COLONIZAÇÃO DO EXTREMO OESTE CATARINENSE
Por: Tayná Schregele • 12/9/2017 • Trabalho acadêmico • 1.157 Palavras (5 Páginas) • 649 Visualizações
Síntese sobre: COLONIZAÇÃO DO EXTREMO OESTE CATARINENSE:
Contribuições para a história campesina da América Latina
1. As Questões Fronteiriças e o Ciclo da Pecuária
A riqueza da mata de araucárias, a abundância de erva-mate e os Campos de
Palmas ótimos para a criação de gado, moveram uma das mais acirradas disputas no
Oeste Catarinense. A disputa com a Argentina demonstra a expansão territorial que
ocorria no século XIX, e o longo período de disputa com o Paraná reflete a busca das
riquezas naturais para o desenvolvimento econômico dos estados brasileiros.
A pecuária foi um importante ciclo que contribuiu com a criação de novos
povoados e rotas de deslocamento até São Paulo. Com a implantação de fazendas por
parte da coroa portuguesa, os primeiros fazendeiros que acompanhavam as bandeiras
da coroa portuguesa povoaram o Campos de Palmas, e alguns outros foram mais além,
até o que hoje conhecemos pela cidade de Campo Ere, minha terra natal, e cidade que
fica no oeste catarinense, e faz divisa com o Paraná.
Todavia, este movimento deu origem a grandes latifúndios e neste período a
circulação de capitais era insignificante. Fato que para o governo era secundário, pois
havia mesmo a necessidade de garantir a posse sobre a região.
A posse da terra nos campos, o latifúndio e a expulsão dos índios são as
características determinantes da história da região. Economicamente, o referido ciclo
não proporcionou um acúmulo capaz de gerar um desenvolvimento regular, pois a
circulação de capital era praticamente insignificante. Comercializava-se o gado em caso
da necessidade de aquisição de alguns produtos, principalmente alimentícios, que eram
encontrados com maior facilidade na Argentina, logo, observa-se uma transferência de
capital para o país vizinho. A pecuária não proporcionou o desenvolvimento de
indústrias de charque – as charqueadas, também, pequenas indústrias de
aproveitamento de couro como ocorreu em alguns locais do Rio Grande do Sul.
2. O Ciclo da Erva Mate
A ocupação dos territórios em direção das matas do oeste ajudou no
descobrimento da erva mate, e assim, uma nova atividade econômica tomou forma.
A extração era classificada como uma atividade nômade, pois o tempo entra uma
poda e outra, que é de aproximadamente 3 anos, fazia com que os trabalhadores
tivessem que se deslocar, existiam também, os “andarilhos do mato” que não habitavam
o local, mas se instalavam por um tempo com seus poucos pertences para trabalha
Embora a existência de áreas de campo, a maior parte das terras que
compreende o atual território do Extremo Oeste Catarinense, era coberta por matas.
Uma riqueza em madeiras nobres, bem como, uma quantia satisfatória de erva mate.
Pelas condições favoráveis do clima e do solo havia grandes manchas de ervais.
A argentina também avançava na industrialização e a retirada em terrenos
devolutos e o contrabando aumentou muito, fato este que esclarece um pouco da rixa
que existe entre brasileiros e argentinos.
Economicamente falando, essa exploração não foi muito útil para o extremooeste
e as empresas que tentaram se instalar aqui nesta época foram afetadas pela
crise de 1910.
3. O Ciclo da Madeira
O governo do Estado de Santa Catarina sentia a necessidade de colonizar o
extremo oeste catarinense, visando “civilizar” a região que estava habitada até então
por indígenas e igualar a economia promovendo desenvolvimento principalmente ao
restante do estado.
O governo então realizou um “acordo” político com empresas colonizadoras, das
quais, receberiam as terras pertencentes ao governo e em contrapartida deveriam
colonizá-las e adaptá-las ao fluxo de mercadorias e à movimentação dos colonos.
As empresas oportunistas exploravam as terras, sobretudo a madeira mais nobre
e só depois vendiam aos colonos. Tal processo fez com que o intercâmbio comercial
das madeireiras aumentasse drasticamente na região.
Povos alemães, italianos e outros vindos do Rio Grande do Sul, acompanhando
o desenvolvimento do extremo oeste Catarinense, tentavam a “sorte” saindo de suas
moradias, em busca de uma vida melhor e mais lucrativa, já que no Rio Grande do Sul
vinham sofrendo com a escassez de terras.
Buscavam produzir seu bem de consumo e o excesso como forma de renda.
A grande movimentação das madeireiras e a não promulgação de leis
governamentais que proibissem a derrubada das matas, fizeram com que as reservas
fossem esgotadas em curto período de tempo. Restando pouca madeira, o processo
madeireiro foi extinguindo com o passar dos anos.
Em resumo,
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