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As Revoltas Coloniais

Por:   •  30/9/2021  •  Resenha  •  3.388 Palavras (14 Páginas)  •  144 Visualizações

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As denominadas Revoltas Nativistas foram um grupo de movimentos locais, rebeliões e revoltas que aconteceram no mesmo período e tiveram uma coisa em comum: o nativismo, que nada mais é do que o sentimento de apego profundo pelo lugar em que nasceu. As revoltas, que começaram a acontecer em meados de 1641, muitas vezes expressavam o desagrado da população da colônia brasileira em relação às medidas tomadas pela coroa portuguesa, e eram formados por pessoas de várias classes, desde escravos até donos de terras. Era notável também que todos tinham um caráter regionalista e não se preocupavam com a unidade nacional.

Entre os principais conflitos podemos destacar a Guerra dos Mascates, em Pernambuco, que foi fundamental na separação de Recife e Olinda; A Revolta dos Irmãos Beckman, no Maranhão, que aconteceu após a crise açucareira que atingiu o Brasil em 1680; A Guerra dos Emboabas, em Minas Gerais, que culminou na criação da Capitania de São Paulo; A Aclamação de Amador Bueno da Ribeira, em São Paulo e a Revolta de Filipe dos Santos, em 1720, na Capitania de São Vicente.

Revoltas Nativistas

Revolta de Beckman

Ocorreu no Maranhão em 1684. Liderada por Manuel Beckman, teve como causa principal a falta de mão-de-obra escrava e o desabastecimento e altos preços das mercadorias comercializadas pela Companhia Geral de Comércio do Estado do Maranhão, criada pela coroa portuguesa em 1682.

Guerra dos Emboabas

Ocorreu em Minas Gerais entre os anos de 1708 e 1709. Os bandeirantes paulistas queriam exclusividade na exploração das minas de ouro descobertas por eles. Porém, portugueses e colonos de outros estados (chamados de emboabas pelos paulistas) também queriam o direito de exploração. O conflito ocorreu pela disputa de exploração do ouro entre estes dois grupos.

Guerra dos Mascates

Ocorreu em Pernambuco entre 1710 e 1711. Teve como principal causa a disputa política entre os senhores de engenho de Olinda e os mascates (comerciantes portugueses) pelo controle de Pernambuco.

Revolta de Filipe dos Santos

Também conhecida como Revolta de Vila Rica, ocorreu em Vila Rica (Minas Gerais), atual Ouro Preto, no ano de 1720. Liderada por Filipe dos Santos, teve como causas:

- A cobrança de altos impostos e taxas pela coroa portuguesa sobre a exploração de ouro no Brasil.

- A criação das Casas de Fundição, criada para controlar e arrecadar impostos sobre o ouro encontrado na colônia.

- Proibição da circulação do ouro em pó, com punições severas para quem fosse pego com o ouro nesta condição.

- Monopólio das principais mercadorias pelos comerciantes portugueses.

Muitas das revoltas que aconteceram nesse período visavam manter inclusive a ordem escravocrata. Em nenhum momento, no início das revoltas nativistas tinha-se o desejo de separar o Brasil de Portugal, essa foi uma ideia concebida muitos anos depois, com a influência da Revolução Francesa, que aconteceu em 1789, e fez crescer nos brasileiros o desejo de romper com Portugal, para organizar o ambiente local e melhorar a vida dos nativos.

Os movimentos separatistas no Brasil são mobilizações que pregam o independentismo de certos territórios brasileiros, geralmente baseados no conceito de autodeterminação dos povos. Suas motivações podem ser religiosas, políticas, culturais ou econômicas. Estes movimentos têm sido constantes na história do Brasil, surgindo pela primeira vez com a aclamação de Amador Bueno como rei de uma província de São Paulo

Com o fim da União Ibérica, em 1640, a Coroa Portuguesa interferiu diretamente na questão da escravização indígena. Economicamente enfraquecidos com o período de dominação hispânica, Portugal proibiu a escravização dos índios. Com tal medida, a Coroa portuguesa buscava ampliar seus lucros com o comércio dos escravos africanos trazidos das regiões da costa africana.

Sentindo-se diretamente prejudicados com tal medida, um grupo de bandeirantes paulistas organizou uma represália que expulsou os padres jesuítas, também contrários à escravidão indígena, da Vila de São Paulo. Além disso, eles tentaram aliar-se ao fazendeiro e bandeirante Amador Bueno nessa revolta contra a administração lusitana. Os bandeirantes paulistas pretendiam elevar Amador Bueno à condição de governador de São Paulo.

Amador Bueno, que temia por algum tipo de represália por parte de Portugal, não aderiu ao movimento e jurou fidelidade à Coroa. Com isso, o movimento dos bandeirantes paulistas perdeu sua sustentação e a ordem pelo fim da escravidão indígena foi mantida.

Inconfidência Carioca foi a repressão por parte do Governo colonial a um movimento de intelectuais que surgia no Rio de Janeiro. Fundada em 1771, a Academia Científica do Rio de Janeiro era formada por intelectuais que discutiam assuntos filosóficos e políticos, semelhantemente ao que ocorria na Europa. Baseados nos ideais iluministas da Revolução Francesa, essas pessoas começaram a discutir certos assuntos e a ter posse de determinados livros que comprometiam a estabilidade política do governo.

Temendo que essa onda ideológica resultasse na revolta de mais pessoas, podendo assim desencadear um movimento armado, o novo vice-rei, conde de Resende, resolveu fechar a Sociedade em 1794. Entre os inconfidentes cariocas estavam o poeta Manuel Inácio da Silva Alvarenga, Vicente Gomes e João Manso Pereira. Acusados de envolvimento com a Maçonaria, os envolvidos foram presos. Por não encontrarem nenhum tipo de provas a respeito da conspiração, os detidos foram liberados.

A Inconfidência Mineira foi uma das maiores revoltas organizadas contra a Coroa portuguesa durante o período colonial e envolveu parte da elite da capitania de Minas Gerais.

Inconfidência Mineira, ou Conjuração Mineira, é como ficou conhecida a revolta de caráter separatista que estava sendo organizada na capitania das Minas Gerais no final do século XVIII. Essa revolta foi organizada pela elite socioeconômica de Minas Gerais e acabou sendo descoberta pela Coroa portuguesa antes de ser iniciada. Tiradentes foi um dos envolvidos nessa revolta.

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