Ditadura brasileira representada no cinema
Por: DiegoCianelli • 2/11/2016 • Artigo • 708 Palavras (3 Páginas) • 208 Visualizações
Diego Cianelli – 3 em A
A ditadura representada no cinema
Medo e Memória
Após o fim da ditadura no Brasil, que se estendeu desde 1964 até 1984, grande parte da população tentava se recuperar deste período extremamente violento e marcante para história de qualquer um que tenha vivido nesta época. Diversas manifestações culturais foram feitas em relação a esta, como músicas, livros e filmes e não é surpresa que a grande maioria, senão todas, fazem fortes críticas sobre o que foi e o que deixou a ditadura, como ela atuou e as medidas tomadas como a forte repressão, opressão e tortura para o funcionamento do sistema estabelecido.
Um dos filmes que abordam a ditadura e pode ser facilmente ligado a como esta ficou marcada na memória de qualquer um que tenha sido oposto ao regime é, “Ação Entre Amigos” de Beto Brant. No longa os amigos e ex-guerrilheiros Miguel, Paulo, Elói e Osvaldo se reencontram para uma viagem, mas Miguel mostra que o antigo general que os torturou, Correia, não se encontra morto, como diz a informação oficial, mas sim em uma pequena cidade e Miguel quer encontra-lo para uma vingança. Existe um conflito entre os amigos, já que, fazem 25 anos desde que tudo ocorreu e não é unânime a vontade de perseguir o ex-torturador. Após todos convencidos a pelo menos procura-lo, é encontrado e, depois de formulado um plano, capturado e preso pelos amigos em uma árvore no meio da floresta e este conta que só foi possível prende-los e dar início a sessão de torturas que resultou na morte da namorada de Miguel, pois existiu um traidor no grupo que contou onde seria a operação fracassada de roubo a banco. No decorrer do filme Elói conta que este foi ele, porque haviam sequestrado seu pai e este só seria liberado com esta informação.
A partir do fio condutor da história já é possível observar que o tema do filme é baseado na memória deixada pelo período. Correia mata a namorada grávida de Miguel e isso nunca saiu de sua cabeça, a tal ponto que ele precisou ter certeza do laudo oficial que afirmava a morte do torturador. Ao descobrir que este se encontrava vivo e não como constava a informação a vontade de vingança é tão forte que fica cego de vontade. É possível ver uma marca de um órgão repressivo comandado pelo sistema da linha dura muito pesado e marcante, o uso da violência como meio de conseguir informação nos centros clandestinos de tortura, como os DOI-CODI, era uma das marcas mais presentes e no filme isso fica claro.
Além da memória que foi deixada fica claro no filme o medo que foi provocado pelo regime, ao ser sequestrado pelos 3 amigos (Osvaldo desiste e espera ônibus de volta para casa na rodoviária) Correia fala que para conseguir prende-los na operação, pois teria um delator entre eles. Isso faz Miguel perder o controle e pensar que foi Osvaldo, já que, este teria desistido porque o torturador o reconheceria e sai atrás deste após matar o militar. Enquanto Elói e Paulo voltam para pegar Miguel, o primeiro conta que foi ele o delator na época, pois haviam sequestrado seu pai e o único jeito de salvá-lo seria entregar a operação de roubo a banco. Mesmo depois de anos em uma reunião entre amigos que estavam contando segredos sobre este período Elói não consegue contar por vergonha.
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