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Velhice

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Por:   •  9/10/2014  •  Resenha  •  724 Palavras (3 Páginas)  •  299 Visualizações

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A velhice nos trás direitos maravilhosos. Enquanto a juventude é cheia de obrigações. A velhice é o tempo em que passa a utilidade e aí fica somente o significado da pessoa. É o momento que a gente se purifica. É o momento que a gente vai tendo a oportunidade de saber quem nos ama de verdade. Porque só nos ama pra ficar até o fim aquele que, depois da nossa utilidade, descobriu o nosso significado. É por isso que sempre rezo para envelhecer ao lado de quem me ama. Para poder ter a tranqüilidade de não ser útil, mas ao mesmo tempo não perder o valor. Se você quiser saber se alguém te ama de verdade, é só identificar se ele seria capaz de tolerar a sua inutilidade. Quer saber se você ama alguém? Pergunte a si mesmo, quem nesta vida que pode ficar inútil pra você sem que você sinta o desejo de jogá-lo fora. E é assim que nós descobrimos o significado do amor… Só o amor nos dá condições de cuidar do outro até o fim! Feliz daquele que tem ao fim da vida a graça de ser olhado nos olhos, e ouvir a fala que diz: – Você não serve pra nada, mas eu não sei viver sem você!”

O que falta muitas vezes para poder resolver os nossos problemas é a simplicidade em enxergá-los. Devemos retirar os excessos. Não permitir que os nossos excessos venham obscurecer a nossa visão, ou até mesmo de nos impedir de encaminhar uma solução para aquilo que nos faz sofrer. Isso é ter fé. É a gente acreditar que Deus está ao nosso lado no momento da nossa luta, no momento da nossa dor. E que, portanto, a gente tem o direito de ser simples.

É interessante observar os movimentos de nossas mudanças interiores. Nem sempre sabemos identificar o nascimento da inadequação que gera todo o processo. O fato é que um dia a gente acorda e percebe que a roupa não nos serve mais. Como se no curto espaço do descanso de uma noite a alma sofresse dilatação, deixando de caber no espaço antigo onde antes tão bem se acomodava. É inevitável. Mais cedo ou mais tarde, os sonhos da juventude perdem o viço. O que antes nos causava gozo, aos poucos, bem ao poucos deixa de causar. Nossos valores vão se tornando mais consistentes.Mas não precisamos necessariamente chegar à velhice extrema, para entendermos o sentido da inutilidade que leva ao amor… Perder tempo, gastar tempo, ou melhor dizendo “Ter a utilidade do seu tempo” para as coisas que nos levam aos verdadeiros sentimentos… Se permitir “jogar conversa fora” com seus filhos, seus amigos, fazer piqueniques e voltar a ser criança, andar na chuva, sentir o cheiro da terra molhada, passear na praça, na praia, no bosque… sentir a liberdade do rosto te acariciando a pele… jogar frescobol, voleibol, “buraco”, seja o que for, apenas com o intuito de reunir os amigos, e a família… Assim como faziam os homens das cavernas. Ascendiam a fogueira e ao seu redor conversavam, conversavam e conversavam… e assim os laços iam se tecendo, os abraços se alongavam e a vida mesmo na rusticidade daqueles tempos, era aconchegante!!!  Tempo… sempre o tempo do Senhor a nos ensinar… Assim como na história de Alice no País das Maravilhas em que seu coelho, corria com o relógio pendurado atrás do tempo… Estamos hoje nós a fazer o mesmo… Que o tempo da inutilidade amorosa, possa ser constante no tempo de nossa utilidade existencial. Que a simplicidade faça morada em nossos corações, atitudes e sentimentos. E que nossos sentimentos estejam

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