mudar a forma de pensar e agir da sociedade a partir de então.
A influência das vanguardas européias chega ao Brasil no início do século XX e tem seu ápice na Semana de Arte Moderna de 1922.
Vários artistas e intelectuais brasileiros, envolvidos pelas tendências vanguardistas e os novos modos de se pensar a arte advindos desse novo tempo na época, começaram o desafio de tais movimentos serem transpostos para as artes visuais do Brasil, e o fizeram de uma forma um pouco diferente. Começava uma busca por uma nova identidade brasileira. Anita Malfatti, Di Cavalcanti e Tarsila do Amaral foram os artistas mais expressivos desta fase e suas formas de representar o Brasil se consagraram e atravessaram gerações. Atualmente podemos encontrar muito dos conceitos e das características de suas representações em literatura, como em livros infantis, sobretudo, naqueles que fazem associação com o tema “brasilidade”.
Ao perceber como as vanguardas nos fazem perceber a influência artística na produção de livros eles têm relação quase que direta com as pinturas, e assim é possível traçar um paralelo entre temas, formas, cores e proporções, explicitando a importância das vanguardas para o Brasil, bem como, mostrando como uma forma de arte pode influenciar diretamente o olhar das pessoas e sobre o olhar de um povo, questionamentos culturais tradicionais, sendo a arte através das vanguardas instrumento de imersão sócio-cultural para evolução dos pensamentos de uma população. Assim conseguimos também, a partir do desenvolvimento das artes visuais nesta época, perceber as contribuições que o design adquiriu neste tempo das vanguardas, a ponto de hoje ser conhecido, ter teoria própria e autonomia de mercado. Graças aos frutos das vanguardas européias.
Agora, se dará um levantamento de textos teóricos sobre a estética vanguardista na Europa e no Brasil a partir das trocas efetuadas entre intelectuais e artistas europeus e brasileiros na primeira metade do século XX. A segunda fase compreendeu um levantamento iconográfico tanto dos livros ilustrados quanto dos quadros dos mencionados artistas.
A terceira fase compreendeu a análise formal-comparativa entre essas imagens levantadas a fim de buscar afinidades entre elas. As semelhanças que serão expostas se dão em aspectos como tema, cor, forma, traço, enquadramento, relação figura e fundo, entre outros.
Vanguarda, no sentido literal da palavra, é o termo militar para uma seleta tropa de soldados que vai à frente dos demais, abrindo caminho. É por causa dessa dessa importante função dentro do militarismo, que os movimentos que aconteceram nas primeiras décadas do século XX receberam o nome de ‘vanguardas artísticas’.
A expressão surgiu em 1860 na França, onde como forma de protesto, alguns artistas considerados ‘não- acadêmicos’ criaram um evento paralelo ao Salon de Paris, o Salon des refusés (Salão dos excluídos). A partir deste marco, o termo estendeu-se também aos movimentos formados posteriormente na Europa e que representaram uma nova forma de
arte, totalmente voltada para a individualidade do artista, sendo esta a expressão máxima de
sua subjetividade.
A experimentação estética também é uma característica muito forte dentro das vanguardas,
que buscavam, acima de tudo, romper com costumes existentes na sociedade até aquele
momento.
Dentre os movimentos vanguardistas, destaca-se o futurismo, já que foi este movimento em especial que influenciou diretamente o discurso modernista brasileiro.
No início do século XX, houve um grande marco,que foi uma reforma na sociedade como um todo. A Primeira Guerra Mundial destruiu a Europa e fez com que este continente, considerado o berço da civilização tivesse que repensar seu modo de viver. O velho continente, destroçado, não suportava mais o estilo de vida anterior. A escassez começou a participar da vida de todos e se fazia necessária uma reconstrução dos países que haviam vindo abaixo após os conflitos. Mais do que isso, a sociedade européia, que antes mesmo da Guerra já alimentava um espírito de renovação, agora percebia quão importante era essa mudança. Nesse sentido a Revolução industrial, já bem forte na Europa, tornou-se ainda mais significativa e relevante. Com as novas máquinas era mais fácil e rápido produzir em quantidade os produtos para suprir à grande população que perdeu tudo na Guerra, ainda sim a destruição foi tão grande que houve grande demora para que todos pudessem se recompor.
A Belle Epoque, que caiu junto com a Guerra já não fazia mais sentido dentro daquele cenário caótico, e as formas de arte que se apresentavam associavam a ela, da mesma maneira perderam o significado. O momento era de introspecção, de olhar para si, de recolher os próprios restos que restaram de toda a destruição.
Outro marco importante, desta vez no campo tecnológico, é o advento da fotografia. Esta invenção causou um grande alvoroço, chegou-se até comparar com “bruxaria” na época, uma vez que sua forma de representar se aproximava muito mais do instante real e por sua vez da realidade que a pintura, forma mais comum de se fazê-lo até então. Os pintores se sentiram ameaçados e pressionados a responder a pergunta: “o que difere a fotografia da pintura?”. Nesse momento foi que os valores do subjetivismo, que já vinha ganhando força desde o iluminismo, quando fora criado, passou a transbordar no cenário das artes.
Além de assumir o espaço bidimensional da tela, não mais se obrigando a retratar cenas realistas, posto que esta necessidade começasse a ser suprida pela fotografia, o olhar do artista passou a ser valorizado. A forma de entender o mundo de cada artista se traduzia em cores,
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