A historiografia no século XX

UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

CAMPUS UNIVERSTÁRIO DE PINHEIRO

CURSO DE LICENCIATURAS CIÊNCIAS HUMANAS

GERLANE GARCIA LOBATO

PAULA LARISSA BOAES SOARES

A Historiografia no século XX

Pinheiro

2014

A HISTORIOGRAFIA NO SÉCULO XX: Com base nos textos Materialismo Histórico, Historiografia Francesa – Annales e Micro- história

Gerlane Garcia Lobato^[1]

Paula Larissa Boaes Soares^[2]

RESUMO: Este artigo foi elaborado na intenção de compreender fatos e acontecimentos na Historiografia no século XX. O trabalho foi desenvolvido a partir dos textos lidos e analisados na melhor forma para se elaborar o conceito da historiografia. A pesquisa nos permitiu fazer uma reflexão ampla do homem e a história, suas importâncias e finalidades dentro de um contexto complexo pelo qual homem e história teve seu papel fundamental.

Palavras- chave: Homem. História. Pesquisas.

ABSTRACT: This article was prepared with the intention to understand facts and events in historiography in the twentieth century. The work was developed from the texts read and analyzed the best way to develop the concept of historiography. The research allowed us to make a broad reflection of man and history, their importance and purpose within a complex context in which man and history had its fundamental role.

Keywords: Man. History. Searches.

1. INTRODUÇÃO

Falar sobre história nada mais é, que compreender o passado. Rever acontecimentos que marcaram a época e que hoje serve de objeto de estudo para escolas e faculdades, ou qualquer outro campo que busca o conhecimento pelo passado. Compreender o que levou a determinados fatos, quais as consequências, quais as críticas. De que maneira certas “conquistas” ou “evoluções” foram aceitas pela sociedade da época, como uma circunstância levou a outra.

De fato, o trabalho nos mostra a importância da década e sua passagem pela história. Com a ambição de mostrar fatores importantes que contribuíram para a Historiografia do século XX. Cabe aqui esclarecer as ligações entre uma coisa a outra, favorecer um entendimento sustentável para a compreensão do tema e abordar fatos principais enfatizando sempre o que de mais importante se pôde obstruir do assunto.

1. MICRO – HISTÓRIA

Nas duas últimas décadas passadas, dentro de um campo de discussões sobre possibilidades, limites, inovações, descobertas e as metamorfoses da história social, a micro - história possuiu um lugar de destaque e, dentro desse contexto, a micro - história foi um modo pelo qual os praticantes da disciplina histórica criaram um debate intelectual cujos os contornos iniciais recriam à Itália dos anos 1970 e 1980. Daí o ponto de partida para tentar compreender o significado da micro - história e suas transformações.

“A origem do debate sobre a micro - história articula-se de perto com a trajetória da história social na Itália”. [...] (p.207). Cheia de tradições historiográficas importantes, focada na história intelectual, da política e do Estado, e que surgiu após a Segunda Guerra, a historiografia italiana tinha uma importante ligação com a filosofia da história e a especulação teórica de tradição croceana (Benedetto Croce que era um intelectual filósofo e historiador italiano ao qual estava ligada com o seu pensamento). Entre os anos 1950 e 1960, as bases para uma história social na Itália são feitas com o interesse pela historiografia internacional e a intensificação do diálogo com as ciências sociais, ciências como: a antropologia social, a economia e a sociologia. Já por outro lado, essa aproximação aconteceu em um momento em que triunfou os grandes modelos de interpretação que marcavam as ciências sociais naquela época.

“Naturalmente, a relação da historiografia italiana com essas grandes matrizes da história social não era homogênea”. [...] (p.209). A conjuntura intelectual entre o fim dos anos 1950 e na década seguinte que era um período de formação para a maior parte dos historiadores que estavam envolvidos nos primeiros conceitos do debate sobre a micro- história, aliava na Itália uma intelectualidade marcadas pelas ciências sociais, como também um processo político em transformação.

“O desenvolvimento da história social na Itália coincide, portanto, com um momento em que o próprio horizonte da disciplina começava a testar os seus limites. Quando, no início dos anos 1970, os temas que marcariam a micro- história começam a emergir nas reflexões dos historiadores sociais na Itália, o eco desse rico debate é evidente”. (p.210)

Não se pode apontar apenas uma única origem para a micro - história, pois há vários pontos de partida que combinaram para essa concepção. Um desses pontos está no interesse italiano pela história social, com a sua intensificação, com o aparecimento de livros, ideias e pesquisadores em volta disso. Esse “caminho italiano” para a história social gerou um conjunto de iniciativas importantes que teve como consequência a criação de áreas de pesquisa nas universidades, o nascimento de novas revistas acadêmicas, entre outros. Um exemplo disso está na grande obra coletiva publicada a partir de 1972, Storia d’ Ialia. Organizada por Ruggiero Romano e Corrado Vivanti, que eram dois historiadores italianos que tinham fortes ligações com os Annales. A coleção foi marcada fortemente pela perspectiva “estrutural” de inspiração braudeliano, e pela abertura aos “novos” temas da história social que se multiplicava naquele momento e pela forte participação dos historiadores não italianos. Além de conter um caráter totalizante que marcava as várias tradições da história social. A revista Quaderni Storici fundada em 1966 passa a integrar também toda uma nova geração de historiadores, e que provavelmente foi a publicação histórica italiana que mais se vinculou com o debate da história social no início da década de 1970 que discutia sobre os parâmetros da renovação historiográficas na Itália.