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Juventudes escolares em tempos pandêmicos

Por:   •  19/5/2021  •  Ensaio  •  1.278 Palavras (6 Páginas)  •  100 Visualizações

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INTERFACES PEDAGÓGICAS: LICENCIATURAS EM DIÁLOGO - DESAFIOS EM TEMPOS PANDÊMICOS

Área Temática: Educação

Vânia Alves Martins CHAIGAR

Universidade Federal do Rio Grande (FURG)

Luiz Paulo da Silva SOARES[1]; Vânia Alves Martins CHAIGAR[2].

Resumo:

O trabalho tem por intento, trazer algumas notas referentes ao projeto de extensão Interfaces Pedagógicas: Licenciaturas em Diálogo e seus desdobramentos em tempos pandêmicos. O mesmo é desenvolvido na linha de pesquisa e extensão Redes de cultura, estética e formação na/da cidade – RECIDADE, do Núcleo de Pesquisa e Extensão Educação e Memória - EDUCAMEMÓRIA, do Instituto de Educação da Universidade Federal do Rio Grande – FURG. O projeto tem como propostas evidenciar a produção de conhecimentos de licenciandos, viabilizar a aproximação de discentes de licenciaturas com professores e alunos de escolas públicas e mobilizar a troca de experiências educativas com espaços formais, mas, também, romper com os “muros” institucionais e acolher espaços não formais de educação da cidade, que reconhecemos como educadora.

Palavras-chave: Interfaces Pedagógicas; Movimento Interfaces; Formação.

Introdução

Em contextos de retrocessos no âmbito educacional, precarização de instituições públicas e aumento do controle do trabalho docente, é fundamental ratificar e reconhecer a Escola pública como produtora de conhecimento e formadora de professores. Neste momento de afastamento social, professores/as são “chamados” a exercerem papéis para muito além do que a profissão sugere e prevê, recaindo em suas costas tarefas de cunho salvacionistas e brutal (sobre)carga de trabalho. Não desejamos aqui romantizar tarefas que envolvem improvisações, como as que parte das mídias estão divulgando: professores escrevendo em azulejos de cozinhas, improvisando redes de internet, ‘ensinando’ por whatsapp, transformando quartos em salas de aulas, ‘catando’ alunos em redes sociais etc. É nestas condições, entretanto, que a formação torna-se especialmente desafiadora, sobretudo porque não comporta a presença física nem os gestos e olhares típicos das “gentitudes” (FREIRE, 1997) que são a razão da educação.

Metodologia

O RECIDADE, coletivo que constrói o Interfaces Pedagógicas: Licenciaturas em diálogo, busca contrapor modelos formativos ratificados pela repetição acrítica através do diálogo entre/com licenciaturas, escolas públicas e epistemologias de resistência da cidade.

Sendo um projeto amplo nos detemos em algumas ações que consideramos como metodologias do próprio evento: oficinas, performances, ateliês formativos, cirandas, conversas com a cidade, cirandinha, Mesas, mostras, salas temáticas etc., que fomentam a troca de experiências entre sujeitos do meio acadêmico como também oriundos da cidade.

Em 2020 um novo desafio foi divisado a partir do afastamento social provocado pela pandemia de Covid-19. Para enfrentá-lo nos metamorfoseamos em Movimento Interfaces: Conexões Recidade e migramos para as telas, para a “estética do liso” (HAN, 2019), com seus paradoxos, limites, mas, também, possibilidades dialógicas.

Desenvolvimento e processos avaliativos

Defendemos uma posição contrária a que hegemonicamente foi construída, de uma hierarquização entre “conhecimento” científico e “conhecimento/saber” popular. O primeiro foi legitimado como sendo o conhecimento genuíno; outras formas de saberes – história oral, narrativas, memórias, saberes ancestrais, entre tantas outras expressões de conhecimentos humanos, são silenciados e/ou desprezados. Salientamos o caráter político e ideológico por trás dessa hierarquização e a imposição de uma história única.

Constatamos um crescente número de adesões ao Seminário e suas proposições formativas, pois ao longo das sete edições passadas (2013-2019) tivemos um total de 1.151 participantes, cerca de 50 escolas, 31 Instituições de Ensino Superior, além de convidados e parcerias que foram se construindo como processo, conforme as articulações e inserções dos coletivos que lhes dão forma e conteúdo a cada ano.

Em uma breve rememoração do projeto educativo, constatamos que, em sua primeira[3] edição no ano de 2013 o Interfaces teve um total de 32 trabalhos inscritos e os temas das apresentações se originaram de diversas áreas como geografia, história, dança, música, literatura e pedagogia; a segunda edição com as temáticas Memórias, tecnologias e ludicidade: ressignificando tempos, espaços e infâncias escriturou 38 trabalhos; em 2015 abordou os temas Protagonismos, Culturas e Incompletudes e contabilizou 79 trabalhos em quatro modalidades distintas; na quarta edição, ocorrida em 2016, o tema central foi Escolas & Universidade: Utopias, Tempos e Experiências e obteve um total de 96 trabalhos aprovados em cinco modalidades, incluindo “conversas com a cidade” e “movimentos discentes e docentes” que vieram a influenciar o surgimento do Movimento Interfaces, ratificando o Interfaces como um movimento formativo; não apenas um evento.

No ano de 2017, já consolidado entre estudantes e professores do ensino básico, o Seminário teve como tema: Cidade e Escola: Formação, Transformação e Cidadania, que reuniu 109 trabalhos referentes a seis modalidades distintas, entre elas “conversas com a cidade”. Destacamos que em outubro de 2017, realizamos a segunda edição do Movimento Interfaces, cuja ênfase ocorreu sobre “invisibilidades, epistemologias e racionalidades plurais”, presentes na cidade. O alargamento do sentido formativo do Movimento em busca do diálogo com o conhecimento da cidade atraiu outros citadinos, como ativistas sociais, para a universidade, tornando-o, também, um espaço de educação popular.

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