Análise de Documento Peça teatral de Anchieta: Na Festa de S. Lourenço
Por: Lima Eduardo Araujo • 26/3/2021 • Artigo • 2.639 Palavras (11 Páginas) • 149 Visualizações
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Análise de Documento
Peça teatral de Anchieta:
Na Festa de S. Lourenço
Discente: Jorge Eduardo Araújo Lima
Disciplina Optativa: História e historiografia da Educação do Brasil: objetos e fontes Docente: Juliana Miranda Filgueiras
Alfenas –MG
2015
Análise de Documento
Jorge Eduardo Araújo Lima
Análise apresentada como trabalho da disciplina História e Historiografia do Brasil: objetos e fontes(2015/01). Docente responsável pela disciplina, Prof. Juliana Miranda
Análise de Documento
Jorge Eduardo Araújo Lima
[...] Cá estamos jubilosos, em tua celebração. Por teus rogos valiosos, Deus que nos dê os seus rogos, fique em nosso coração. […]
(José de Anchieta)
SUMÁRIO:
Resumo.......................................................................................................02
Introdução...................................................................................................03
Catequese e Educação..................................................................................04
Personagens.................................................................................................05
Costumes.....................................................................................................07
Considerações Finais...................................................................................09
RESUMO
O presente trabalho se trata de uma pequena análise de uma peça teatral escrita por José de Anchieta em meados de 1587 na colônia portuguesa/Brasil, para ser apresentada na ocasião da festa/solenidade católica de São Lourenço (mártir) na aldeia de S. Lourenço, hoje parte de Niterói, na data de 10 de agosto de 1587. Tendo por cenário o porto da aldeia e o adro da capela de S. Lourenço, quando Anchieta ainda provincial, visitava o colégio do Rio de Janeiro. A peça é retirada do livro Teatro de Anchieta, publicado em 1977. A peça teatral tinha por finalidade a catequização do gentio, onde se expunha as práticas religioso-culturais dos índios como errada e profanas. Para tanto o teatro servia para trazer á luz a verdadeira religião e salvação (católica) para os gentios. A peça apresenta cinco atos, com entorno de 15 personagens.
Palavras chaves
Anchieta/teatro/catequese/História do Brasil Colônia
1. INTRODUÇÃO
Incorporado na história da colonização do Brasil, tido como herói nacional ou herói da renascença e até mesmo como anti-herói em análises a cerca de sua atuação. José de Anchieta (1534-1597) Ingressou na companhia de Jesus em 1548, veio para a colônia portuguesa na frota de D. Duarte da costa, segundo governador geral, aportando nessas terras em 1553. E na colônia portuguesa atua como membro da companhia cerca de Trinta e quatro anos, chegando inclusive ao posto de Provincial da companhia na colônia maior posto da mesma.
Anchieta na busca pela conversão do gentio escreve peças teatrais. Como a Da festa de São Lourenço. Nota-se, no entanto, que a companhia não teve interesses educacionais e sim catequizantes, bem como Anchieta, e as peças serviam bem a este serviço. Através de cinco atos, personagens são expostos representando mal e bem em que através das representações do Mal de Guaxára e seus companheiros, se expõe aos índios o certo e errado da ótica cristã.
As peças então consistem em um dos mecanismos mais úteis de conversão do gentio, empregado por Anchieta.
2. CATEQUESE E EDUCAÇÃO
O presente trabalha visa uma pequena análise a cerca dessa peça teatral, do século XVI escrita no Brasil colônia, por Anchieta. No entanto se faz presente, antes do mesmo, uma pequena diferenciação de termos a cerca do papel executado pelos jesuítas, nessas terras.
Os jesuítas não quiseram, nem tinham intuito imediato de um processo educacional na América portuguesa. Portanto, é necessário efetuar uma diferenciação entre Catequização e Educação, pelos inacianos que aqui atuaram. Diferente do que a tradicional historiografia prega os jesuítas não tinham intuito educacional e sim catequizante que visava à conversão do gentio que num primeiro momento, o do descobrimento, foi tido como papel em branco a ser escrito, mas que anos mais tarde (meados da década de 1550) faz Manuel da Nóbrega, provincial da Companhia, anunciar que a catequese nas aldeias havia falhado.
Maria Lucia Hilsdorf, em concordância com Rachel Wrege escreve:
“Com Wrege vemos que, para acentuar a missão civilizadora da cultura portuguesa, a abordagem de ‘fundo patriótico’ de Serafim Leite constrói uma prática escolar de nível secundário para os primeiros anos de atividade dos jesuítas, induzindo ao equívoco tão propagado entre historiadores da educação, inclusive Fernando de Azevedo, da existência de uma educação escolar planejada e ministrada em colégios anterior/desde ao desembarque na Bahia, em março de 1559.” (CUSTÓDIO, N. Ap; HILSDORF, M. L. 1995)
Hisldorf ainda expõe um trabalho pioneiro do historiador L. Alves de Mattos que caracteriza os primeiros anos de atuação do jesuíta como período heróico, em que, se caracterizava pelo contato com gentio, criação de aldeamentos para adultos e recolhimentos para crianças, um período genuinamente missionário. Análise usada por Hilsdorf para compreender a conexão catequese-educação e expor e desmistificar o mito propagado pela historiografia tradicional do colégio que teria fundado a cidade de São Paulo, que segundo a autora, não era colégio era casa de recolhimento de meninos gentios, colonos e de órfãos trazidos de Lisboa (enviados pela cora sem nenhum pedido de Nóbrega, como bem destaca Hisldorf no mesmo artigo), portanto sem nenhum caráter educacional secundário e nem se chama São Paulo, era aldeia de São Vicente.
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