Projeto de Pesquisa de Conclusão de Curso - Sistema Cantareira

Pontifícia Universidade Católica de Campinas

Centro de Ciências Exatas, Ambientais e Tecnologia

THAINÁ ALVES DE OLIVEIRA

A IMPORTÂNCIA DA MATA CILIAR: ESTUDO DE CASO NA RECUPERAÇÃO HÍDRICA DO SISTEMA CANTAREIRA

Campinas

2016

THAINÁ ALVES DE OLIVEIRA

A IMPORTÂNCIA DA MATA CILIAR: ESTUDO DE CASO NA RECUPERAÇÃO HÍDRICA DO SISTEMA CANTAREIRA

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Campinas

2016

1. INTRODUÇÃO

O Sistema Cantareira é o resultado do projeto do governo do Estado de São Paulo nos anos de 1960 onde já não era mais viável o fornecimento quando se levantou estudos demográficos apontando a alta demanda do consumo de água em decorrência à quantidade de usuários, segundo a SABESP, o Cantareira é composto por seis barragens interligadas por um sistema de túneis e canais no Estado de São Paulo.

Atualmente o sistema é administrado pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (SABESP) e atende cerca de 8,8 milhões de clientes da empresa, localizado entre os municípios de Bragança Paulista, Piracaia, Vargem, Joanópolis, Nazaré Paulista, Franco da Rocha, Mairiporã, Caieiras e São Paulo.

Segundo relatórios divulgados pela SABESP o período de estiagem de 2014 apresentou sucessivas baixas históricas na pluviosidade de São Paulo, órgãos públicos e reguladores determinam a redução da captação das águas levando a um estado de crise hídrica em São Paulo, e o Cantareira é o mais afetado de todos os sistemas envolvidos.

As mídias inseriram um nome até então evitado pelos discursos politizados dos responsáveis a administração do sistema, a sociedade sentiu-se ameaçada ao racionamento, despertando o interesse em compreender como se chegou a essa situação e, principalmente, quais as possíveis soluções para superar esse problema, estimando suas soluções em até uma década (EMBRAPA, 2015).

1. JUSTIFICATIVA

A crise hídrica no estado de São Paulo é o resultado de diversos problemas e descasos cometidos tanto pela administração de suas águas até infração de leis ambientais redigidas em relação à área de preservação permanente da bacia do Cantareira, alguns desses itens permanecem em evidência quando se analisa a situação do sistema Cantareira atualmente.

Quando se propõe uma cronologia das imagens de satélites existentes da área, percebem-se mudanças tanto na dinâmica do território (Intervenções antrópicas) como de suas áreas com vegetação, que evidentemente, com o passar dos anos tem uma queda de disponibilidade da vegetação nativa e reflorestamento na região.

Estudos apontam que há longo prazo, a solução para a esse processo crítico que o sistema Cantareira vive é reverter à disposição da vegetação nas áreas de área de preservação permanente (APP’s) com a plantação de cerca de 30 milhões de mudas de espécies nativas num período de 10 anos (EMBRAPA, 2015). Pretende-se a partir desse estudo, projetar um cenário hipotético em que esse reflorestamento seja feito e quais os benefícios para a área, como forma de alertar a comunidade e a academia para a sua importância.

1. OBJETIVOS

3.1 – GERAL

Alertar e instruir a comunidade e a academia em geral sobre o futuro do Sistema Cantareira, caso o reflorestamento da mata ciliar em suas respectivas áreas de APP (área de preservação permanente) não seja feito na próxima década.

          3. 2 – ESPECÍFICO

I – Traçar através de uma cronologia os fatos mais importantes para a atual crise hídrica do sistema Cantareira;

II – Utilizar os argumentos que mais influenciaram para a crise hídrica desenvolvendo uma conversa com a legislação ambiental vigente;

III – Desenvolver material cartográfico da linha cronológica do Sistema Cantareira pendendo sua mata ciliar com o decorrer dos anos e analisar o motivo;

IV – Desenvolver um cenário hipotético dedutivo onde o reflorestamento apontado como ideal seja feito e quais seriam os benefícios para o solo e vegetação.

 

4 - REFERENCIALTEÓRICO

O sistema Cantareira tem sido alvo de muitas pesquisas e investigações para solucionar a grave questão referente ao abastecimento de água para a cidade de São Paulo e arredores, atingindo cerca de 22 milhões de pessoas. Segundo um estudo da Embrapa com a FGVAgro os problemas que mais contribuíram para a crítica situação do abastecimento de água em São Paulo, foi a pouco ou nenhuma infiltração de água da chuva, reduzida alimentação do lençol freático, alta evaporação, erosão acentuada prejudicando o acumulo de água. A solução mitigadora é a revegetação de toda área de corredor ripário.

O processo de revegetação da mata ciliar do Sistema Cantareira é proposto pelo projeto de avaliação da Embrapa com a FGVAgro que intitula 30 milhões de mudas de espécies nativas para reflorestar toda área de vegetação ripária que se encontra em determinado estado de degradação.

O reflorestamento do Sistema faz um recorte para as áreas de mata ciliar, que é definido pela Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo.

As matas que recobrem as margens dos rios e de suas nascentes recebem o nome popular de matas ciliares. Esse nome surgiu da comparação entre a proteção dos cílios aos olhos e o papel protetor das matas quanto aos corpos d’aguá. As matas ciliares também são conhecidas por formações florestais ribeirinhas, matas de galeria, florestas ciliares e matas ripárias. (SMA, 2014)