UMA ANÁLISE GEOGRÁFICA DA LOGÍSTICA DE TRANSPORTES NO ESCOAMENTO DAS EXPORTAÇÕES DE CEREAIS EM MINAS GERAIS
Por: Daniel Oliveira • 6/8/2019 • Relatório de pesquisa • 1.238 Palavras (5 Páginas) • 200 Visualizações
UMA ANÁLISE GEOGRÁFICA DA LOGÍSTICA DE TRANSPORTES NO ESCOAMENTO DAS EXPORTAÇÕES DE CEREAIS EM MINAS GERAIS
Introdução
As cadeias produtivas do agronegócio alcançaram ganhos de produtividade por causa dos novos padrões e das (re)configurações tecnológicas. Isso demanda as políticas de comercialização e a logística de transportes nas conexões espaciais das unidades produtivas e os mercados globais. Na estrutura dos serviços logísticos do (agro)comércio, Barat (1972) explana que a abertura de “corredores de transportes” interliga às áreas produtoras por meio da adoção de tecnologias modernas na dinâmica de armazenagem, de manuseio e de transportes na comercialização de matérias-primas e produtos alimentares.
O processo de inserção de produtos agroalimentares, produzidos no território brasileiro – inclusive em Minas Gerais, ocorreu pela intensidade na modernização tecnológica da agricultura, pela implementação de incentivos fiscais e de créditos subsidiados a partir da década de 1960 em um primeiro momento nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. Posteriormente nas regiões de novas fronteiras agrícolas do Centro-Oeste e de porções territoriais do Nordeste e Norte do Brasil. A modernização da agricultura através da tecnologia levou a adaptação de culturas aos climas regionais, a artificialização da fertilidade do solo, a irrigação e a maximização da produção de grãos (BARAT, 1972; CASTILLO , 2004; CASTILLO, 2007; FREDERICO, 2013).
Para Frederico (2013), a modernização da agricultura brasileira se subdividiu em dois momentos históricos: o primeiro, implantando entre as décadas de 1960 e 1980, que caracterizou-se pela adoção do modelo da Revolução Verde através da criação dos complexos agroindustriais e da centralidade estatal. E o segundo momento, foi implementado a partir da década de 1990, baseando-se no uso das novas tecnologias da informação e de comunicação no campo, caracterizado pela “desregulamentação” econômica. Sendo que a participação do Estado, segundo Castillo (2004) e Frederico (2013), cumpriu um papel fundamental na criação e difusão de novas variedades de plantas – principalmente a soja –, que foi adaptada às áreas de Cerrado, e também no oferecimento de auxílio técnico aos produtores e na introdução de novas formas de uso e manejo do solo. Além disso, foram implantadas as unidades fabris e de armazenagem de grãos nas regiões do agronegócio.
O problema de estudo pautou-se no seguinte questionamento: Como ocorreu a organização espacial das redes de escoamento das exportações do setor de cerais no Estado de Minas Gerais? O objetivo deste estudo é analisar o processo de inserção das exportações de cereais, produzidos em Minas Gerais, nos mercados globais, em um escala temporal de 1997 a 2017.
Material e métodos
Os procedimentos metodológicos utilizados foram: 1) a revisão bibliográfica acerca das temáticas relacionadas à modernização da agricultura, do comércio global e dos fluxos exportações de cereais. 2) a Coleta e a análise de dados disponibilizados pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços – MDIC através da plataforma “Comex Stat”. Os dados foram organizados e apresentados em mapas temáticos elaborados pelo uso do software ARCGIS 10.5, com a finalidade de especializar os fluxos de exportações mineiras do setor de cereais, que é constituído pelos produtos: trigo, centeio, cevada, aveia, milho, sorgo e arroz.
Resultados e Discussão
No recorte da dinâmica comercial no Estado de Minas Gerais, percebe-se a participação das commodities agrícolas, especialmente o setor de cereais, na política de exportações, que precisa de estrutura logística de transportes mais padronizada em termos de infraestrutura e de prestação de serviços para atender os critérios exigidos pelos mercados importadores no exterior. Os produtores e/ou as empresas localizadas no território mineiro, quando vende os seus produtos para os mercados globais tem utilizado o transporte rodoviário – em maior quantidade – para levar os produtos do setor de cerais até os portos, aeroportos e pontos de fronteiras. Sendo que 47,8% dos valores financeiros e 58,9% da quantidade em quilos embarcaram no porto de Vitória (ES), seguindo pelo porto de Santos (SP) que escoou 39,4% dos valores em dinheiro e 38,7% da quantidade em peso/ volume. Enquanto pelo ponto de fronteira de Foz do Iguaçu embarcou-se 8,4% dos valores financeiros. Já no ponto de fronteira de Corumbá foram escoados 1,5% dos valores em dinheiro. Em quantidade quilograma pelos pontos de fronteiras de Foz do Iguaçu e de Corumbá circularam quantidades menores que 1,0%. Individualmente pelos demais recintos alfandegados também circularam valores financeiros e em peso inferiores a 1,0% (vide mapa 01 e 02).
Desses recintos alfandegados a maioria dos cereais vai para os mercados intercontinentais – América do Norte, Europa, Ásia, Oceania e Oriente Médio – pelo modal de transporte marítimo. Enquanto nos mercados continentais, principalmente aqueles que têm fronteira terrestre com o Brasil, os produtos vão pelo transporte rodoviário e
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