Fichamento do Cap. 3, “A Revolução Francesa”, do livro “A Era das Revoluções” de Eric Hobsbawn.
Por: Samuel Barreto Jr. • 7/12/2018 • Trabalho acadêmico • 784 Palavras (4 Páginas) • 1.723 Visualizações
Samuel Barreto Jr.
Fichamento do Cap. 3, “A Revolução Francesa”, do livro “A Era das Revoluções” de Eric Hobsbawn.
Eric Hobsbawn, em seu capitulo sobre a Revolução Francesa, no livro “A Era das Revoluções”, expõe inicialmente a ideia de que, apesar da Inglaterra ter sido o palco da Revolução Industrial, foi a França a formadora de toda a ideologia intelectual da economia mundial no século XIX. Aponta também o caráter diferenciado do movimento, que, apesar de não ter sido um fenómeno isolado, “[...] foi muito mais fundamental do que os outros fenómenos contemporâneos e suas consequências foram portanto mais profundas. ” (p. ALALA)
A França, no século XIX, era o pais mais populoso (não considerando a Rússia) e também o mais poderoso de toda a Europa, e isto, para o autor, era o primeiro fato que ajudava a explicar a grandeza da Revolução. O envolvimento das massas populares, o radicalismo do movimento e todas as suas consequências somaram-se a este fator, tornando este momento um evento único e complexo na história.
Apesar de ter sido rival econômica da Grã-Bretanha durante todo o Século XVIII, a França não havia se tornado uma potência e isso, para Hobsbawn, se dava ao fato de sua política não evoluir junto as necessidades capitalistas no mundo nesse período, diferente dos ingleses que se adaptaram de forma bastante rápida. Aliava-se a isso, o fato da monarquia absolutista já ter se tornado inapropriada, o que gerava grandes crises políticas.
“A Revolução Francesa não foi feita ou liderada por um partido ou movimento organizado, no sentido moderno, nem por homens que estivessem tentando levar a cabo um programa estruturado. “ (p. ALALA). Essa falta de um líder, no modelo que a história mais recente tem nos mostrado, revela um ponto muito importante em todo o contexto da Revolução: não havia uma estrutura ideológica organizada que moldasse os passos dela. Nem sequer havia uma ideia de que modelo seria implantado após a derrubada da monarquia absolutista, mas surpreendentemente, toda a grande massa popular queria a revolução. Porém, Hobsbawn mostra que um grupo em especifico deu a revolução uma “unidade efetiva”: a dos burgueses.
Os burgueses seguiam os ideais do liberalismo clássico, propagado pelos economistas e filósofos, esses últimos sendo considerados pelo autor, os responsáveis pela revolução até aquele ponto inicial, já que, apesar de acreditar que a revolução aconteceria mesmo sem eles, suas ideias foram cruciais para todo o movimento, pois, “[...] eles provavelmente constituíram a diferença entre um simples colapso de um velho regime e a sua substituição rápida e efetiva por um novo. ” (p. ALALA)
Após uma sequência de fatos que levaram a França a um caos econômico e político, foi convocada uma Assembleia Geral, na qual o terceiro estado era representado apenas pela burguesia, mas que, após ganharem o apoio dos camponeses e trabalhadores (que eram maioria), conseguiram convocar os Estados Gerais. Nesse momento, a França já tinha se tornado o palco de diversas revoltas.
Dois grupos ganharam notoriedade durante a Revolução: os girondinos, burgueses moderados com ideia liberais e que não eram a favor de matar o rei e causar o terror e os jacobinos, que eram os verdadeiros agitadores do movimento e com ideais extremamente radicais. Em 1793, em meio a uma guerra que já ultrapassava as fronteiras da França, os girondinos perdem para os seus rivais, o que marca o início da República Jacobina, período chamado de “fase do terror”.
Durante esse período a França passou por um rápido momento de desenvolvimento econômico, porém a violência ditava a Revolução. Surge nessa época o Tribunal Revolucionário que julgava supostos políticos infratores, que eram enviados para terem suas cabeças decepadas. Porém, em determinado momento, não havia mais controle e qualquer suposta traição contra o movimento já era motivo de punição. Como afirma Hobsbawn, “[...] por volta de abril de 1794, tanto a direita quanto a esquerda tinham ido para a guilhotina”. (p. ALALA). Ou seja, ninguém estava salvo. Nem mesmo o rei Luís XVI, guilhotinado ainda em 1793. Em 27 de julho de 1794, Robespierre, líder dos jacobinos e responsável por mandar diversas pessoas para a guilhotina durante esse período, foi condenado e teve sua cabeça decepada, dando fim a fase do terror.
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