Teórico Atlas Municipal

1. APRESENTAÇÃO

O ensino de Geografia, desde os anos iniciais da escolaridade tem, hoje, o papel fundamental de introduzir a criança nas questões relacionadas com o seu lugar de vivência. Todos têm espaços vividos desde a infância, o resgate destes espaços auxilia o professor a construir a identidade pessoal da criança e faz com que ela se firme como ser humano, a partir do território vivenciado.

Segundo Cavalcanti (2002), o ensino de Geografia deve trabalhar com o aluno as referências adquiridas na escola e sistematizá-las para a vida social. Dessa forma, é por meio do ensino de Geografia, que o aluno poderá formar uma consciência espacial e um raciocínio geográfico.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais para o ensino de Geografia aponta que para a promoção de uma aprendizagem significativa, deve-se utilizar os mais diversos recursos didáticos, pois os mesmos possibilitam o trabalho de conceitos complexos e facilitam o entendimento e compreensão da dimensão espacial. Estes recursos são inúmeros, no entanto, entre eles destacamos o atlas escolar como um material indispensável ao ensino do município.

O Atlas Escolar do Município contribui, significativamente, ao ensino do lugar, pois é no lugar que existe a possibilidade de mudanças, já que é no recorte espacial do lugar que o aluno pode intervir, ou seja, em seu local de vivência.

O atlas municipal tem grande importância na valorização do espaço de vivência do aluno. Este trabalho tem como propósito desenvolver um atlas escolar municipal de Itatiba-SP.

A escolha do município para este projeto levou em conta questões pessoais, pois é o município de residência da autora, há 15 anos, o que supõe um conhecimento prévio do município, foi este conhecimento que favoreceu a coleta de dados e as visitas na busca de dados visando a elaboração do Atlas Municipal.

O município de Itatiba está localizado à aproximadamente 85 km de São Paulo, possui 322 km², ou seja, 0,13% do território do estado de São Paulo . Situado na chamada Serra da Jurema, Itatiba – que em tupi-guarani significa muita pedra (itá = pedra + tyba = ajuntamento, muita) , é chamada por muitos de seus admiradores de ‘Princesa da Colina’, devido ao seu relevo acidentado.

Segundo informações do site do município, a diversificação das atividades econômicas permite que Itatiba não sofra com problemas sazonais e com oscilação econômica; sua economia é movimentada principalmente pela indústria, com polo em amplo crescimento e expansão. O município gera grande interesse das empresas multinacionais, devido à localização estratégica, próximo à capital e de grandes regiões de desenvolvimento - RMC (Região Metropolitana de Campinas) e do Aglomerado Urbano de Jundiaí. Outro segmento de destaque é o setor moveleiro, que é internacionalmente reconhecido pela qualidade e diferencial de seus móveis, além dos setores: têxtil, metalúrgico, químico e de tecnologia de ponta.

No campo, o destaque está na produção dos hortifrutigranjeiros, com a produção de caqui, fruta que levou a cidade a fazer parte do Polo Turístico do Circuito das Frutas, se destacando no agronegócio.

O setor de serviços é um dos maiores geradores de emprego e renda no município. Quanto aos serviços voltados ao turismo, Itatiba está aplicando diretrizes do projeto de desenvolvimento do Turismo, de maneira auto-sustentável, a partir dos focos turísticos, da tecnologia e da renovação urbanística. (ITATIBA, 2013)

CAPÍTULO I: O ATLAS GEOGRÁFICO COMO RECURSO DE APRENDIZAGEM

Assim como as outras ciências que fazem parte do currículo do ensino fundamental e médio, a Geografia busca desenvolver no aluno a capacidade de observar, analisar, interpretar e pensar criticamente a realidade, tendo em vista a sua transformação. Segundo Pereira (2012), o ensino da Geografia aborda o espaço geográfico, entendido como um produto histórico, que se revela a partir das ações humanas.

Para entender o espaço produzido, é necessário entender as relações homem-meio, de forma que os espaços que se produzem vão adquirindo formas e se materializando.

Conforme MOREIRA (1982), o ensino de Geografia, “é o estudo explicativo das diferenciações espaciais na superfície terrestre” (MOREIRA, 1982 p. ). É nesses termos que a Geografia hoje se coloca. Por meio do seu ensino busca-se desenvolver nos alunos uma postura crítica em relação ao mundo atual, que contribua para a sua transformação.

O ensino de Geografia pode levar os alunos a compreenderem, de forma mais ampla, a realidade vivida, possibilitando prepará-los para que nela interfiram de maneira mais consciente e propositiva. Deste modo, o aluno poderá formar uma consciência espacial, um raciocínio geográfico, que vai além do conhecer e localizar, ela inclui analisar, sentir e compreender a espacialidade das práticas sociais.

Nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) para o ensino de Geografia (Brasil, 1998) encontramos referência ao papel do professor do ensino fundamental, segundo o documento, o professor deve adaptar seu método no sentido de despertar no aluno uma visão crítica e analítica das relações presentes nos espaços de vivência.

Neste grau de ensino, os alunos deverão desenvolver as competências e habilidades de: compreender a cidadania como participação social e política; ter visão crítica nas diferentes situações sociais; conhecer as características das dimensões sociais, materiais e culturais, conseguindo assim a atingir sua identidade nacional e pessoal, conhecendo e valorizando as diferenças socioculturais do Brasil e de outros povos; perceber-se como integrante e agente modificador do meio; desenvolver um conhecimento com base em si mesmo, despertando sua confiança em capacidades de relação interpessoal, buscando, assim o exercício da cidadania; utilizar dos diferentes meios de linguagem para se expressar e se comunicar, além de utilizar de diferentes fontes de informação para adquirir e construir conhecimentos, questionando, assim, a realidade e se utilizando de conhecimento lógico, criativo, intuitivo e crítico, para resolver problemas do cotidiano e de sua realidade. (Parâmetros Curriculares Nacionais, 1998, p. 04)

Os objetivos acima citados buscam contextualizar a educação geográfica, no sentido de promover o desenvolvimento das pessoas e da sociedade, por meio da compreensão do espaço geográfico.

Para Oliveira (2009),

“compreender, que o ensino da geografia é imprescindível para a formação da cidadania e para as análises sociais, econômica, política, ambiental e cultural. [...]