O Cruzeiro Imperial: Uma História Secreta de Império e Guerra
Por: GregorioBM • 20/2/2017 • Resenha • 1.339 Palavras (6 Páginas) • 342 Visualizações
BRADLEY, James. O Cruzeiro Imperial: Uma História Secreta de Império e Guerra. São Paulo: Larousse do Brasil, 2010.
Gregório Bernardino Matoso[1]
Um presidente muito conhecido, mas com sua história pouco divulgada e estudada nos ensinos fundamentais e médio no Brasil, Theodore Roosevelt, no livro O Cruzeiro Imperial de James Bradley, grande escritor americano de best-sellers sobre conflitos, se torna um grande vilão e manipulador, mas claro, com bases em fatos históricos e refazendo a rota dos países que foram manipulados por Roosevelt, mesmo que a distância, pois os acordos eram feitos por seu representante, Taft que levara consigo a filha mais velha de Roosevelt, Alice.
James Bradley refez a rota dos acordos de Roosevelt com os países asiáticos (Filipinas, Japão, Coreia, antes de ser dividida e China) e pesquisou a fundo a história desse presidente, onde se tornou muitas vezes referência em falas de filmes e séries, como House of Cards da Netflix, nas falas do Presidente Frank Underwood. O autor dividiu seu livro em 13 capítulos onde gasta a maior parte do tempo, nos capítulos iniciais, falando dos detalhes da vida de Roosevelt, ou Teddy, Alice, William Howard Taft e os acordos, ou enganações, que ele e Teddy fizera com as Filipinas e depois com a Coreia. Bradley desenvolve rapidamente os assuntos da China com o Japão e com a Coreia, mas o fato curioso que essa desenvoltura foi de forma aprofundada, não dando espaço para indagações.
Devemos destacar o principal assunto de seu livro e que chamou muito a atenção ao ler e nos levou a uma comparação anacrônica, mas impossível de fugir. Roosevelt pertencia ao grupo de pessoas que acreditavam que brancos eram a raça superior e tinham o dever de civilizar outros povos e os homens deveriam manter a postura de um homem, sendo másculo, isso no início do século XX, nos remetendo a imagem de Adolf Hitler, ditador nazista, onde acreditava que a raça ariana era superior a quais quer outras raças e culturas. Pois bem, Teddy era dominado pelo mesmo pensamento, sendo que fotos suas com trajes de tênis não eram permitidas, por medo de ferir sua masculinidade.
Teddy mandou as tropas americanas até as Filipinas, inicialmente em um acordo amigável, mas depois vieram os conflitos e a grande decepção do país: Colonização. Para as Filipinas essa traição americana custou caro, principalmente com vidas, já que os americanos, segundo Bradley, além das palavras, apresenta imagens das torturas, sim torturas e circo de horrores em St. Louis. O autor descreve que uma das formas de torturas feitas era a “Cura pelo Afogamento”, simplesmente os estadunidenses seguravam um homens filipino deitado e jogavam água em sua boca até ele ficar desacordado.
Futuramente, Taft, junto com Alice vão às Filipinas. Talf encaminha uma carta ao presidente Teddy falando da independência filipina, onde o mesmo acreditava que o povo filipino ainda não estava apto para comandar seu país, que era obrigação da raça ariana, os superiores, em continuar governando e, talvez em uma geração, os mesmos tivessem chance de ter a tão sonhada liberdade, já que os negros são inferiores e não possuem capacidade, assim dizendo, na visão de Teddy, de se governarem sozinhos, sempre necessitando do comando dos brancos. Isso é visto com a exposição desses filipinos no circo, ou digamos, zoológico humano criado pelo mesmo. Uma coisa que chamou a atenção foi a fala de Teddy ao visitar o local e ver um pavimento onde crianças filipinas estão tendo aulas com professores brancos, ele olhou e disse que esse era o processo de civilização e que agora ele estava vendo o desenvolvimento. Não tem como não recordar, em determinados momentos, Hitler.
Após a bagunça feita nas Filipinas, Teddy encaminha Taft e sua filha para o Japão, pois os japoneses também são considerados incivilizados e atrasados, por não se preocuparem com o desenvolvimento tecnológico e os armamentos, já que o Japão, Coreia, Taiwan e China viviam muito bem, até a chegada dos americanos, os arianos. Teddy convenceu o Japão a se civilizar, onde os mesmos mandaram estudantes para os Estados Unidos, mesmo que depois sofreram uma espécie de perseguições e deportações. Os japoneses começaram a mudar suas armas, deixar as espadas e armaduras de lado, construir navios e se tornarem gananciosos, mas na verdade foram marionetes de Theodore Roosevelt.
Teddy começou um grande circuito de mentiras, convencendo o Japão a tomar a Coreia, mas oferecendo proteção para a Coreia. Como assim? Bom, Teddy por “debaixo dos panos” deu a Coreia para os japoneses e fez com que os acordos apenas de fala entre os japoneses e coreanos se tornassem escritos e formalizados, uma espécie de tratado de amizade, mas, infelizmente, não passou de uma farsa. A Coreia não quis assinar devido sua “parceria” com a China, onde na verdade todos os países ali tinham um acordo verbal de amizade, mas Teddy fez questão de destruir isso e formalizar, usando o Japão como uma marionete, como já foi dito, para chegar ao seu objetivo: civilizar as raças não arianas. O Japão convenceu a China a deixar que a Coreia assinasse esse tratado, com isso o imperador coreano passou a chamar os americanos de “irmãos mais velhos”, sendo um erro, pois alguns anos depois o Japão invadiu a Coreia, que ficou de mãos atadas e sem ter para quem recorrer do acontecido.
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