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História do Samba Resumo

Por:   •  21/8/2019  •  Ensaio  •  2.014 Palavras (9 Páginas)  •  241 Visualizações

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Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP)

Faculdade de Ciências e Letras, Departamento de História – Câmpus de Assis

Curso de Graduação em História (Licenciatura)

Análise da música composta por Assis Valente – Recenseamento

Oficina II

Docente: Aureo Busetto        Discentes: Luiza Pamplona Tonete e Matheus Silva de Oliveira

Brasil Republicano II    Período: Diurno Turma: 56º

  1. Introdução e contextualização histórica

Durante sua primeira etapa de governo, o presidente Getúlio Vargas, governa de 1930 até 1932 sob um governo provisório, onde somente após a Revolução Constitucionalista de 1932 o país teve uma nova constituição promulgada, sendo que a partir de 1934 seu governo se tornou constitucional. O contexto nacional que precedia a sua chegada ao poder era de crise generalizada econômica, devida a baixa do setor agrário, então principal setor na economia brasileira, em função das consequências Primeira Guerra Mundial e o crack da bolsa de Nova York em 1939. Era reparado, também, uma falta de preparação da Primeira Republica em relação a questão social e ao “atraso” brasileiro com relação a outros países capitalistas.

 No setor político, o pais também encontrava dificuldades a partir da crise mundial do liberalismo que assolava o mundo no começo do século XX, onde o mesmo não é considerado viável para solucionar os problemas sociais que o momento enfrentava como foi já exemplificado na queda de 1929, tornando populares reivindicações de cunho autoritário e antidemocrático, junto com o sucesso da Revolução Russa que desperta o medo da elite de inspirar os trabalhadores brasileiros.

Dada tal realidade o Estado Novo surge no Brasil a partir dessas demandas populares, e com uma forte política de massa e que era marcado pela proposta de um “Estado Forte e autoritário, encarregado de gerar as mudanças consideradas necessárias para promover o progresso dentro da ordem” (CAPELATO, 2003, p.110). Sua sustentação dependia de três fatores principais: na organização da propaganda, inspirada no modelo nazista, na minuciosa censura e na forte repressão da oposição, em principal em nome do combate ao espectro comunista.

Seu governo, no entanto, teve sua consolidação final, porém a partir do golpe de 10 de novembro de 1937, com apoio do Exército e de outras forças antidemocráticas. Segundo Maria Helena Capelato: “Constituídos a partir de um golpe de Estado, sem qualquer participação popular, os representantes do poder buscaram legitimação e apoio de setores mais amplos da sociedade através da propaganda, veiculada pelos meios de comunicação, voltada para a sociedade, em geral, e para as classes populares, em particular.” (CAPELATO, 2003, p.111)

Este primeiro momento representa a implantação da nova constituição vigente, a oficialização do novo regime e as leis trabalhistas. A propaganda durante o estado de Vargas visava incentivar o amor à pátria, a nacionalidade, a dedicação ao trabalho, exaltando a importância das classes trabalhadoras, divulgava a reformas “bem realizadas” pelo governo, criticava o comunismo, a oposição, os antiliberais e antidemocratas. A partir disso, a criação do Departamento de Imprensa e Propagando (DIP) teve um papel essencial nesse sentido produzir um material de propaganda que se adequasse aos desejos do Governo Vargas e o enaltecimento do mesmo.

  1. Uma breve história do Samba

O Novo Samba Urbano surge segundo Paranhos na região periférica da cidade do Rio de Janeiro, por volta dos anos 20, ligado diretamente as classes tidas como “perigosas”, negros e pobres, que se expressavam através da música, a qual acabará impactando o cenário cultural de uma forma muito expressiva. O samba relacionado diretamente pelas classes dominantes a marginalização e a “subversão” da ordem acabam por se popularizar não apenas dentre as classes mais baixas, mas também dentre a classe média carioca, através dos interpretes advindos das classes abastadas e que levam o samba do “morro para a cidade”.

Algo que deve ser apontado é que ao chegar a classe média, o samba sofre diversas alterações, que visam desvincula-lo da figura malandra e “não cívica” que o mesmo tinha por sua origem negra, mas ao mesmo tempo há uma resistência por parte de interpretes ligados a classe originária do “samba”, que buscam preservam a essência do mesmo. Juntamente a ambas as correntes também haviam aqueles que tentavam amainar a situação, como Noel Rosa que colocava em sua figura um papel de conciliador, sendo o “mediador cultural” como é dito por Paranhos, que visa pôr fim a dicotomia estabelecida entre a periferia (morro) e o centro (cidade).

O samba agora passa por um processo de popularização, onde não só se dissemina por todo o Rio de Janeiro, mas através das emissoras de rádio se espalha para todo o país, algo que faz com que o estilo, antes restrito aos morros, passe a ter um status nacional, e futuramente internacional. Se torna símbolo da nação e é utilizado como modo de resistência a norte-americanização da cultura brasileira, que começa a ser cada vez mais influenciada pelos modismos vindos junto aos filmes falados estadunidenses. Alguns interpretes como o caso de Assis Valente, negro e nacionalista assumido, escrevem composições que exaltam a cultura brasileira, e que iam contra essa norte-americanização da música nacional.

Onde antes o samba era visto como “coisa de nego”, sendo extremamente marginalizado, através de sua popularização dentre a população, em especial as classes média e alta predominantemente brancas, o mesmo passa a se tornar um símbolo da “mestiçagem”, sendo está sempre colocada em foco quando se tratava sobre a questão da formação ou identificação de uma identidade nacional. Juntamente a visão de mistura das raças, o samba passa a ser visto como uma representação do que seria a o mito da democracia racial, a qual foi utilizada como uma das bases ideológicas pelo governo getulista, que visava amainar, ao menos na mentalidade da população, questões ligadas ao racismo e marginalização de populações não brancas.

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