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Questões sobre o Escudo Catarinense

Por:   •  20/7/2017  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.502 Palavras (7 Páginas)  •  287 Visualizações

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Questões sobre as zonas de cisalhamento que compartimentam o Escudo Catarinense

Para entregar dia 12/04/2017

GCN-7176

Profa. Luana Moreira Florisbal

Responda as questões abaixo:

Com relação à Zona de Cisalhamento Itajaí (ZCI):

1. A deformação decorrente da atividade desta zona se restringe a Bacia do Itajaí e Granito Parapente ou também afeta unidades mais antigas?

        R: Segundo Schroeder (2006) a ZCIP apresenta uma faixa com foliação milonítica com direção 45NE que afeta as rochas do Complexo Granulítico de Santa Catarina.

2. Quais as principais características geológicas, geofísicas e estruturais com relação a tectônica formadora da Bacia do Itajaí apontada por Krebs et al. (1990)?

        R: A Bacia do Itajaí está localizada sobre a borda de um cinturão de cisalhamento.

Gravimetricamente foi possível analisar o fundo da Bacia, que é mais profunda na porção sudeste e faz contato com o embasamento por meio de uma zona de transcorrência vertical. Também é possível desenhar um hemi-gráben assimétrico.

Além disso, a evolução da bacia passou por transtensão, na fase denominada como “Implantação”, e transpressão, na fase de “Inversão”.

3. Explique com suas palavras o modelo de evolução tectônica da Bacia do Itajaí de Krebs et al. (1990).

        R: Segundo Krebs et al. (1990), a Bacia do Itajaí passou por três principais fases: implantação, inversão e deformação tardia com intrusão de granitoides.

        Inicialmente, na Fase de Implantação, o Lineamento Perimbó sofreu remobilização transtensiva, permitindo a instalação da Bacia do Itajaí no que era antes uma plataforma estabilizada, constituída principalmente pelas rochas do CGSC e CMB. O hemi-gráben então formado foi preenchido, inicialmente, por leques, porém, na fase final, formou-se uma plataforma rasa, com taludes e leques submarinos. Após isso, deu-se início à Fase de Inversão da bacia, com reativação das falhas transcorrente de regime transpressivo.

4. Contraponha os modelos de Krebs et al. (1990) e Rostirolla et al. (1992).

        R: Krebs et al. (1990) identificam uma fase transtensiva, inicialmente, e transpressiva, posteriormente. Por último, há uma fase de deformação resultante de intrusão tardia de granitoides.

        Rostirolla et al. (1992) identificam duas fases de deformação, sendo a primeira por regime compressivo, que desenvolve falhas reversas com direção NE, dobras assimétricas com vergência para NW e falhas transcorrentes sinistrais (NE) e dextrais (NW). A segunda fase é marcada por uma intensidade menor que a primeira, além de reativação distensiva e inversão da cinemática apresentada pelas estruturas na primeira fase.

5. Descreva o Principal evento de deformação (PED) postulado por Schroeder (2006).

        R: O modelo proposto apresenta transcorrência e compressão, caracterizando um ambiente de deformação transpressiva. Sua movimentação na falha principal é oblíqua com componente lateral sinistral e vertical inversa (SCHROEDER, 2006).

6. Descreva o segundo evento de deformação (D2) de Schroeder (2006).

        R: Esse evento se caracteriza por falhas direção NW e reativação de falhas já existentes. No caso da reativação ocorre um deslocamento do contato sul da Bacia do Itajaí com rejeito com deslocamento sinistral. As falhas transcorrentes sinistrais do PED sofreram deformações dextrais (SCHROEDER, 2006).

7. No que diferem os modelos de deformação da Bacia do Itajaí de Krebs et al. (1990), Rostirolla et al. (1992) e Schroeder (2006)? Aponte as principais diferenças de interpretação dos autores.

        R: Krebs et al. (1990) explicam que a Bacia passou primeiramente por uma fase transtensiva e, posteriormente, por fase transpressiva.

        Já Rostirolla et al. (1992) identificam duas fases, em que a primeira é um regime compressivo e a segunda distensiva. Descarta-se a possibilidade de transcorrência, devido a “inexistência da zona de cisalhamento de descolamento principal” e “rotação nula ou inexistente” das juntas de distensão.

        Schroeder (2006) apresenta o principal evento de deformação como transpressivo, gerando estruturas que condicionaram os pacotes sedimentares, e um segundo evento de deformação reativando as falhas transcorrente sinistrais do PED e invertendo sua cinemática para dextral.

8. No trabalho de Ronchi (2014) quais os principais indicadores cinemáticos utilizados para determinar o sentido de movimento da(s) falha(s)?

        R: Como os milonitos do Granito Parapente possuem feldspatos com comportamento frágil, esses milonitos não são ricos em indicadores cinemáticos. Entretanto, nos filonitos ocorrem os melhores indicadores, já que os quartzos contidos neles apresentam feições de deformação dúctil.

        Nesses filonitos, os pórfiros de quartzo são tipo σ, com estruturas S-C e microdobras assimétricas. Juntos, estes indicadores mostram que ZCIP sofreu um movimento inverso. Quando orientadas, o eixo X do elipsoide de deformação finita se mostra sub-vertical. Segundo Rochi (2014) “a combinação de estrias horizontais com indicações cinemáticas de pórfiro de quartzo sugere que ocorreu predominantemente movimento lateral direito”.

        O movimento lateral esquerdo tardio da ZC é indicado pelas fraturas preenchidas por clorita no Granito Parapente.

9. Porque o Granito Parapente não pode ser considerado um granito sintectônico (com relação a movimentação da ZCI)? Dê as características geológicas e geocronológicas para sua afirmação.

        R: A idade de cristalização do Granito está entre 831 e 855 Ma., estabelecendo-o ao Criogeniano Inferior (BASEI et al., 2008). Ronchi (2014) explica que o Granito Parapente é do tipo A e pré-tectônico, sendo a idade mínima para o início do rifte que gerou a bacia que posteriormente se transformou na CMB.

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