HISTÓRIA DO TEMPO PRESENTE: E os desafios e possibilidades do historiador.
Por: josimarques • 26/7/2019 • Trabalho acadêmico • 2.035 Palavras (9 Páginas) • 394 Visualizações
HISTÓRIA DO TEMPO PRESENTE: E os desafios e possibilidades do historiador.
RESUMO
O presente artigo visa examinar algumas questões referentes ao ensino de História do Tempo Presente mostrando as dificuldades de sua legitimação, analisando os desafios da importância do historiador em relação passado/presente nos estudos de história. Algumas linhas são especialmente exploradas, como o debate sobre definição dos marcos da história do tempo presente, suas relações com as memórias.
INTRODUÇÃO
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
As reflexões acerca da temática sobre história do “tempo” sempre foram uma preocupação de historiadores como: Tucídides (1987) e Heródoto (2006), que na antiguidade clássica, criaram suas resenhas utilizando testemunhos diretos para produzir suas historiografias.
Entretanto a partir da segunda metade século XIX, a formação do conhecimento histórico sob a concepção do tempo presente foi considerada limitada pela Escola Metódica, que atribuiu como único objeto dos estudos históricos o passado. Para os metódicos, como Seignobos (1863-1929) e Langlois (1854-1942), os historiadores deveriam rejeitar os estudos do mundo contemporâneo e focar suas atenções científicas exclusivamente nas descrições das sociedades passadas e suas metamorfoses (FERREIRA, 2000).
No século XX os historiadores da Escola dos Annales, procuraram mudar esse regime de historicidade, informando que as analises realizadas do passado, na verdade, se orienta a partir do presente (FEBVRE, 1985). Bloch (2001, p. 52) chegou a alertar que “[...] a própria idéia de que o passado, enquanto tal possa ser objeto de ciência é absurda”. Segundo Bloch (2001, p. 65), “A incompreensão do presente nasce fatalmente da ignorância do passado. Mas talvez não seja menos vão esgotar-se em compreender o passado se nada se sabe do presente”.
Porém apesar dos esforços desses pensadores, apenas com o fim da Segunda Guerra Mundial, é que será possível observar mudanças na produção historiográfica, com um olhar compreensivo sobre o presente. Pois devido os traumas gerados durante a grande guerra, as crises econômicas, a descolonização, a guerra fria, a partilha do mundo, todos esses processos foi necessário para acelerar o desenvolvimento das comunicações e a ascensão do nível de estudo provocando a atenção dos europeus para os problemas do tempo presente.
Para Costa (2011, p. 38):
Nas últimas décadas do século XX, surgiu também na França, a História do Tempo Presente, voltada para o estudo do período histórico que inicia com a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). A diferença, nesse caso, foi a incorporação, no discurso e no estudo da História, da presença dos protagonistas, ainda vivos, e de suas memórias, interagindo com o tempo do historiador, como testemunhos vivos e dinâmicos do passado.
Conforme esclarece Ribeiro (1999, p. 186), é: Tempo Presente é uma História em que processo de transformação, ou seja, muitas outras histórias a se resgatar. Que buscam entender com profundidade o tempo presente, suas rupturas, seus paradigmas.
Portanto, a História do Tempo Presente é um campo da História como qualquer outro, não impedindo em nada de outros domínios da História (BERNSTEIN; MILZA, 1999), sendo que “[...] exige igual rigor ou maior do que o estudo de outros períodos: devemos enfatizar a disciplina e a higiene intelectual, as exigências de probidade” (RÉMOND, 2006, p.206-207).
PAPEL DO HISTORIADOR.
No campo historiográfico temporal são designadas aos acontecimentos contemporâneos e sua marca. Entre essa linha se encontram a história imediata, história contemporânea, história recente e história atual. Todas são objetos de estudos de um historiador que utiliza a temporalidade repleta de dificuldades para demarcar datas e estabelecer limites cronológicos precisos e definidos. Compreendendo assim que a história do tempo presente se dedica, cada vez em maior quantidade, à pesquisa e à análise de experiências históricas especificam espacialmente delimitadas e conseqüentemente pouco compatíveis com critérios universais e abrangentes de definições cronológicas.
Sendo assim, a história do tempo presente o historiador agrega superabundância de possibilidade fontes como história oral, os registros iconográficos e fotografias, tem possibilitado o registro de inúmeras narrativas, que são importantes construções memoriais, individuais e coletivas que estimulam historiadores e profissionais de áreas afins à história, relatam suas experiências de vida, as quais se convertem em documentos passíveis de crítica e análise. Todas essas fontes trazem uma diversidade de visões de mundo e de relatos de experiências, valorizam o registro da heterogeneidade do vivido, em detrimento de uma homogeneidade que usualmente simplifica e distorce o mundo real, os movimentos e os conflitos da história documentais para investigações, suas e de seus colegas pesquisadores contribuindo a esse historiador a investigar e produzir seus próprios fatos da história.
Porém é importante destacar ao pesquisador que a composição da história do tempo presente exerce ligada inevitavelmente à dimensão temporal presencial. Suas características traçam apontamentos que decorrem dessa matriz nuclear. Destacando como pontos centrais as seguintes indagações: Existe um marco de início do tempo presente? Como as mudanças e o movimento da história interferem em sua delimitação temporal? Quais elementos interferem na metodologia de sua pesquisa e na seleção das fontes que serão investigadas e produzidas? Essas são questões que o historiador do tempo presente não pode menosprezar, pois decorre dessas características a dificuldade para estabelecer critérios precisos para definir o que é um passado recente. A questão atuante demonstra bem a dimensão da complexidade.
Sendo assim, ao definir a cronologia do tempo presente geracional, pode se estabelecer que o tempo possa se ampliar um pouco mais, pois pessoas de gerações diferentes convivem inseridas em um contexto da história e deixam sua marca nas relações sociais, culturais, políticas e econômicas peculiares do próprio processo histórico e do tempo do seu viver. Por isso a orientação para a definição temporal do tempo presente é que talvez a presença ativa de sujeitos protagonistas ou testemunhos do passado que possam oferecer
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