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Resenha de um Fragmento do Texto de Rui Moreira O circulo e a Espiral

Por:   •  27/10/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.054 Palavras (5 Páginas)  •  363 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS

FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS

CURSO DE GEOGRAFIA

Resumo do Texto: O círculo e a espiral – para a crítica da geografia que se ensina 1, de Ruy Moreira.

Trabalho apresentado na disciplina de Geografia da População, ministrada pela professora Cláudia Marques Roma

Aluno: Thiago Ferreira Medeiros

Dourados, maio de 2017

Nos anos 50 a humanidade recém-saída da segunda guerra mundial se depara com uma união Europeia, que antes era uma potência e agora no pós-guerra se encontra em ruínas. Com isso a burguesia Americana aproveita o declínio da burguesia Europeia para ascender e a velha ordem mundial cair, abrindo espaço para a nova Ordem Mundial. Possibilitando também a ascensão da China e do Japão em um universo unicamente povoado por potencias ocidentais, deixando claro ainda mais o estremecimento da velha Ordem Mundial.

''Nesta conjuntura é que proliferam os ‘Estudos de População'. E é do acúmulo desses estudos, e com sua extensão direta, que ganha corpo nos anos 60 a teoria do subdesenvolvimento. Misto de teoria de superação das estruturas herdadas do colonialismo e do reformismo social, a teria do subdesenvolvimento propõe a industrialização como o leito comum e único capaz de romper a situação de atraso (tais como analfabetismo, subnutrição crônica, subemprego-desemprego, etc.), do que padecem as ex-colônias'' (pág. 55).

Muito mais que uma conjuntura de pós-guerra, a teoria de subdesenvolvimento é basicamente a formulação fundamental para o desdobramento dessa conjuntura, e em sua frágil aparência se percebe que não há teoria de subdesenvolvimento, mas sim uma de desenvolvimento desigual onde apenas a burguesia se dá bem. Nesta mesma época apareciam homens cujos destinos eram forjar uma concepção ideologizada na condenação do enorme atraso econômico-social da humanidade. Um desses homens foi J. M. Keynes, economista inglês em que o reformismo social baseou-se em suas ideias e criou o movimento Keynesiano. O keynesianismo visa estabelecer a acumulação de grandes monopólios econômicos através do Estado e revertê-los em forma de investimentos em (transportes, indústrias de equipamentos, etc.) e em meios de consumo coletivo como (escolas, hospitais, etc.).

No Brasil, os estudos de população subdesenvolvimento-desenvolvimento tem sua lógica no “pacto populista”, justamente nos anos de 1946 a 1964 em que estava se consolidando o desenvolvimento do capitalismo no Brasil, sobre a base de associação dos capitais industriais americanos, europeus, japoneses e nacionais apresentando-se como um ciclo de reformas sociais.

Entretanto, a origem mais remota desses estudos veio das obras de Adam Smith, David Ricardo e Thomas Robert Malthus, isso a partir da metade do século XVIII quando a expressão os seus posicionamentos sobre o desenvolvimento do capitalismo. Smith, Malthus e Ricardo representam o antagonismo na sociedade de sua época em diferentes frações da burguesia, sendo eles a burguesia mercantil, burguesia rural e a burguesia industrial.

Smith reproduz em suas ideias o crescimento da burguesia e o acúmulo de riquezas nas mãos de um número pequeno de proprietários, já Malthus retrata em suas ideias os interesses da burguesia rural que, por um lado está sendo afetada pelo enriquecimento da burguesia mercantil e, por outro, pelo crescimento da burguesia industrial, ambas colocando em questão a soberania política que a burguesia agrária detinha. Já Ricardo, por sua vez,  reproduz  através de suas ideias o interesse da burguesia industrial, que se prepara para assumir a hegemonia total da sociedade.

Para Smith a lei do trabalho e da oferta é o que rege a sociedade. A acumulação de serviços eleva a demanda de trabalhadores que, com isso, eleva os seus salários, e o trabalhador poderá ter mais acesso aos meios de subsistência. Mas esse fator positivo também eleva a um fator negativo: os trabalhadores terão mais filhos em decorrência do bom salário que acarretará em mais trabalhadores no futuro que elevará a procura de empregos e em consequência a queda dos salários dos trabalhadores.

Malthus vai ser o representante da fração retrógrada da burguesia rural, que durante o período de 1770 a 1820 em que se consolidava o desenvolvimento do capitalismo na Inglaterra. Os interesses das duas burguesias mais fortes movem o parlamento, chegando até a criar leis como a “lei dos cereais”- que estabelece altas taxas às importações de trigo, com isso força a baixa dos preços internos e, consequentemente, afeta o salário dos trabalhadores. Afetando o salário, o crescimento populacional diminuirá juntamente com os lucros da burguesia rural.

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