A EDUCACAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA: DO CONTEXTO HISTÓRICO A CONTEMPORANEIDADE

TRAJETÓRIA DA EDUCACAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA: DO CONTEXTO HISTÓRICO A CONTEMPORANEIDADE

Bianca Maria Vasconcelos Orlanda

Resumo

Através de pesquisas, leituras e análises de diversas obras e fontes por diferentes autores, pretendeu-se no presente artigo apresentar aspectos relevantes, os fundamentos e as especificidades sobre o tema abordado. O objetivo é compreender o impacto das políticas públicas em relação ao atendimento dos alunos que apresentam Necessidades Educacionais Especiais(NEE) e sua trajetória histórica para situar de que forma foi evoluindo esse atendimento ao longo da história. A inclusão na escola regular envolve a revisão de concepções e propostas que se articulam para oferecer um ensino voltado para a qualidade que rompe barreiras e questione as condições de oferta e valores difundidos, voltando-se para a eliminação do preconceito e toda forma de exclusão. Acompanharemos a trajetória e a evolução da educação especial do paradigma da segregação ao paradigma da educação inclusiva, enfrentando inúmeras dificuldades até chegar ao nível que se estabelece na contemporaneidade.

Palavras-chaves

Educação Especial Inclusiva; Trajetória; Visão Histórica

Abstract

 Through research, reading and analysis of several works and sources by different authors, it was intended in the present article to present relevant aspects, the fundamentals and the specificities on the topic addressed. The objective is to understand the impact of public policies in relation to the attendance of students who present Special Educational Needs (SEN) and their historical trajectory to locate how this service has evolved throughout history. Inclusion in the regular school involves the revision of conceptions and proposals that are articulated to offer quality education that breaks barriers and questions the conditions of offer and values ​​disseminated, turning to the elimination of prejudice and any form of exclusion. We will follow the trajectory and evolution of special education from the paradigm of segregation to the paradigm of inclusive education, facing numerous difficulties until reaching the level that is established in the contemporaneity.

Keywords

Inclusive Special Education; Trajectory; Historical Overview.

 

        

INTRODUÇÃO

         Pensar em uma educação verdadeiramente inclusiva é buscar a reestruturação do sistema de ensino e provocar mudanças de atitudes. Uma educação de qualidade contende-se, entre outros fatores, novas dimensões, o que requer renovação de sua estrutura física, material, formação adequada, como também na valorização das diferenças e o respeito do aprender e construir.

        O presente artigo pretende acompanhar a educação inclusiva desde sua trajetória histórica aos dias atuais; e de forma sucinta as áreas que compreende a educação especial, fundamentos, legislação, paradigmas e suas especificidades.

        As políticas públicas no âmbito nacional, surgem a partir de concepções de homens, mundo e sociedade e são baseadas em postulados históricos e teóricos que a fundamentam. Tal fato é pressionado por um jogo de foças oriundas de diversos setores, grupos ou classes sociais, envolvendo foças econômicas políticas e ideológicas.

         Diante disto, a meta principal é minimizar as dificuldades que impedem sua participação na sociedade. Apesar de nos dias de hoje ainda ser um tema pouco aceito pela maioria da sociedade, nos primórdios ainda era bem pior a aceitação. Foi uma longa trajetória até a contemporaneidade, para chegar em uma visão diferente em relação as pessoas que não eram vistas como “normais”.

        A sociedade desde sua fundação segue um protótipo de beleza, e quem não segue esse padrão estabelecido é visto de forma diferente e menos aceito. Atualmente essa “cultuação de corpo perfeito” tem aumentado bastante, o que consequentemente seria um aumento de preconceito com relação as pessoas com deficiência. Logo essas pessoas têm menos chances e espaços no mercado de trabalho, em escolas, no relacionamento com outras pessoas, e em várias outras áreas. Apesar de o mundo estar bem mais voltado atualmente para o padrão de beleza estabelecido, tem sido melhor aceito que na antiguidade.

        A educação inclusiva é cercada de mitos e preconceitos, assim, perceberemos como a sociedade foi evoluindo e modificando suas concepções sobre o deficiente.

            A história desse atendimento é marcada, inicialmente, em seu primeiro período por exclusão, marginalização, segregação, abandono, torturas e extermínio de pessoas que não tinham o direito de viver, pois não estavam dentro dos padrões adotados. Percebe-se a dificuldade da sociedade em lidar com o diferente e aceitar às pessoas com deficiências no espaço escolar; tal fato pode ser observado em diferentes povos, culturas, crenças, etnias e independente so nível socioeconômico-cultural.

          É de fundamental importância contextualizar a educação especial inclusiva de seus primórdios ao contexto atual, a contemporaneidade.

1. AS ÁREAS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL

          As áreas da Educação Especial compreendem: Deficiência Intelectual, Deficiência Auditiva, Deficiência Visual, Deficiência Física, Transtorno Global do Desenvolvimento – TGD, Deficiência Múltipla, Altas Habilidades/Superdotação e Surdocegueira.

1. HISTÓRICO DO SURGIMENTO DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

          Até a década de 50, no Brasil, a Educação Especial Inclusiva, não era um dos assuntos mais comentados. De acordo com o Ministério da Educação – MEC, no Brasil, o atendimento às pessoas com deficiência começou na época do império. Nesse período duas instituições foram criadas: o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, em 1854, atual Instituto Benjamin Constant – IBC, Educação dos Surdos – INES, ambas do Rio de Janeiro.

           Por volta de 1950 foram criadas as escolas especializadas e as classes especiais com a atuação das instituições filantrópicas. Somente a partir dos anos de 1970, que a educação inclusiva passou a ser discutida e abordada, logo se tornando alvo dos governos para a criação de fundações e instituições tanto públicas como privadas, para o atendimento das pessoas com as Necessidades Educativas Especiais – NEE.

           Com o centro espírita “Cosmopolita” impulsionado por interesses políticos, surgem diversos internatos voltados para a Educação Especial. Com a Proclamação da República Federativa do Brasil, foi constituído um novo regulamento com diversas reformulações para o instituto.