RECURSOS HÍDRICOS NO FUTURO: PROBLEMAS E SOLUÇÕES
Por: Emanuel da Costa • 18/5/2021 • Resenha • 1.407 Palavras (6 Páginas) • 240 Visualizações
O artigo “Recursos hídricos no futuro: problemas e soluções” foi escrito por José Galizia Tundisi e o mesmo introduz o texto apresentando os diferentes pontos de vista de vários autores no que se refere á crise da água no século XXI. Dentre as causas defendidas pelos autores, é certo dizer que um dos principais problemas que agravam a crise hídrica é a falta de gestão e o descaso na manutenção e conservação dos corpos hídricos, juntamente com os problemas ambientais que provocam escassez e estresse de água.
Dentre os demais problemas que Tundisi et al. (2008) destaca, têm-se a falta e/ou a precariedade de infraestrutura de tratamento que, com a intensa urbanização que provoca o aumento da demanda de água e resulta no descarte da água contaminada em maiores proporções, afeta na distribuição da água de boa qualidade e no aumento da contaminação.
As mudanças climáticas globais também são temas passíveis de preocupação entre os pesquisadores, pois provocam a falta de água ou períodos intensos de chuva e afetam diretamente a população em vários setores, como a economia e a saúde. Todas essas consequências são vistos hoje em dia e são cobrados com afinco pelos governantes, que devem garantir essa manutenção dos recursos hídricos para a população. Os países subdesenvolvidos são os que apresentam tais dificuldades com mais nitidez em relação aos países desenvolvidos.
O próximo tópico é titulado como “Metodologias e propostas para solução e prioridades” e apresenta um conjunto sistemático de gerenciamento dos recursos hídricos tendo como base a ideia de Tundisi, que acentua a necessidade de uma abordagem sistêmica, integrada e preditiva na gestão das águas.
Tundisi sugere primeiramente fazer uma análise econômica para que seja feita uma base para as futuras ações. Dentre os serviços que devem estar na base da administração dos recursos hídricos, o autor cita o controle do clima, a produção de energia e alimentos, o abastecimento de água e a regulação dos ciclos. Este tipo de estrutura administrativa é vista como viável em certas gestões e não está pondo em destaque a questão da necessidade emergencial devido a uma provável escassez de água, mas põe em questão o gerenciamento ambiental de uma bacia hidrográfica, e possui certa visão cornucopiana moderna, em que a gestão das águas, conservação e recuperação de corpos hídricos e manutenção dos aquíferos e lagos seriam postos em práticas graças ás futuras inovações tecnológicas, e de acordo com essa visão, o uso destas tecnologias viria a amenizar os problemas da crise hídrica.
Seguindo o mesmo raciocínio da dependência da tecnologia para a conservação e reuso da água, o autor apresenta a quantidade de água gasta pelas grandes nações no setor da produção de alimentos, que é cerca de 70% da disponibilidade total. Como completa no texto, é necessário que seja feita uma redução desse uso através do investimento e implantação de tecnologias adequadas, e principalmente para que seja expandida a prática do reuso da água. Investimento na agricultura, para muitos países, é sinônimo de maior uso da água, e consequentemente resulta na maior poluição das fontes subterrâneas, devido o uso de fertilizantes e agrotóxicos presentes nas práticas agrícolas.
No âmbito regional e nacional, é bastante conveniente para o setor econômico que sejam investidas melhorias na gestão dos recursos hídricos, como defende no texto, pois se trata de uma rede de interesses: uma gestão das águas adequada incentiva a produção de energia, agricultura e produção de alimentos, saneamento público e desenvolvimento socioeconômico e social, pois também influencia na geração de empregos e renda. O uso de tecnologias é defendido nesse ponto pelo autor, segundo a ideia de Tundisi (2006), como fator importante para a implantação de medidas e desenvolvimento de ações em saneamento básico.
O autor então continua a discussão sobre mudanças climáticas e suas consequências no ciclo hidrológico e fatores relacionados. Tundisi apresenta três problemas fundamentais que são provocados por alterações climáticas que interferem no clico hídrico e que afetam diretamente a economia a nível regional e nacional. Tais problemas já são realidade em diversas áreas do planeta. São eles: a contaminação das águas por salinização e uso irresponsável do solo, o que pode interferir diretamente os ciclos biogeoquímicos (ciclo do carbono, ciclo do fósforo, ciclo do enxofre etc.) e provocando uma redução das fontes de água potável; os extremos hidrológicos, que de modo geral, tratam-se dos desastres provocados pelas anomalias climáticas, como deslizamentos de terra, enchentes, secas e desertificação, que também é afetado por ações antrópicas.
Como sugestão de solução para tais problemas, o autor defende que apenas uma adaptação é possível e através de uma gestão em nível das bacias hidrográficas, e como ele havia sugerido anteriormente, utilizar de tecnologias de monitoramento para que tenha um controle sobre a situação dos recursos disponíveis e a construção de uma infraestrutura de banco de dados para que se tenha uma melhor noção da evolução dos aspectos, com o passar do tempo e para desenvolver melhor as ações futuras.
A seguir, o autor destaca uma lista de parcerias e projetos cooperativos entre países que dividem as mesmas bacias hidrográficas. Tais parcerias têm como objetivo a criação de uma melhor
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