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A Inconfidência Mineira

Por:   •  24/11/2016  •  Trabalho acadêmico  •  2.529 Palavras (11 Páginas)  •  424 Visualizações

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

DEPARTAMENTO DE ARQUEOLOGIA

DISCIPLINA: HISTÓRIA DO BRASIL II

PROF.: LUIZ EDMUNDO TAVARES

DISCENTES: GABRIEL COUTINHO BORGES

                          MATHEUS FERREIRA COELHO

                                               

INCONFIDÊNCIA MINEIRA: A ELITE E O MITO DE TIRADENTES

Rio de Janeiro / 2016.1

SUMÁRIO

Introdução..................................................................................................................3

Sociedade Mineradora Brasileira...............................................................................3 – 4

A Inconfidência Mineira e Suas Principais Causas....................................................4 – 6

O Fracasso..................................................................................................................6 – 7

A Construção do Mito de Tiradentes..........................................................................7 – 8

Conclusão ..................................................................................................................8

Referências Bibliográficas ........................................................................................9

INTRODUÇÃO

Na sociedade mineradora brasileira, embora pareça contraditório, a maioria da população vivia num verdadeiro estado de miséria, o que se agravou com a decadência da produção aurífera. Indiferente à situação, a metrópole continuou a exigir altos impostos. O clima de revolta se intensificou quando o governo metropolitano declarou que haveria uma cobrança forçada de impostos, a derrama. A elite local organizou o que ficou marcado como Inconfidência Mineira. Como um movimento influenciado pelo Iluminismo, os planos dos inconfidentes incluíam a separação entre a metrópole e a colônia, pensar o desenvolvimento de manufaturas no Brasil e criar uma instituição de ensino superior. Enfim, o progresso seria um fim para uma começo que negaria a presença metropolitana. No entanto, o movimento foi denunciado e seus participantes julgados e condenados. Neste trabalho, discorreremos desde os principais fatores que levaram a iniciativa do movimento aos seus desdobramentos e impactos na sociedade brasileira.

SOCIEDADE MINERADORA BRASILERIA

No século XVIII, o advento da mineração no Brasil possibilitou o desenvolvimento de centros urbanos, a articulação do mercado interno e a própria recuperação econômica portuguesa. O surto do ouro gerou uma mudança no eixo econômico do Nordeste para o Centro-sul possibilitando o crescimento urbano e um mercado interno para produtos até então apenas exportados e até mesmo provocando a mudança da capital de Salvador para o Rio de Janeiro para possibilitar um maior controle sobre o ouro extraído. Logo os próprios mineiros começaram a produzir localmente certos gêneros básicos, essenciais ao abastecimento dos campos de mineração e das cidades em crescimento. Minas Gerais se transformou num ótimo mercado consumidor com uma sociedade urbana onde, teoricamente, a mobilidade social era possível. No final da década de 70, a população de Minas Gerais era superior a 300 mil habitantes, sendo mais da metade negra e constituía a maior aglomeração da colônia, representando mais de 20% da população.

A sociedade mineradora diferenciava-se da sociedade açucareira, devido ao caráter urbano e por ser considerada mais evoluída intelectualmente, além de menos aristocrática, embora tendo uma base escravista ainda mantida. Descrita como “terra de economia dinâmica e intelectualidade efervescente, entre outros atributos.” (Maxwell, 1973). A camada socialmente dominante era representada pelos grandes proprietários de escravos, grandes comerciantes e burocratas, portanto apresentando um caráter mais heterogêneo. O crescimento da atividade mineradora gerou uma menor concentração de renda, devido ao maior número de pequenos e médios proprietários, porém a base social ainda era formada por escravos que passaram a viver em condições piores do que no período anterior devido às condições a que eram expostos ao trabalhar nas minas. Apesar de a atividade mineradora ter sido a base da sociedade, a agricultura de subsistência, a pecuária e a prestação de serviços básicos funcionavam como atividades periféricas que se consolidaram no período.

Já na segunda metade do século XVIII, a atividade de mineração entra em declínio com a paralisação das descobertas de minas de ouro e diamante afetando drasticamente a economia da região. O ouro encontrado na região mineradora era, geralmente, de aluvião, ou seja, depositado ao longo de séculos nas margens, leitos dos rios e nas encostas, sendo assim, facilmente extraído, o que levou a uma exploração constante e desordenada. Em um primeiro momento, a técnica, apesar de rudimentar, foi suficiente para o sucesso do empreendimento devido à abundância de minério na região. Nos primeiros 70 anos do século XVIII o Brasil produziu mais ouro do que toda a América espanhola em 357 anos. Essa produção correspondeu a 50% de todo o ouro mundial entre os séculos XV e XVIII. Entretanto, a falta de preparo técnico foi um elemento fundamental para o rápido esgotamento das minas, pois limitou a capacidade de produção das jazidas. A crise na atividade mineradora promoveu um colapso na economia da região das Minas Gerais, uma vez que as outras atividades eram subsidiárias ao ouro e ao diamante, levando ao declínio a sociedade ali estabelecida.

A INCONFIDÊNCIA MINEIRA E SUAS PRINCIPAIS CAUSAS

Com a economia afetada devido à crise mineradora, a Coroa portuguesa decidiu por estabelecer um conjunto de ações autoritárias com relação ao desenvolvimento econômico, político e social do Brasil, que buscariam intensificar o controle fiscal sobre a colônia. Uma medida tomada foi a nomeação para governador da capitania de Minas Gerais de D. Luís da Cunha Meneses, que possuía a reputação de arbitrário e violento e entrou em amargas controvérsias com a elite mineira. Decidiu por proibir, em 1785, as atividades fabris e artesanais na Colônia e taxar severamente os produtos vindos da Metrópole. Em 1788, Visconde de Barbacena foi nomeado governador da capitania de Minas Gerais recebendo ordens detalhadas para implementar uma raiz e um ramo da reforma de todo o sistema tributário de Minas. Sem compreender a real razão do declínio da produção aurífera, o esgotamento das jazidas de aluvião e atribuindo o fato ao contrabando, a Coroa, através de Barbacena, instituiu a cobrança de uma nova “derrama” na região, uma taxação compulsória em que a população deveria completar o que faltasse da cota imposta por lei de 100 arrobas de ouro (1.500 kg) anuais quando esta não era atingida. Era cobrança era feita de forma agressiva e autoritária, onde todos estavam sujeitos a perder seus bens por uma determinação feita pela Coroa, “cada vez que se decretava uma derrama, a capitania, atingida entrava em polvorosa” (PRADO JR, 1977).

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