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A problemática temporal que envolve a passagem da antiguidade para a idade média

Por:   •  31/10/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.179 Palavras (5 Páginas)  •  569 Visualizações

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A PROBLEMÁTICA TEMPORAL QUE ENVOLVE A PASSAGEM DA ANTIGUIDADE PARA A IDADE MÉDIA

Uma análise historiográfica a respeito do Tempo e da História a partir do texto de Raquel Glezer.

Autor: Wander Sanches

                             

A autora Raquel Glezer discute a relação entre Tempo e História. E ressalta que o tempo na sua relação com a história é tema inesgotável com muitas questões que podem ser exploradas sob vários aspectos.

Faz considerações sobre a noção de tempo a sua utilização na organização do cotidiano bem como a compreensão do tempo histórico como uma construção lenta e gradativa.

Destaca questões importantes como, por exemplo, a diferenciação entre o tempo da história e o tempo da ciência no confronto entre a “reflexão abstrata” e o manejo empírico do “corpus documental”.

E ainda reforça a ideia de que a noção de tempo pelos historiadores varia tanto como “elemento de articulação da narrativa historiográfica com vivência civilizacional e pessoal”.

Na história o tempo aparece sob diferentes formas, do cíclico ao linear, do teleológico ao devir, do tempo da natureza ao tempo social. Todas estas noções de tempo estão integradas no processo social, cultural que marcam a relação do homem com seu passado e sua atuação no presente.

Esse desdobramento da definição de tempo, essa diferenciação da noção de história como processo dinâmico mesmo para uma mesma sociedade, essa quebra da uniformidade histórica trouxe para o campo da história da cultura, o respeito ao outro, o pluralismo cultural e o multiculturalismo.

O manejo das questões levantadas pela autora está relegado (até pelos próprios historiadores) aos especialistas e longe do publico leitor dos livros de história.

         No texto de Renan Figuetto, discute se é possível oferecer uma nova subdivisão, tanto didática quanto lógica em relação à transição da idade antiga para a idade média, pois seja qual for a corrente interpretativa deve se levar em consideração todo o conhecimento gerado a partir das tradicionais divisões na construção e organização dessa cronologia histórica.

Vale ressaltar que todas as divisões têm sua lógica e são ancoradas em pressupostos coma ruptura e continuidade, porém as recentes investigações oferecem maiores possibilidades de compreensão dos fenômenos sociais, políticos, econômicos, culturais em uma dinâmica onde se pode analisar as transformações referentes a passagem da antiguidade à idade média;

A Antiguidade Tardia cuja definição forjada pelo pensamento historiográfico moderno representa a melhor forma de se apresentar esse momento histórico como um tempo de mudança, pautadas numa tradição anterior, porém transformada e readequada para novas realidades sociais, políticas, culturais.

O conceito de Antiguidade Tardia possui validade para todos os trabalhos que fazem parte do dossiê: A Antiguidade Tardia: o alvorecer de um conceito historiográfico. Tais trabalhos que tratam de temas importantes para os estudos sobre a Antiguidade Tardia, revelam uma qualidade ímpar e tende a crescer tanto em qualidade quanto em quantidade nos próximos anos. Com destaque para as teorias relativas às mudanças que viabilizem a abordagem sobre novas perspectivas.

A história tradicional coloca em relevo a importância do ocidente na história do mundo, pois esse acontecimento demarcador favorece uma historiografia específica que diz respeito ao mundo antigo ocidental que vai cedendo espaço ao medieval e, ambas tanto a antiguidade quanto o medieval fornecem os valores gregos romanos e o cristianismo que são os definidores da identidade ocidental moderna.

O evento que demarca o “fim do mundo antigo” sempre foi a Queda do Império Romano, no entanto este evento possui uma grande zona temporal repleta de ambiguidades, onde se confrontam rupturas e permanências, gerando perspectivas diferenciadas, denominações distintas de vários historiadores.

Alguns historiadores metaforiza o Império Romano como um grande ser vivo que não morreu de morte natural, foi “assassinado”, dessa forma a explicação que se dá a Queda do Império Romano vem de fora, são as invasões bárbaras por assim dizer.

Outra corrente oposta a esta seria a ideia que o “Império Romano morreu de morte natural”, neste caso o acontecimento-ruptura seria substituído pelo acontecimento-processo. De qualquer maneira em ambos os casos, ainda teremos a ideia de algo que “termina” e não de algo que se “transforma”.

Assim, as mudanças teóricas metodológicas surgidas no século XX, têm produzidos novas interpretações sobre a passagem do Antigo ao Medievo. Além disso na historiografia contemporânea surge novos campos históricos, como a História Cultural, a História Social, a História Política, permitindo o surgimento de novas leituras, novas abordagem sem periodizações fixas e inflexíveis.

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