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A Microanálise e Construção do Social

Por:   •  2/12/2020  •  Bibliografia  •  1.107 Palavras (5 Páginas)  •  139 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS

DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA

 

Historiografia Geral II

Prof. Dr. Rafael Ale Rocha

 

Fichamento do Texto: Romantismo e Escola Metódica. FONTANA, Josep. A História dos Homens. Bauru: EDUSC, 2004. Caps. 6, Revolução e Restauração (p.171-197), e 8, Historicismo e Nacionalismo (p.221-241)

 

Alunos (as): João Pedro dos Santos Anaqueri

                      Eric Bruno Couto Bandeira

Matutino (  )   -   Noturno ( X )

 

Texto 1: Microanálise e construção do social

“1. A abordagem micro histórica tornou-se, nestes últimos anos, um dos lugares importantes do debate epistemológico entre os historiadores. [...] É preciso reconhecer além disso, que a interpretação e a problemática da opção micro história foram concebidas em toda parte em termos homólogos, longe disso. Para ficarmos em apenas em um exemplo, podemos confrontar e contrapor a recepção americana e a versão francesa do debate. A primeira baseia-se, no “paradigma indiciário" proposto por Carlos Ginzburg e definiu-se em grande com um comentário da obra deste. A segunda entende a micro história como interrogação sobre a história social e a construção de objetivos. Essas modulações particulares do tema micro-histórico já estão na verdade presentes nos trabalhos dos historiadores italianos, que foram os primeiros a tentar a experiência da abordagem” págs. 15-16

“O caráter extremamente empírico da abordagem explica que mal exista um texto fundador, um mapa teórico da micro-história. É que ela não constitui um corpo de proposições unificada, nem uma escola, menos ainda uma disciplina autônoma, como muitas vezes se quis crer.” Pág. 16

“2. Uma das versões dominantes - mas não a única - da história social é a que se definiu na França - e a seguir mais amplamente fora dela, em torno dos Annales. Sua formulação não foi constante nestes últimos 60 anos. Apesar de tudo, ela apresenta um certo número de traços relativamente estáveis, que temos todas as razões para relacionar com o programa crítico que, um quarto de século antes do nascimento dos Annales, o durkheirmiano François Simiand elaborou para uso dos historiadores.” pág.17

“De Simiand e dos durkheirmianos, Bloch, Febvre e, na geração seguinte, Labrousse ou Braudel conservaram também uma espécie de voluntarismo cientifico: a convicção de que não existe objeto a não ser construído, segundo procedimentos explícitos, em função de uma hipótese submetida em uma validação empírica. Essas regras metodológicas elementares, com o passar do tempo, deram a impressão de às vezes estarem sendo perdidas de vista.” Pág. 18

“3. A mudança da escala de análise é essencial para a definição micro história. É importante compreender bem sua significação e suas implicações. Os historiadores, assim como os antropólogos, costumam trabalhar com conjuntos circunscritos, de tamanho reduzido.” Pág.19

“4. Convém, neste ponto, refletir sobre os efeitos de conhecimento associados à (ou ao menos esperados da) passagem para a escala "micro". Partamos de alguns dos raros textos programáticos que contribuíram para desenhar os contornos e as ambições do projeto micro-histórico. Num artigo publicado em 1977, E. Grendi observa que a história social dominante, tendo decidido organizar seus dados dentro das categorias que permitem agregação máxima (níveis de fortuna, profissões etc.), deixa escapar tudo que diz respeito aos comportamentos e à experiência social, à constituição das identidades de grupos, e se proíbe, por força de seu próprio método de trabalho, de integrar dados os mais diversificados possíveis.” Pág. 21

“5. Em sua versão "clássica", a história social foi majoritariamente concebida como uma história das entidades sociais: a comunidade de resistência (aldeia, paróquia, cidade, bairro etc.), o grupo profissional, a ordem, a classe. Decerto podia-se discutir os contornos dessas entidades e, ainda mais, sua coerência e sua significação sócio-histórica, mas não se as colocava fundamentalmente em questão.” Pág. 23

“A segunda direção de pesquisa, aquela que convida a reformular a análise sócio-histórica em termos de processo, sugere uma saída para o debate. Ela propõe que não basta que o historiador retome a linguagem dos atores que estuda, mas que faça dela o indício de um trabalho ao mesmo tempo mais amplo e mais profundo: o de construção de identidade sociais plurais e plásticas que se opera por meio de uma rede cerrada de relações (de concorrência, de solidariedade, de aliança etc.).” pág. 25

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