Os EUA e a II GM
Por: Cleiton Santos • 27/8/2017 • Abstract • 5.815 Palavras (24 Páginas) • 256 Visualizações
II – Os EUA e a II GM - Com relação à 2ª Guerra Mundial, A tentativa de controlar o expansionismo japonês no pacífico e da intervenção soviética na China, na década de 20, não havia funcionado e, enquanto Roosevelt, no início de seu mandato, estava ocupado com a crise econômica, o Japão havia invadido a Manchúria e se retirou da Sociedade de Nações, além de Hitler ter assumido o poder na Alemanha. Nos anos seguintes, a tensão apenas aumentou na Europa, enquanto nos EUA se espalha a pressão social do movimento pacifista, que preza pela não participação nos conflitos mundiais. Isto levou o congresso a apoiar leis de neutralidade. Espalhou-se também a idéia de que os EUA entraram na 1ª GM por impulso de banqueiros e industriais e somente eles teriam lucrado em meio à crise. É isso que responde pela edição de leis de neutralidade (1935 a 1939). Leis convergiam para demarcação de posição dos EUA se colocando externos aos conflitos, atendendo aos anseios da população, em meio à crise econômica. Difundiu-se a idéia de que somente a não intervenção poria fim ao conflito. A avaliação do governo era que, apesar da crise, nas vésperas da guerra, nada parecia ameaçar os EUA. Nazi-fascismo parecia uma coisa isolável, expansionismo japonês não era ameaça suficiente. Na América Central estava tudo normal. Nas vésperas de sua entrada na guerra tudo parecia controlado. Os interesses dos EUA não pareciam ameaçados. Se França, Alemanha e Inglaterra podem vir a quebrar, problema deles. Mesmo depois da invasão da invasão da Tchecoslováquia e Polônia por Hitler, esta visão permanecia. Mesmo em 1939 com o Eixo mostrando toda sua truculência, isso não interessava aos EUA. O governo dos EUA só começa efetivamente a tomar partido dos Aliados a partir de 1940. Na prática, já vinha furando a política de neutralidade. Em 1937 forneceu armas comercializadas à China na guerra contra o Japão e suspendeu a venda de armas às potências do Eixo, além de ter se declarado inimigo do nazi-fascismo. Mas isto tudo com cautela. Ainda não tinha enviado tropas e mantinha a visão de que a França e a Inglaterra que tinham que dar conta sem custos aos EUA. Não deviam fazer da guerra européia uma guerra dos EUA. Mas a situação se torna mais dramática. Vários países são invadidos: Noruega, França, Bélgica, Dinamarca (Guerra Relâmpago). Em 1940 Roosevelt se coloca para um 3º mandato e vence. O carro chefe de sua campanha era a não entrada dos EUA na guerra. De todo modo, ele acaba assumindo com uma postura mais firme frente ao Eixo. Em meados de 1941, quando Hitler invadiu a URSS, EUA apóia a URSS e vende armas para ela. Do ponto de vista internacional, EUA não entrava na guerra, mas também não respeitava mais nenhuma de suas leis de não intervenção. Após a reeleição, Roosevelt fortaleceu a posição de ajudar os aliados e isso acabou se tornando um dos pontos principais de seu governo, com a idéia de que os EUA se converteram no arsenal de democracia e, em um de seus discursos, pediu ao Congresso apoio às nações que estavam lutando em defesa do que ele chamou de 4 liberdades: liberdade de palavra, liberdade de religião, liberdade de necessidade e liberdade do medo. Com apoio à Grã-Bretanha com a Lei de Empréstimos, os EUA se apoderaram de todos os navios do Eixo que estavam em portos norte-americanos. EUA também tomou em 1941 a Groenlândia. Pouco tempo depois, Churchill consegue se encontrar com Roosevelt para assinarem a Carta do Atlântico, no qual formalizam uma aliança, que, na prática, foi uma declaração de guerra à Alemanha para deter a tirania nazi em defesa das 4 liberdades. Ela coloca a necessidade de devolução do governo aos povos invadidos pelas tropas estrangeiras. Preza pela manutenção do autogoverno dos povos e liberdade nos mares e nas potências, bem como um novo sistema de segurança coletiva internacional. Há, por parte da Alemanha, a ofensiva com ataques submarinos a dois destructors. EUA resolva aprovar a lei que limitou a política de neutralidade, mas só entra mesmo na guerra em 1941. Para Aurora Bosch, o que motivou a entrada dos EUA foi a expansão