Cruzadas Abordagem de Três Autores

Biblioteca Parque – Centro da cidade

Apresentação de suas principais características

Ao chegar à biblioteca pública, nos deparemos com uma vasta área dividida em diversos espaços separados em dois andares. Os acervos variam com a área em que se enquadram. Ao que pareceu, o segundo andar do prédio é dedicado exclusivamente às obras acadêmicas, estando a área das Ciências Humanas à esquerda da escadaria que leva ao andar.

Duas partes da biblioteca que me chamaram à atenção foram o espaço dedicado somente a autores ou grandes figuras negras e a parte dos compartimentos multimídia em que a cada dia uma série de pessoas desabrigadas são convidadas a assistir a filmes. No primeiro andar, há também um espaço reservado às crianças e a contar histórias, outro com literatura juvenil e finalmente um direcionado aos quadrinhos. Além do aluguel dos livros na biblioteca, há dois quiosques para a venda de livros e filmes divididos por uma área de leitura.

Acerca da parte destinada às Ciências Humanas propriamente, destaca-se a abrangência da mesma, sobretudo na parte de História, que compreende três corredores pequenos, mas com grande acervo. Há clara divisão periódica e por área de interesses. As prateleiras dedicadas à Idade Média vêm logo após as da Antiguidade. Obras como as dos medievalistas dos Annales estão em grande quantidade. A área de Filosofia, utilizada em menor escala para o trabalho, apesar de maior que a de História tinha visivelmente uma menor quantidade de livros.

Foi interessante notar que há um equilíbrio entre obras acadêmicas, outras voltadas para as escolas e uma terceira parte como compilado para conhecimento mais geral acerca dos temas.

Pesquisa sobre os livros que tratam dos temas almejados

Livros encontrados voltados à Igreja Medieval – Constantino Kouzmin-Korovaeff – Mistérios e revelações da Idade Média; Marc Bloch – A sociedade feudal; Susani Silveira Lemos França, Renata Cristina de Sousa Nascimento, Marcelo Pereira Lima – Peregrinos e peregrinação na Idade Média; Geoffrey Brainey – Uma breve história do mundo; Will Durant – A história da civilização: a idade da fé;

Livros encontrados voltados aos Turcos – Maria Yedda Linhares - O Oriente Médio e o mundo árabe; Amin Maalouf – As Cruzadas vistas pelos árabes;

Livros encontrados voltados às Cruzadas – Steven Runciman – História das Cruzadas vol. 3; Cécile Morrisson – Cruzadas; Constantino Kouzmin-Korovaeff – Mistérios e revelações da Idade Média; Winn Blockmans, Peter Hoppenbrouwers – Introdução à Europa Medieval; Larousse – As grandes batalhas da História; Luiz Galdino – As Cruzadas; Amin Maalouf – As Cruzadas vistas pelos árabes; Jan Guillou – O cavaleiro templário; Jacques Heers – História Medieval;

Livros encontrados voltados ao Humanismo Cristão – Jacques Le Goff – Os intelectuais na Idade Média; Constantino Kouzmin-Korovaeff – Mistérios e revelações da Idade Média; Jacques Le Goff – As raízes medievais da Europa;

Livros encontrados voltados às Bruxas – Jean Delumeau – A história do medo no Ocidente; Constantino Kouzmin-Korovaeff – Mistérios e revelações da Idade Média; Jacques Le Goff – Homens e mulheres da Idade Média; Catherine Rider – Magia e religião na Inglaterra Medieval;

Livros encontrados voltados aos Judeus – Jean Delumeau – A história do medo no Ocidente; Alan Dershowitz – Em defesa de Israel; Paul Johnson – História dos judeus; Hannah Arendt – Escritos judaicos; Bernardo Sorj – Judaísmo para todos; Cécile Morrisson – Cruzadas; Karl Marx – Sobre a questão judaica; Rainer Kessler – História social do antigo Israel;

Livros encontrados voltados aos Vikings – Manuel Velasco – Breve história dos vikings;

Livros encontrados voltados aos Normandos – Larousse – As grandes batalhas da História; Cécile Morrisson – Cruzadas;

Livros encontrados voltados ao Neoaristotelismo – Jean-Pierre Torrell – Iniciação a Santo Tomás de Aquino; Tomás de Aquino – Sobre o ensino (De magistro) Os sete pecados capitais; Jacques Le Goff – Os intelectuais na Idade Média;

Livros encontrados voltados à Filosofia Medieval – Jacques Le Goff – Os intelectuais na Idade Média; Jean-Pierre Torrell – Iniciação a Santo Tomás de Aquino; Tomás de Aquino – Sobre o ensino (De magistro) Os sete pecados capitais; Constantino Kouzmin-Korovaeff – Mistérios e

revelações da Idade Média; Rosalie Helena de Souza – Busca do conhecimento; Édouard Jeauneau – A filosofia medieval; Luciano de Crescenzo – História da Filosofia medieval.

Resenhas – Cruzadas

A escolha do referido tema para a confecção das três resenhas envolve-se diretamente com a perspectiva de saber mais sobre o assunto a partir do ponto de vista de autores nos quais eu tenho pouco conhecimento sobre a obra. As leituras sobre as Cruzadas durante a disciplina de Idade Média II indicaram que mesmo sendo um tema conhecido, ainda tem um campo de análises e dissonâncias, principalmente no que diz respeito ao que seria o início das empreitadas cristãs em territórios orientais. Tentar perceber as dinâmicas envolvidas sobre o assunto enquanto um campo de disputas para além das bases ideológicas e enquadramento em apenas um âmbito, as Cruzadas nos permitem reconhecer diversas trocas culturais até mesmo em um estado de guerra, e isso me instigou à produção das resenhas abaixo.

Primeira resenha – Cécile Morrisson, Cruzadas – capítulo 1 (As origens das Cruzadas) Segunda resenha – Amin Maalouf, As Cruzadas vistas pelos árabes – parte 1 – capítulo 1 (A chegada dos franj)

Terceira resenha – Jacques Heers, História Medieval – capítulo 12 (As Cruzadas no Oriente)

Resenha 1

A obra da historiadora Cécile Morrisson, Cruzadas, começou por ressaltar as condições sociais e econômicas do final do século XI que para ela foram elementos fundamentais para a origem dos embates. Ao passo que destacou tais condições, salientou que não trataria delas ao longo do capítulo em favor de valores específicos que explicavam o que ela caracterizou como um entusiasmo que se tinha pelo Oriente que consequentemente impulsionou as Cruzadas.

Os primeiros valores analisados por ela foram identificados como causas afastadas que provocaram a ideia dos confrontos, e os últimos foram os das causas próximas, que efetivamente causaram as guerras a partir