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Historiografia E Noções De Trabalho

Por:   •  15/3/2023  •  Trabalho acadêmico  •  2.281 Palavras (10 Páginas)  •  85 Visualizações

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FACULDADE ANHANGUERA

HISTÓRIA - LICENCIATURA

LOHANA DURAIS CARDOSO

HISTORIOGRAFIA E NOÇÕES DE TRABALHO

LUCÉLIA – SP

2022

Lohana Durais Cardoso

Historiografia e noções de trabalho

   

Trabalho para conclusão do 4º (quarto) semestre para

a obtenção da nota precisa, concluindo as demais matérias

para que não haja perda de pontos.

Lucélia – SP

2022

Introdução

Para iniciarmos esse estudo, devemos ter em mente o que é trabalho. No Dicionário de Língua Portuguesa está: “o emprego, o ofício ou a profissão de alguém”, isso para se referir aos dias atuais, mas como bem sabemos o significado dessa palavra mudou ao decorrer dos séculos e também de acordo com a civilização que vamos discutir.

Sendo assim, trabalho é algo relativo ao tempo e povo à que se refere e isso não significa dizer que uma noção de trabalho está mais correta que a outra, muito pelo contrário, é por meio da visão dessas sociedades que entendemos o modo, o porquê eles agiam de determinada maneira, o que os impulsionava, o que lhes era considerado mais relevante.

Estudar o meio que cada sociedade enxergava o trabalho diz muito sobre ela, seus costumes e como, com tantas percepções diferentes desse termo, chegamos o que somos hoje, um mundo globalizado e capitalista, movido pelo dinheiro e pelo trabalho. Destarte que, a partir desses estudos passaremos a entender como tudo chegou ao o que é atualmente.

O trabalho é uma importante ferramenta que move e moveu sociedades, mas não foi sempre assim, nem todas o enxergavam dessa maneira, algumas o viam como algo trivial, onde o ócio produtivo era muito mais admirável e desejável que o trabalho, como é o caso dos filósofos da Grécia Antiga, que davam mais valor às reflexões e estudos sobre o pensar. Mas isso não significa de maneira alguma que o trabalho deixava de ser importante, uma vez que para se alimentarem, vestirem-se e terem suas casas e templos, era preciso que alguém o fizesse, sendo assim, mesmo que o trabalho não fosse visto como algo de grande mérito, na concepção de hoje vemos que ele era necessário.

Após essa conclusão, veremos por todo caminho que estudaremos que, o trabalho sendo considerado importante ou não para sua sociedade traremos o olhar atual para analisarmos a situação, para verificarmos se ele era realmente descartável para determinado povo ou tão pouco merecido que só os mais carentes deveriam se dar à desonra de trabalhar, enquanto os mais abastados se serviam de reflexões e luxos.

Desenvolvimento

É importante destacar que na Antiguidade Grega e Romana haviam escravos, os quais o trabalho manual era empregado. Na Grécia era indigno do homem livre se dar ao hábito de fazer o serviço que cabia apenas aqueles que ele considera seus inferiores, aos livres cabiam apenas o ‘trabalho’ de pensar e refletir sobre a sociedade em que habitavam, o exercício da política e da cidadania. Nesta sociedade há distinção entre o esforço manual e mental, em que o último era de maior mérito e honra.

Os escravos gregos eram prisioneiros de guerra ou presos por dívidas acumuladas de impostos, ao olhar grego era mais digno morrer em batalha a viver e ter a vida de escravidão. E por muitas vezes o trabalho braçal era até mesmo visto como castigo divino como é ocorrido na história de Hécules – semideus, filho de Zeus – “A Mitologia Grega, rica em exemplos relativos às atividades dos deuses e dos mortais, fala das proezas gigantescas dos Cíclopes e Titãs e dos famosos Doze Trabalhos de Hércules(2,3). Ao lado dessas façanhas gloriosas, praticadas por deuses, semi-deuses e heróis (que ainda hoje são denominados “tarefas ciclópicas, titânicas, hérculeas”), as lendas gregas relatam tarefas comuns e rotineiras. Na verdade os deuses mitológicos participavam das qualidades e defeitos dos mortais e com estes mantinham um intercâmbio intenso e sem constrangimentos. Realmente não foram raros os casos em que o trabalho foi imposto pelos deuses como castigo aos erros e transgressões de seres humanos. ”( Rev Bras Enferm 2006 jul-ago; 59(4): 552-5.)

Como na Grécia, onde havia a divisão por castas – homens livres e escravos -  em Roma não era diferente, havia os patrícios, donos de terras, e a plebe, que realizava o trabalho agrário. Neste sentido, em ambas as sociedades o trabalho manual era visto como forma de servidão, uma vez que só os mais carentes e desprovidos de bens eram submetidos a esses serviços.

Apesar de serem sociedades agrárias, onde a subsistência partia do campo, do pastoreio e da colheita, o valor dado ao emprego de quem fazia esse esforço não era valorizado, muito se desprezava o trabalho manual e quem o fazia, era de muito agrado o ‘trabalho’ mental, onde o pensar estava acima de todas as coisas.

Os intelectuais, políticos e filósofos estavam nas castas superiores, eram eles quem decidiam questões de suma importância para as cidades-estados na Grécia e o império em Roma. Seus deveres eram unicamente refletir sobre o bem-estar social e as melhores decisões que deveriam ser tomadas para melhorias na sociedade, mas claro, sem revoluções, apenas manutenções de um regime que eles alimentavam. Dessa forma constata-se que o regime era de submissão, uma vez que aqueles que realizavam o trabalho eram os que não podiam sequer questionar seu posicionamento, como era o caso dos escravos.

Sendo assim, vemos que apesar do trabalho manual ser de grande importância e sem ele gregos e romanos teriam muitas dificuldades em se manterem, ambos os povos não o viam como algo de mérito, e que as pessoas que o executavam pouco se via intelecto e sabedoria.

Alguns séculos depois, mais precisamente século V surge o feudalismo na Europa Ocidental, com a decadência do complexo escravo em Roma. O sistema era uma organização política, econômica e social, baseava-se na terra e nos senhores feudais, donos de latifúndios. Além disso tinha-se outras variedades de trabalhos como: “ [ ... o trabalho camponês como a forma própria do trabalho medieval; outras consideram o comércio como a atividade central no Ocidente; outras, ainda, entendem que o trabalho do artesão era aquele que melhor caracterizava o trabalho no medievo. ] ” (Revista de História, São Paulo, n. 166, p. 109-128, jan./jun. 2012)

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