Henri Pirenne - Influência das Cidades na Civilização Européia
Por: spayker09 • 26/10/2017 • Pesquisas Acadêmicas • 856 Palavras (4 Páginas) • 237 Visualizações
Henri Pirenne - Influência das Cidades na Civilização Européia
1 - Após o reaparecimento das cidades a organização da economia feudal permaneceu a mesma? Explique o que mudou na sociedade após o ressurgimento do comércio.
R: Não, o reaparecimento das cidades assinalou o começo de uma nova era na história interna da Europa Ocidental. A sociedade se comportava até então senão duas ordens ativas: o clero e a nobreza. E com ressurgimento delas, surgiu uma novo grupo, a burguesia. A burguesia é uma ordem privilegiada. Forma uma classe jurídica distinta e o direito especial de que goza isola-a da massa do povo rural, que continua a formar a imensa maioria da população. Com a formação dos núcleos urbanos a estrutura dos campos foi abalada, pois, no inicio só se comercializava o excedente de produção, e agora surge uma exigência destes excedentes agrícolas para o comércio. O trabalho toma um novo significado. Permite-lhe o lucro, a economia, e uma vida mais confortável na medida em que for mais ativa. A sua situação é tanto mais favorável quanto o acréscimo dos lucros do solo lhe pertence. Tendo os direitos do senhor sido estabelecidos pelo costume senhorial a um juro imutável, o aumento da renda das propriedades só aproveita aos fazendeiros. Os senhores feudais, por sua vez, passam a exigir o cultivo de áreas antes incultas, como: bosques, matagais, pântanos ou charnecas.
2 – Cite os fatores que levaram a um aumento da área cultivada na Europa a partir do fim do século XI. Como eram as novas cidades do período medieval?
R: O crescimento da população forneceu os braços necessários aos trabalhadores de arroteamento e de secagem. A partir do século XI, o movimento aparece já em plena intensidade. Algumas ordens religiosas espalhadas por diversas regiões passam a especializar-se e a especializar a produção. Mosteiros, príncipes territoriais, transformam, a partir de então, as partes estéreis dos seus domínios em terras de rendimento. A superfície do solo cultivada, que, a partir do fim do Império Romano, não aumentou, vai-se incessantemente alargando. Os bosques clareiam. A ordem de Cister entra logo de principio na nova via. Em vez de conservar para as suas terras a velha organização senhorial, adapta-se inteligentemente ao novo estado de coisas. Adota o principio da grande cultura e, consoante as regiões, dedica-se a produção mais remuneradora. Entretanto, em todo o lado, senhores laicos ou eclesiásticos fundam cidades novas. Chama-se assim uma aldeia estabelecida em terreno virgem e que cujo os ocupantes receberão lotes de terras em troca de uma renda anual. Mas estas cidades novas, cujo numero não cessa de aumentar no decurso do século XII, são ao mesmo tempo cidades livres. Porque, para atrair os cultivadores, o senhor promete-lhes a isenção dos impostos que recaem sobre os servos. Cidades agora onde o camponês é dotado de liberdade. Até mesmo nas cidades mais antigas os direitos foram alterados colocando fim a servidão. O camponês agora não tem mais a necessidade de manter a autossuficiência do feudo, pois o comércio fornece os gêneros necessários.
3 – Como o comércio transformou a noção de riqueza na Idade Média? Leve em consideração em sua resposta a diminuição da importância do capital da propriedade rural.
R: O capital de raiz tinha sido tudo, e eis que ao lado deste se afirma a força de capital mobiliário. Até então o dinheiro amoedado tinha sido estéril. A riqueza deixou de ser a terra, para se tornar a riqueza mercantil, consistindo não já em terras, mas em dinheiro ou artigos comerciais avaliados em dinheiro. No decorrer do século XI, verdadeiros capitalistas existiam já em grande numero de cidades. O dinheiro deixou de ser algo entesourado, como nas mãos da igreja, e passou a ser um elemento cada vez mais necessário para assumir a riqueza: Tornou-se o instrumento das trocas e a medida dos valores. Houve uma substituição dos pagamentos em gênero para os de espécie.
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