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A ILUMINAÇÃO NATURAL APLICADA A EDIFÍCIO RELIGIOSO DE CLIMA TROPICAL

Por:   •  29/6/2021  •  Abstract  •  3.223 Palavras (13 Páginas)  •  149 Visualizações

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ILUMINAÇÃO NATURAL APLICADA A EDIFÍCIO RELIGIOSO DE CLIMA TROPICAL [1]

Estelle Melo Rocha [2]

Débora Nogueira Pinto [3]

RESUMO

A busca por economia de energia em edifícios vem crescendo gradativamente, sendo um importante condicionante de projetos eficientes, buscando evitar gastos energéticos indevidos e aumentar a eficiência energética das edificações. Sendo a Iluminação Natural, um aproveitamento de recurso passivo e abundante em cidades tropicais, esta consiste em excelente alternativa para a busca da eficiência energética, visto que com o aproveitamento desta, menos luz artificial é utilizada no período diurno, diminuindo o consumo de energia. A maioria dos projetos de edifícios religiosos, de cunho evangélico, não possui preocupação com a eficiência da arquitetura e da iluminação natural, sendo muitos os casos de ambientes deste tipo que utilizam luz artificial durante todos os períodos do dia e da noite, com pouca preocupação ou qualidade de aberturas. Estes casos têm considerável impacto no consumo de energia. O presente estudo visa analisar a importância das configurações de aberturas em edifícios de tipologia religiosa evangélica para obtenção de iluminância ideal através da Iluminação Natural. A análise foi elaborada para um projeto de igreja, que será construída como parte de uma atividade social elaborada pela ONG (Organização não Governamental) ADPNAS (Agência de Desenvolvimento para Povos não Alcançados), na comunidade de ex-sem terras de Resistência Potiguar, existente na cidade de Ceará-Mirim no estado do Rio Grande do Norte. Aproveitando o clima propício do lugar de alta luminosidade, foram realizadas simulações no programa RELUX para analisar o impacto de diferentes configurações de planta baixa, orientação, disposição e formato de aberturas, que contribuíram na reflexão da luz natural do ambiente, visando além de adequado nível de iluminância, visando respaldar o projeto arquitetônico para trazer conforto luminoso para os usuários, além de resultar na eficiência energética ao prédio a ser construído.

Palavras-chave: iluminação natural, relux, simulação computacional.

1 INTRODUÇÃO

Para todo cristão e para quem crer na veracidade da bíblia, através de uma ordem divina surgiu à luz “E disse Deus: Haja luz; e houve luz” (Gênesis 1:3 - Bíblia ACRF), foi a primeira coisa que Ele criou após criar os céus e a terra mas não é necessário ser cristão para saber a importância dela para a sociedade, somos naturalmente atraídos pela luz, sem ela ficamos limitados e não conseguimos fazer coisas simples, como assimilar objetos, ler, trabalhar ou reconhecer a fisionomia de alguém. Com ela consegue-se desenvolver melhor as capacidades e assimilar as percepções que nossa visão consegue abranger. Conforme o Manual de Iluminação Eficiente da PROCEL (pag.04) “No campo de iluminação sabemos que a qualidade da luz é decisiva, tanto no que diz respeito ao desempenho das atividades, como na influência que exerce no estado emocional e no bem estar dos seres humanos”. Sendo importante além de uma iluminação eficiente, uma iluminação que busque o equilíbrio entre a eficiência de iluminância e o conforto visual.

Com o avanço de tecnologias, os profissionais da área estão desenvolvendo melhorias nos processos de iluminação artificial, buscando conseguir mais capacidade de iluminação com menos consumo de energia para os ambientes, conhecer a luz, as alternativas disponíveis e saber controlar quantidade e qualidade são ferramentas preciosas para o sucesso de qualquer instalação. No entanto, a iluminação artificial possui custos, no qual quanto menos for preciso a sua utilização em uma edificação melhor será o seu resultado. E uma das soluções, para alcançar esse objetivo é o aproveitamento da iluminação natural, no qual a utilização da luz natural é sob todos os aspectos, o ponto de partida para se obter um sistema de iluminação energeticamente eficiente (PROCEL, 2002).  

Conforme Dutra; Lamberts; Pereira (2005), a eficácia luminosa da luz natural direta é maior que muitas das alternativas de luz artificial conhecidas e conclui que a quantidade de lúmem que é transmitida através da iluminação natural, no interior de um, edifício é menor que a maioria das lâmpadas. Nesse contexto, estudos comprovam que se pode economizar cerca de 40% a 70% de energia elétrica.  Sendo assim, se a iluminação natural for utilizada da forma correta, além de trazer uma iluminação eficiente, na maior parte do dia, conseguira diminuir a carga necessária para o resfriamento e consequentemente reduzira o consumo de energia.

As pessoas reagem aos contrastes, ou ao que se chama uma interrupção no padrão visual que é observado. Assim, uma área com maior intensidade de luz uniforme e mais suave, com certeza atrairá nosso olhar. Este é um recurso precioso para o projeto de iluminação, e conforme os objetivos e usos dos espaços, estes destaques poderão ser menos perceptíveis ou mesmo mais evidentes e dramáticos, quando os contrastes de iluminâncias praticamente isolam de forma visual algumas áreas (BARBOSA, 2010).

A luz simbólica se relaciona com conceitos conhecidos de vida, morte, infinito, muitas vezes atingindo o aspecto especial de uma luz divina, que simboliza a transcendência; associada ao céu, ela é alta, infinita e poderosa (BARBOSA, 2010, pag 61).

         A estrutura da igreja evangélica dispõe de, na maioria das vezes, dois ambientes: a nave, que podemos chamar de auditório e o púlpito que dependendo da denominação é onde ficam o pastor e a diretoria da igreja (cúpula Eclesiástica), já em outros casos o pastor só sobe no púlpito na hora da ministração da palavra, hora em que existe uma reverencia maior dos fies e é um momento de reflexão, sendo o púlpito um lugar ideal para se fazer uma iluminação cênica, onde chame o foco e os olhares dos frequentadores e visitantes para quem estiver falando e com isso facilitar na reflexão que cada um busca naquele momento.

Na liturgia evangélica todos participam de leituras e acompanham a bíblia na hora do culto, sendo necessário criar um ambiente iluminado agradável para meditação, mas que possa ser suficiente para as leituras. É um desafio trazer o equilíbrio de uma iluminação cênica no púlpito e a iluminação em níveis de iluminância ideias para o ambiente da nave, vendo alturas, tamanhos das aberturas para janelas, tipos de vidro e etc para os membros um maior conforto visual e eficiência lumínica.

Assim, esse trabalho aplica-se a comunidade ex-sem terras de Resistência Potiguar, localizada no município de Ceará- Mirim, Rio Grande do Norte (figura 1). Conforme o IBGE (2016) a população estimada de Ceará-Mirim é de 73.370 habitantes, dentre eles, mais ou menos 300 habitantes residem na comunidade de Resistencia Potiguar, tendo a área territorial de 724,381 km², sua Latitude é de -5.63518, e a Longitude de -35.4202. Seu clima é tropical com estação seca, conforme a classificação climática de Köppen-Geiger Média de 24 a 28º de temperatura anual conforme o Instituto Nacional de Meteorologia - INMET (1990), sendo bastante propício para o aproveitamento da iluminação natural, visto que a maioria dos dias do ano o sol aparece à maioria do tempo.

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