TEXTO DO CHEFE SEATLE AO PRESIDENTE DOS EEUU EM 1854 - A PRIMEIRA DECLARAÇÃO ECOLÓGICA.

TEXTO DO CHEFE SEATLE AO PRESIDENTE DOS EEUU EM 1854 - A PRIMEIRA DECLARAÇÃO ECOLÓGICA.

O texto traduzido por Irina C. Bunning traz um relato de um homem de pele vermelha – um índio em meio a questionamentos sobre a relação do homem, tanto o branco como o vermelho com a terra, e como seria possível comprar ou vender aquilo que não nos pertence.

A partir deste questionamento o autor cria um paralelo entre dois tipos de vida completamente diferentes, dois seres iguais com visões e experiências discordantes entre os dois grupos.

O homem vermelho precisava responder a uma proposta de compra de suas terras em troca de proteção. Mas o chefe da tribo indígena vê que é a relação do homem vermelho com a terra é muito diferente da relação que o branco tem com a mesma. Para o homem vermelho a terra é sua mãe, um lugar seguro e sagrado. Eles se sentem como parte da terra e a consideram como uma parte deles – uma só família.

Vender a terra para o homem branco é muito difícil para eles, pois estão vendendo uma parte deles – parte da sua família. Mesmo com a promessa de proteção e uma pequena reserva, não será fácil vender sua terra sagrada. Para o homem vermelho o homem branco explora, domina e extermina a natureza. O vermelho tem a terra e tudo o que nela há é uma grande irmandade. Por isso cuidam do que é sagrado para eles. O amor pela terra é tão grande que chegam ao ponto de comparar a água que corre no leito dos riachos ao sangue de seus antepassados e que o respeito pela terra deve ser ensinado ao homem vermelho desde criança.

O homem vermelho vê a ligação que há em tudo. Para ele, o ar, a água, os animais, as flores, o solo, os rios, tudo é precioso e deve ser tratado como irmão.

O homem branco vive em cidades barulhentas, poluidoras e em casas aplainadas. O selvagem se alegra com o barulho do vento encrespada a face do lago. Seus costumes e sua relação com a terra são diferentes. Se decidirem vender a terra, imporá condições o homem branco.

O homem vermelho diz não compreender muita coisa, pois é selvagem. Compreende apenas que se o homem branco continuar no mesmo ritmo de comportamento, sem pensar no amanhã, sem preservar a natureza, as culturas, o modo de vida de outros seres certamente o destino será igual para todos. Tudo desaparecerá. Os animais, já não existem, até a grande águia desaparecerá. E ai começará o inicio da sobrevivência não mais a vida abundante.

Afinal, tudo ainda é mistério, criação de Deus.