DOS PRIMÓRDIOS DA FENAMILHO AOS ESPETÁCULOS DOS RODEIOS NA CIDADE DE PATOS DE MINAS
Por: nayarabarbosa12 • 16/4/2019 • Projeto de pesquisa • 9.330 Palavras (38 Páginas) • 188 Visualizações
DOS PRIMÓRDIOS DA FENAMILHO AOS ESPETÁCULOS DOS RODEIOS NA CIDADE DE PATOS DE MINAS
Nayara Maria Dias Barbosa[1]
Altamir Fernandes de Sousa[2]
Resumo: O presente trabalho se trata de uma pesquisa sobre as origens da Festa Nacional do Milho de 1959, realizada na cidade de Patos de Minas/MG, bem como analisa o sucesso dos rodeios de montarias de cavalos e touros no referido evento. Foi investigada por meio de uma pesquisa bibliográfica a origem dos rodeios, que se deu nos Estados Unidos e a sua chegada em território nacional. O estudo em tela analisou as polêmicas envolvendo o memorialista Oliveira Mello e Padre Almir Neves de Medeiros quanto à origem da iniciativa do evento festivo. Espera-se que esse trabalho possa contribuir para novos estudos sobre a tão decantada Festa Nacional do Milho e o celebrado rodeio de montarias de cavalos e touros.
Palavras-chave: FENAMILHO. Patos de Minas/MG. Rodeios.
1 INTRODUÇÃO
O tema do trabalho surgiu em decorrência de se analisar e aprofundar sobre os primórdios das festas agropecuárias do País. Nesse sentido, é necessário resgatar a FENAMILHO, realizada em Patos de Minas/MG, as potencialidades do evento e o envolvimento de pessoas que se dedicaram para que essa “pequena” festa se tornasse grande e de repercussão nacional. Compreender as nuances que levaram a festa a ganhar esta proporção é relevante, pois a Festa Nacional do Milho se tornou uma atração de âmbito regional, como entretenimento e ganhou um nome significativo em todo país.
De forma geral, o trabalho aborda um tema de grande conhecimento popular na cidade de Patos de Minas, no Alto Paranaíba, em Minas Gerais - a Festa Nacional do Milho, a FENAMILHO. Uma de suas grandes atrações, que ajudou a festa se tornar um marco nacional, é o rodeio, marca registrada na “grande festa” e estão juntos ao longo de quase sessenta anos, pois o mesmo é um ponto alto e atrativo do evento.
O rodeio é uma das atrações principais da festa e muito popular no País todo. Um esporte diferente, praticado em touros e alguns rodeios em cavalos também, prática essa que veio dos norte-americanos e tomou seu espaço na sociedade brasileira e hoje é vista como cultura e tradição.
O início da história do Rodeio, nas primeiras décadas do século XIX, ocorreu em algumas fazendas com animais, que seriam o gado, mais especificamente bois ou touros, no Centro-Oeste norte-americano. No Brasil, suas origens remontam ao período do “Brasil Colônia”; mas esse crescimento vertiginoso de prática esportiva se consolidou a partir dos anos 1950 e com o advento do agronegócio, se expandiu por todo o país. Em síntese, podemos afirmar que
O rodeio revela bem essa ambiguidade. Sua origem evidencia-se no labor pecuário, dando vazão a momentos lúdicos de disputa entre peões. Desde o Brasil Colônia, com características particulares de cada região, os rodeios estiveram presentes nas cidades durante festividades e, mais tardiamente, em circos de tourada. Gradativamente, foram hibridados com formas mundializadas de rodeio a fim de manter o nível do espetáculo, este já inserido no braço recreativo do agronegócio mostras agropecuárias e festas de peão (PIMENTEL, 2006, p. 94).
Essa atividade esportiva praticada em animais, é hoje um marco nacional em todo país e em festas agropecuárias de grandes estruturas, e acontece em muitas cidades pequenas também, ou seja, o rodeio é um esporte muito conhecido, e de grande espetáculo também na FENAMILHO.
O presente trabalho inclina-se em aprofundar sobre os primórdios e as polêmicas do surgimento da primeira Festa do Milho no ano de 1959, a qual se torna uma das maiores festas agropecuárias do País. Tem como propósito, ainda, analisar um dos focos principais da festa, que é o rodeio em touros e cavalos, show esse que nasceu juntamente com a festa, e leva um grande público a prestigiar o esporte em animais. O rodeio envolve as maiores estrelas dos espetáculos que são os peões, e a beleza das musas do rodeio que engrandecem o concurso que vem sendo destaques ao longo dos anos.
Foi feita uma revisão da literatura, por meio de uma pesquisa bibliográfica, sobre as origens do rodeio nos Estados Unidos e no Brasil. Especificamente, para se estudar a Festa do Milho e os rodeios, foram utilizados os livros de apoio da artística plástica e pesquisadora da história de Patos, Marialda Coury, atualmente, a responsável pela Casa da Cultura Memorial do Milho, localizada nas dependências do Sindicato dos Produtores Rurais de Patos de Minas, a qual trouxe à baila, no ano de 2008, na época do jubileu de ouro da Festa do Milho, a publicação do livro “A Festa do Milho através dos tempos”. A autora traz detalhes importantes do surgimento do Rodeio, na segunda Festa do Milho, no ano de 1960, o qual desde o início foi importante palco de alegria nos primeiros anos de festa e que continua sendo, havendo um prestígio ainda maior nos tempos atuais. Também é relevante o livro do memorialista Oliveira Mello, intitulado “Festa do Milho: 25 anos”, publicado em 1983. Outro trabalho de grande importância, de autoria de Altamir Fernandes, professor no Centro Universitário de Patos de Minas, é o livro “Colégio Estadual de Patos de Minas: memórias de sua criação”, que retrata alguns marcos importantes da Festa Nacional do Milho. Esses livros de apoio no trabalho se encontram atualmente na Biblioteca do Centro Universitário de Patos de Minas- UNIPAM.
Este é um trabalho relevante para a história cultural e social de Patos de Minas, pois foi realizada uma pesquisa histórica da trajetória da festa, que é hoje um grande símbolo nacional.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
O Rodeio como um todo, é de fato um grande espetáculo no Brasil, porém, ambíguo, pois muitas pessoas clamam e defendem o esporte com unhas e dentes, enquanto outros ecologistas são radicalmente contrários à referida prática. A princípio, existe um pensamento do senso comum de que o rodeio vem de origem brasileira, quando na verdade, as primeiras práticas surgiram nas fazendas de gado no Centro-Oeste norte-americano, conforme se vê:
Alguma primeira prática com semelhança ao rodeio teve surgimento após os colonos norte-americanos vencerem a guerra contra o México, no século XIX. Ao colonizarem o sul do país adotaram alguns costumes espanhóis, como a doma e as festas populares. Durante as tarefas no campo os cavaleiros tinham que suportar os pulos de animais xucros e laçar novilhos para marcarem e curar. Certo dia em uma roda de amigos alguém havia perguntando quem era o melhor, e assim surgiu a ideia e fazer a competição (PIMENTEL, 2006, p. 95).
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