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Fichamento do Livro Introdução ao Estudo da História: Temas e Textos

Por:   •  24/10/2019  •  Resenha  •  2.013 Palavras (9 Páginas)  •  688 Visualizações

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PETERSEN, Sílvia Regina Ferraz. Introdução ao estudo da História: temas e textos/Sílvia Regina Ferraz Petersen, Bárbara Hartung Lovato. –Porto Alegre: Edição do autor, 2013.

Historiadora marxista brasileira e professora do Setor de Teoria e Metodologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Conhecida pelos trabalhos da formação da classe operária gaúcha, também trabalhou com questões de metodologia e teoria da história. Dentre os vários artigos e livros publicados está a obra, Introdução ao estudo da História: temas e textos, que contribui como material didático para pesquisadores iniciantes no curso de História.

FERRAMENTAS DE TRABALHO DO HISTORIADOR

Não é raro que ofício do historiador se atribua ao ato de “ensinar historia”. Porém essa é uma visão incompleta, pois o historiador além de lecionar, deve ser também um pesquisador. (p.366)

Vale ressaltar que a pesquisa é uma prática. Não cabe apenas aos profissionais experientes. É fundamental que o graduando vá aprendendo durante o curso a obter o domínio dos instrumentos dessa prática. (p.366)

O estudante falha em entender os instrumentos da elaboração da pesquisa como uma espécie de “receita”, que sem compreensão completa reflete na qualidade do conhecimento produzido. (p.367)

A teoria é uma aliada do historiador, ela serve como um “mapa preliminar” que propõe ao pesquisador uma visão ampla da realidade que se deseja investigar. A autora traz experiências com alunos que não tem referenciais teóricos e outros que afirmam não querer a teoria no desenvolvimento do seu projeto. Nada fora do comum para pesquisadores iniciantes. (p.368-369)

Porém esse aluno está trazendo de volta a idéia de que o historiador pode ser Neutro, concepção esta que foi criticada por pensadores contemporâneos como Michael lowy que expressa: “os que pretendem ser sinceramente seres objetivos são simplesmente aqueles nos quais as pressuposições estão mais profundamente enraizadas”. (p.369)

É necessário sair dos conceitos espontâneos que provém do senso comum de determinados aspectos como a definição pronta de um movimento social como a greve trabalhista. (p.370)

Cabe ao pesquisador analisar criticamente e ponderar as alegações de determinado documento sem apontar uma visão verdadeira ou falsa. É necessário obter uma perspectiva mais ampla da realidade, sendo isso possível através das concepções teóricas. (p.371)

Quando o pesquisador iniciante entende que “não existe conhecimento histórico sem teoria”, surge a questão de onde buscá-la. E a resposta pode ser desanimadora, já que não há uma única referência teórica que seja capaz de satisfazer o preceito da pesquisa. É indispensável que haja um diálogo entre autores, portanto a leitura e analise das obras se faz necessária para um trabalho teoricamente fundamentado. (p.371)

O pesquisador precisa entender a história da teoria para não correr o risco de negligenciar o seu trabalho, a teoria não se limita ao item “referencial teórico”. Ela está direta ou indiretamente presente na plenitude do trabalho. (p.372)

É importante enfatizar três aspectos: o diálogo entre as referencias teóricas e a realidade empírica; a compreensão de que não é preciso tomar partido de conceitos históricos e sociais como uma determinada escola ou corrente teórica; Ter a consciência de que não existe um glossário de conceitos, é fundamental saber interpretar a realidade empírica e os conceitos sociais. (p.372-373)

O pesquisador precisa fazer uma revisão bibliográfica para não se arriscar a desenvolver um projeto que já tenha sido explorado amplamente por outros historiadores. Também se faz útil para localizar ângulos inexplorados por seus autores. (p.374)

Essa etapa pode ser chamada de “exploratória-informativa” que permite ao pesquisador saber se existe material (bibliográfico e documental) suficiente para a sua pesquisa e se esse material está disponível, já que em algumas circunstâncias há uma dificuldade maior em acessar determinadas fontes. (p.375)

Quando o pesquisador iniciante acredita que o trabalho de pesquisa é uma “receita” parte dessa crença se atribui ao método, já que o mesmo corresponde à maneira adequada de avançar na investigação, ou seja, o método é um direcionador que indica ao pesquisador “o que fazer”. (p.375)

As técnicas por sua vez propõem ao pesquisador orientação, elas indicam “como fazer”, isto é, como desenvolver o método. Tendo por exemplo fichamentos de obras utilizadas para teoria, questionários que vão servir para coleta de dados, entrevistas para levantamento de informações etc. (p.376)

Apesar das diferenças entre teoria, método e técnica, o pesquisador precisa ter em mente que isso faz parte de um único processo, o processo de construção do conhecimento histórico. O que diz ao pesquisador que ele não pode seguir um caminho aleatório, mesmo que a produção do projeto seja de certa maneira isento de uma ordem direta, é necessário seguir instruções para o desenvolvimento da pesquisa. (p.376)

Após a compreensão do processo preliminar o pesquisador pode começar a visualizar as características e os itens de um projeto de pesquisa em história. A pesquisa histórica é uma fonte sem fim, e isso se atribui ao fato de ter como objeto de estudo o passado, que transforma em conhecimento através dos questionamentos referidos a ele. Sempre haverão aspectos não explorados, relações não estabelecidas sujeitos não biografados, enfim, a história se renova e resulta num campo extenso de estudo. (p.377)

É importante esclarecer que o projeto de pesquisa é o resultado da investigação feita pelo historiador, para desenvolver conhecimento histórico é preciso do “método de investigação” e para apresentar os resultados alcançados o “método de exposição”. (p.377)

O projeto de pesquisa serve como um instrumento onde o pesquisador vai expor o resultado do seu trabalho de investigação, além de ser também um meio de fonte para o pesquisador comunicar e justificar sua proposta de trabalho, esclarecendo a problemática da pesquisa. (p.378)

O projeto possui várias etapas, é inútil apresentar um cronograma sem antes definir o tema, o recorte temporal e local. Enfatizando que as etapas não são isoladas, uma remete a outra, pois se houver uma alteração no tema ou nas fontes previstas, consequentemente terá que ser feito uma reformulação das outras etapas, isso nos mostra que o projeto não é um trabalho imutável. (p.379)

Adiante, os principais itens que geralmente estão presentes no projeto de pesquisa: O título, que é “a identificação do que vai ser pesquisado”,

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