O Modo de Produção Escravo In: Passagens da Antiguidade Clássica ao Feudalismo
Por: andreyunespufsc • 8/3/2021 • Resenha • 776 Palavras (4 Páginas) • 195 Visualizações
Resumo II. Referência: ANDERSON, Perry. O modo de produção escravo. In: Passagens da Antiguidade Clássica ao Feudalismo. São Paulo: Brasiliense, 2000, p. 18-28.
As gêneses do modo de produção feudal e do modo de produção capitalista se diferenciam no sentido de que esta última acontece em um processo de acumulação de capital. Já aquela primeira se dá pela síntese do modo de produção escravista, presente na Antiguidade Clássica, com os distendidos modos de produção dos povos germânicos – estes últimos, durante o período de conquistas bárbaras contribuiriam também com a queda do Império Romano.
E qual a importância desta compreensão do modo de produção feudal e capitalista? Pois a história da humanidade, seja ela econômica ou não, é estudada por processos que se interpenetram e se influenciam reciprocamente, desembocando em mudanças, revoluções, quebras de paradigmas, etc. Assim, a compreensão dos fenômenos que corroboraram para o surgimento paulatino do modo de produção feudal depende do entendimento do modo de produção escravista.
A fim de entender o modo de produção escravista, há que se compreender a organização econômica das antigas polis grega e posterior República romana. Centros de cultura, ciência, arquitetura, democracias e oligarquias, as cidades representavam apenas uma ínfima porcentagem da produção da riqueza econômica grega e romana. “O mundo clássico era inalterável e maciçamente rural em suas proporções quantitativas” (ANDERSON, 2000 : 19). As manufaturas produzidas nas cidades como têxteis, móveis, cerâmica, vidrarias, etc. não eram demandadas pela população pelo seu alto custo de transporte. Segundo Anderson, era mais barato transportar algo pelo Mediterrâneo da Síria até a Espanha do que por meios terrestres a uma distância de 120 quilômetros.
Entende-se que a existência das civilizações da Antiguidade clássica e sua pujança econômica, ainda que agrária, foi possível pela privilegiada posição geográfica em que se encontravam. Ora, para escoar toda a produção e comerciar com outros povos, o Mediterrâneo, único mar interior na superfície terrestre, contava com uma navegabilidade favorecida pela proteção terrestre dos continentes africano, europeu e asiático; sem ondas ou ventos fortes. E por esse, entre outros fatores, que a “harmonia” entre campo e cidade se constrói nas bases de um modo de produção escravista. Diferentemente das civilizações do regadio, vistas no último texto, a base de trabalho do mundo greco-romano era predominantemente escrava.
Entre as civilizações da Antiguidade no Oriente Próximo, na Ásia, a escravidão acontecia por débitos, por cumprimento de penas, era uma condição não tão comum. Foram as cidades-Estado gregas que ampliaram sistematicamente em seus territórios a mão-de-obra escrava. É claro que haviam camponeses livres, rendeiros, artesãos, mas a escravidão era o que dava pujança e movia a economia das pólis gregas, bem como posteriormente nos domínios romanos. Pare se ter uma ideia, na Atenas governada por Péricles a proporção era de três escravos para cada dois cidadãos livres. (ANDERSON, 2000 : 22 apud. ANDREWES, A. 1967 : 135). A formação de uma grande população juridicamente escrava fora fundamental para a existência das riquezas de seus proprietários.
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