Atividade Interdisciplinar de História Unopar 7º Semestre
Por: mangelli • 11/11/2020 • Trabalho acadêmico • 2.629 Palavras (11 Páginas) • 282 Visualizações
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 3
CONSIDERAÇÕES FINAIS 9
REFERÊNCIAS 10
INTRODUÇÃO
Nos anos que se seguiram após a Segunda Guerra Mundial, surgiram na América Latina teorias que se propunham a analisar o quadro econômico na região e as relações da localidade com o restante do planeta.
Uma dessas teorias foi a Teoria do Desenvolvimento, que tinha por objetivo à identificação das barreiras que se impunham à plena implantação da modernidade. Dentro da perspectiva dessa teoria que surge a CEPAL – Comissão Econômica para a América Latina e Caribe.
Essa Agência foi criada com o objetivo de fundar uma base institucional que gerasse condições de desenvolvimento para os países da América Latina, e defendia que os países latino-americanos só conseguiriam se desenvolver a partir da montagem de um robusto aparato industrial orientado pela ação do Estado.
Com a incapacidade do capitalismo de replicar nos países latino-americanos experiências bem sucedidas de desenvolvimento e, portanto, deu-se o início da crise na Teoria do Desenvolvimento, surgindo então a Teoria da Dependência.
Essa nova perspectiva teórica, diferentemente da primeira, tentava compreender as limitações de uma forma de desenvolvimento que se iniciou em um período histórico diferente, no qual a economia mundial já estava consolidada sob a hegemonia de poderosos grupos econômicos e forças imperialistas. Por esse motivo, enxergava que a forma de desenvolvimento implementada na América Latina tenderia a aprofundar cada vez mais as relações de dependência.
Mesmo estando, de forma mais geral, fundamentada sobre a crise das teorias que consideravam a possibilidade de se desenvolver na região latino-americana um capitalismo autônomo, no interior da Teoria da Dependência surgiram interpretações que, nem sempre, eram convergentes em termos de sua análise e compreensão desse processo.
Exposto isso, nosso objetivo nesse artigo é, a partir da análise de duas das principais correntes da Teoria da Dependência – a corrente weberiana e a corrente marxista – mostrar as diferenças entre tais interpretações, e ao mesmo tempo destacar os problemas e limitações da interpretação weberiana, ressaltar os motivos que nos levam a aceitar a análise marxista com a mais apta à compreensão do desenvolvimento capitalista na periferia.
TEORIAS DA DEPÊNDENCIA: SURGIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS CORRENTES DE PENSAMENTO
A Teoria da Dependência nasceu na América Latina nos anos 60, e objetivava explicar as novas características do desenvolvimento socioeconômico da região, iniciado de fato entre 1930-1945.
Desde os anos 30, as economias latino-americanas, sofrendo o impacto da crise econômica mundial iniciada em 1929, haviam se orientado na direção da industrialização, caracterizada pela substituição de produtos industriais importados das potências econômicas centrais por uma produção nacional. Em seguida, terminado o longo ciclo depressivo (caracterizado por 2 guerras mundiais, uma crise global em 1929 e à exacerbação do protecionismo e do nacionalismo), restabelecia-se depois da II Guerra Mundial, através da hegemonia norte-americana, a integração da economia mundial. O capital, concentrado então nos EUA, expandiu-se para o resto do mundo, na busca de oportunidades de investimento que se orientavam para o setor industrial.
Em termos de corrente teórica, a Teoria da Dependência se propunha a tentar entender a reprodução do sistema capitalista de produção na periferia, enquanto um sistema que criava e ampliava diferenciações em termos políticos, econômicos e sociais entre países e regiões, de forma que a economia de alguns países era condicionada pelo desenvolvimento e expansão de outras.
Nesse sentido, o conceito de subdesenvolvimento correspondia a uma situação de desenvolvimento pré-industrial.
Além disso, a teoria também ressaltava que o desenvolvimento dependia não só da modernização das condições econômicas, mas sobretudo das condições sociais, institucionais e ideológicas dos países. Não obstante, pelo fato de desenvolvimento e subdesenvolvimento serem considerados apenas como aspectos distintos da mesma realidade, só poderiam ser distinguidos no âmbito quantitativo – ou seja, através da utilização de uma série de indicadores, que naquele momento eram os únicos critérios adequados para situar as economias em distintos pontos da “escala evolutiva” – sem dar maior importância aos aspectos estruturais, que certamente eram os responsáveis por fundamentar tais desigualdades.
Foi nessa perspectiva que no final da década de 1940 foi criada, pelo Conselho Econômico e Social das Nações Unidas, a CEPAL – Comissão Econômica Para a América Latina e Caribe.
A CEPAL desenvolveu-se como uma escola de pensamento especializada no exame das tendências econômicas e sociais de médio e longo prazo dos países latino-americanos. Seu principal objetivo era a fundamentação de uma análise econômica e de uma base institucional que criasse condições para que o desenvolvimento da região se firmasse de forma autônoma.
Com uma crítica contundente ao euro-centrismo implícito na teoria do desenvolvimento e ao imperialismo euro-norte-americano, foi instrumentalizada a partir da teoria estruturalista do subdesenvolvimento periférico, a agenda de reflexão inaugurada pela CEPAL compunha-se do diagnóstico da profunda transição que se observava nas economias subdesenvolvidas latino-americanas: tratava-se da passagem de um modelo de crescimento primário-exportador ao modelo de “desenvolvimento para dentro”. Dentro desse escopo, o que os principais autores da CEPAL propunham era um modelo de desenvolvimento pela via industrial, uma vez que entendiam que a industrialização era o elemento aglutinador e articulador do desenvolvimento, progresso, modernidade, civilização e democracia política, além deste ser o único modelo capaz de superar a tendência permanente à deterioração dos termos de troca, que desfavorece os países exportadores de bens primários ao transferir renda da periferia em direção ao centro.
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