Características da Cultura e Cosmovisão Africanas e Centralidade do Culto aos Orixás no Brasil
Por: Eduardo Caetano • 1/7/2018 • Resenha • 879 Palavras (4 Páginas) • 380 Visualizações
Síntese “Características da Cultura e Cosmovisão Africanas e Centralidade do Culto aos Orixás no Brasil” – Jorge Manoel Adão
Começamos a leitura vendo a intenção do autor de abordar características da cultura e cosmovisão africanas, especificamente tal abordagem parte da cultura yorùbá, vinda da África Ocidental. Não só isso tal trabalho também nos mostra o surgimento do Culto aos Orixás, buscando de certa forma, didática nos fazer compreender tais especificadas dessa cultura, o que de certa forma vai de encontro com a proposta de implementação da Lei n. 11.645, de 2008, que torna obrigatório o ensino da história e cultura africanas e afro-brasileira na educação básica, juntamente com a história e cultura dos povos indígenas brasileiros.
Inicialmente o autor nos mostra que a interpretação de mundo africano-tradicional, presente nas culturas banto e nagô foram preservadas através dos cultos e religiões afro-brasileiras, sendo que em seguida ele desenvolve os três tipos dessas religiões:
- O culto aos orixás (o nome pode mudar de acordo com a região): é a
única religião propriamente africana: seus orixás, rezas e fundamentos, possuem referência só na África.
- Umbanda: Surge no Brasil no início do século XX, reunindo elementos do cristianismo, pajeísmo, kardecismo e africanismo.
- Quimbanda ou Macumba: cultua os Exus e Pomba-giras (Exu feminino), classificados como Exus Pagãos pelos umbandistas.
A partir deste momento ele destaca sendo um senso comum entre muitos autores, a família, a vida comunitária e a religiosidade como aspectos presentes tanto na cultura banto como a yorùbá. Para os banto, nós podemos destacar a crença do mundo ser criação de Nzambi. Para eles a família é o centro de tudo, tal cultura tem como papel central o da mulher. Vemos também a forte influência da vida em comunidade para os banto, pois para eles quem vive em comunidade, não morre. Já os yorùbá, acreditam na criação por Olorun, senhor de Òrun e do Aiyê, nessa concepção o homem e a mulher foram criados ao mesmo tempo.
Ainda com os nagô, ele nos conta sobre o humanismo yorubano sendo expressado através da filosofia E kú, segundo ele, essa saudação carrega forte desejo para que o interlocutor realize sua atividade da melhor maneira possível. Seguindo ainda a reflexão, é identificado que o yorubano usa de muitos provérbios sendo considerado um dos idiomas mais econômicos do mundo. Com relação ao trabalho entendemos que as profissões eram hereditárias, com conhecimento sendo passado de pai pra filho, esse conhecimento acabava por permitir o surgimento da comunidade familiar, conhecidas pelo exercício passado a gerações, tais ofícios também podem ter ligação com um determinado orixá patrono da casa, como é o exemplo da comunidade consagrada a trabalhar com o ferro, o orixá patrono dessa comunidade seria Ògún, patrono dos metalúrgicos. Já as atividades recreativas nessa sociedade são usadas na educação informal como meio para transmissão de conhecimentos, regras e tabus dos yorùbá.
O mesmo ainda enfatiza no texto o papel do mito e o símbolo na cultura yorubana para a sua compreensão. Sendo assim, segundo Rehbein, toda oferenda, sacrifício e ritos implica na transmissão e assim uma revitalização do axé. “O todo está dentro de cada parte, assim como cada parte está no todo”. Para ele esse tipo de simbologia é consciente e inconscientemente vivido pelos sacerdotes das religiões de matriz, principalmente o candomblé.
Entre as Religiões de Matrizes Africanas no Brasil, historicamente destaca-se, em especial, o culto aos Orixás, sendo mais recentemente acompanhado, dos demais cultos de origem ou influência africana no Brasil. Neste momento ele se usa de dados do Censo de 2000 do IBGE, para nos mostrar o crescimento do candomblé no país, mesmo com a diminuição de adeptos das religiões de matriz africana, tal crescimento vem de adesão recente, mesmo sem as pessoas terem tido contato antes. Aqui ele nos explica a estrutura que embasa e dá sentido ao Culto aos Orixás. Os elementos são:
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