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ASCENSÃO E DECLÍNIO DOS IMPÉRIOS GLOBAIS

Por:   •  16/7/2021  •  Trabalho acadêmico  •  2.035 Palavras (9 Páginas)  •  103 Visualizações

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB [pic 1]

CAMPUS VI – DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS

CURSO: Licenciatura em História

PROFESSORA: Profa.Dra. Daniela Moura Rocha de Souza

DISCENTES: Denyse Marciana Ramos Carvalho, Lígia Grasiele Ferreira Gomes e Rosiane de Souza Nogueira.

CURSO: ÁSIA II - ORIENTE E MODERNIDADE: ASCENSÃO E DECLÍNIO DOS IMPÉRIOS GLOBAIS

 

 

 

 

 

 

 

A ROTA DA SEDA: LAÇOS COMERCIAIS, MILITARES, RELIGIOSOS E CULTURAIS NA EURÁSIA.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Caetité- BA

Dezembro de 2020

Com os avanços do debate sobre a história global, surge em 1990, uma nova abordagem historiográfica pensada por Sanjay Subrahmanyam com objetivo de escrever a história para além do olhar eurocêntrico, no qual possamos compreender as pluralidades históricas e percepções locais não europeias.  

A história conectada nos permite pensar como se deu as interações diversas de pessoas, ideias, recursos, técnicas, a partir de uma linguagem descentralizada, bem como cita Santos e Sochaczewski, que mediante tal problemática, alguns historiadores “passaram a defender a necessidade de estabelecer cruzamentos históricos; outros apontaram as vantagens advindas das conexões; outros ainda priorizaram a capacidade de costurar relações, seja entre objetos, metodologias, seja até mesmo entre estratégias narrativas”.(2017, p. 487)

Nessa perspectiva, o processo histórico da Rota da Seda é de suma importância para que possamos analisar os intercâmbios comerciais, militares, culturais e religiosos, entre os séculos III a. C e XVIII, que muito contribuiu para a afluência e prosperidade de diversos países da Eurásia envolvidos nas inúmeras trocas que esse processo possibilitou.

Todavia, vale destacar que antes do desenvolvimento da Rota da Seda, a região na qual originou esses intercâmbios, era composta  por uma  encruzilhada de caminhos e rotas comerciais importantes na construção e expansão do Império Persa e posteriormente no período de Alexandre o Grande em sua conquista de territórios na Ásia. A velocidade e a extensão de suas conquistas foram impressionantes. E não menos impressionantes  são a escala do legado que deixou e o grau em que a influência da Grécia Antiga se fundiu com as culturas da Pérsia, Índia, Ásia Central e até mesmo com a da China (FRANKOPAN, 2019, p. 26). Com a crescente presença grega e suas influências sob a cultura daquela região,  a rota foi tomando forma e foi possível transitar falando uma só "língua": a do comércio.

A Rota da Seda surgiu com o objetivo de criar uma rede de comércio no entorno do território chinês com as tribos nômades das estepes asiáticas. Em pouquíssimo  tempo vai se ampliando o interesse comercial até que a rota toma uma proporção transcontinental, dando, assim, início a  "avenida central do mundo".  De uma forma geral a Rota da Seda vai começar na China e chega até a Ásia Central, bem como a partir daí o comércio se desenvolve e passa a despertar o interesse de diversos outros povos, sobretudo até chegar ao Império Romano no Ocidente. Contudo,  é interessante observar e compreender  que a partir da evolução das relações comerciais, a Rota da Seda vai intercambiar ligações militares, religiosos, culturais, que iram influenciar precisamente nos aspectos sociais, políticos e econômicos da região. A ideia é perceber como tudo foi interconectado, desde o campo das ideias à produtos,  e de como isso irá contribuir para a prosperidade de diversos povos, devido o grande fluxo de pessoas e

mercadorias que transitaram naquela área.  

A princípio, o comércio de cavalos foi o ponto de partida para a criação da Rota da Seda que teve como principais aliadas as tribos nômades estabelecidas nas estepes asiáticas, a se destacar os mongóis, casaques, Rus’. Deste modo, evidencia-se que o comércio era continental, visto a proximidade geográfica destes povos.  

No desenrolar do comércio em volta da Rota da Seda, os chineses aprimoraram suas estratégias econômicas, passando a levantar características sociais, econômicas e políticas de possíveis aliados comerciais através de relatórios, a exemplo da Índia, Pérsia e Ásia Central. A partir das referidas análises, os chineses expandiram seus laços econômicos com diversos outros povos, o que fez com que a Rota da Seda passasse a ser uma rota intercontinental, a qual influenciou trocas comerciais, ao longo de seus séculos de existência, com Roma, Pérsia, Inglaterra, Ásia Central, Afeganistão, França, Cartago, Arábia, Golfo Pérsico, Índia, Grécia. Além de que, a partir do século XVI também usufruiu da exploração dos minérios americanos.  

Ao tratarmos da Rota da Seda, é indispensável que se analise o papel que a seda chinesa teve para a prosperidade econômica da mesma, tendo em vista que era um produto muito cobiçado e valorizado, pois era um tecido leve e tinha boa textura, podendo ser usado como lençol ou roupa (FRANKOPAN, 2019, p. 30). Frankopan cita ainda que a seda, além do conforto, era tida também como “símbolo de poder político e

social: estar envolvido em volumosa quantidade de preciosa seda era uma maneira importante pela qual o chanyu (o supremo líder da tribo) enfatizava o próprio status e recompensava os que estavam à sua volta” (2019, p. 30).  

Devida a sua importância comercial (e simbolismo social), a seda, a partir do momento em que os romanos se interessam em comercializar com a China passa a ser usada como moeda internacional. À época, Roma tinha enorme influência sobre o Mar Mediterrâneo (Mare Nostrum, para os romanos), que por sua localização estratégica, conectava o continente europeu, africano e asiático, e com isso, facilitou a difusão da seda e seu uso como moeda de troca, tornando-se efetivamente transcontinental. A interferência dos romanos no comércio da Rota da Seda implicou num intenso intercâmbio de produtos na Eurásia, visto que compravam a seda em troca de metais como ouro e prata, além de vidro e outros materiais que eram comercializados com árabes e indianos a exemplo de tapeçarias, corantes, pedras preciosas, dentro outros.  

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