japonesa no pacífico. Governo americano vinha tentando estabelecer relações diplomáticas com o Japão, mas este estava cada vez mais agressivo, sobretudo com a China. Tentou-se o isolamento econômico do Japão, o que teria resultado na invasão de Pearl Harbor. Outra explicação é do historiador Muniz Bandeira. Ele diz que Roosevelt já vinha proibindo a venda de petróleo para o Japão não em 41, mas em 40. Mas o mais importa é que Bandeira também afirma que na Carta do Atlântico, EUA e Inglaterra definem qual seria a estratégia, a da Back Door. Desde 40, Roosevelt já vinha falando mal da Alemanha, na expectativa que o país declarasse guerra e os EUA furassem a opinião pública. Roosevelt queria um cataclisma, mas Hitler não respondia, pois sabia que a Alemanha tinha perdido a 1ª GM por causa da entrada dos EUA. Daí se decidiu que os EUA vão entrar pela “porta dos fundos”, entrando em guerra com o Japão. Tendo em vista isto, EUA passa a cutucar o Japão, com uma série de medias p/ estrangulá-lo economicamente. Japão só viu saída no ataque. Inclusive, EUA parecia já saber que haveria uma invasão em Pearl Harbor e Roosevelt seria o responsável pela morte de mais de 2000 americanos. Com Pearl Harbor, entrada dos EUA estava feita. EUA participa dizendo estar defendendo a liberdade da humanidade, corporificada no discurso das 4 liberdades de Roosevelt. Isto porque, como parte do discurso, entendia-se que todo indivíduo deveria ter uma vida decente. Além disso, EUA considera que entrada é importante para que não houvesse guerra de novo. O discurso do governo era que a guerra era boa, pois era em prol das 4 liberdades e contra a tirania. Primeiro se garantiu a liberdade do país e, naquele momento, deveria ser estendida ao mundo. Haveria a extensão do New Deal para o mundo o que consistiu no reconhecimento da intervenção dos Estados na economia. Para que as 4 liberdades se cumpram no mundo, é necessário estender o New Deal. Stalin solicitou a Roosevelt envio de soldados para frente européia e recebeu um sonoro NÃO. EUA só manda tropas para o conflito ocidental em 1944, no Dia D. Em fevereiro de 1945, há a Conferência de Yalta, que trás questões a respeito de como os vencedores lidariam com os vencidos e quais seriam os mais e os menos vencidos. Para o governo americano em Yalta, era importante apoiar o URSS para conter o expansionismo japonês. Era importante apoiar a URSS contra o Japão e a Alemanha, mas ainda não tinha nada de Guerra Fria. Para a Inglaterra, seria o expansionismo da URSS o maior perigo no pós-guerra. É Truman que lança as bombas atômicas. Roosevelt não era oposto à URSS. Pelo contrário, tentou até apoiá-la, pois viu nela um elemento de contenção do expansionismo japonês. Só que quando ele morre, surge uma nova coalizão no congresso, que vai defender a 5ª LIBERDADE e atacar o New Deal. A 5ª liberdade é a liberdade de empresa e também passam a encarar a URSS como pior inimigo. Na Reunião de Bretton Woods (FMI/ Banco Mundial), Roosevelt fez de tudo para levar a URSS p/a reunião. Truman assume e, logo, ocorre a rendição da Itália e Alemanha e começa uma postura mais ácida com a URSS. Com respeito à economia americana ocorreu algo sem precedentes nos anos de 42, 43 e 44. O grande piloto disso foi o Estado. PIB vai deslanchar, 60% da força de trabalho empregada em empresas bélicas, enorme salto da exploração do trabalho. Economia dos EUA cresceu entre 10 e 15% ao ano, o que possibilitou a expansão de centros industriais – sobretudo os que eram ligados ao abastecimento bélico – e aumentou a imigração par ao país. Com respeito à mobilização sindical, há uma série de tensões. Os mesmos se manifestam contra a inflação, a extensa carga horária de trabalho e falta de direitos dos trabalhadores, o que resultou numa grande onda de greve. O governo parte para a repressão e, com propagandas, difunde a idéia de que os rebeldes são anti-patriotas. O governo acaba cedendo e sindicatos obtêm conquistas e, em 1942, classe trabalhadora passa a apoiar maciçamente a guerra. Os negros continuarão a ser vitimas da violência. Mas a necessidade de homens para o exército e as indústrias abre espaços p/os negros. Mas entra pela “porta dos fundos”. Segregação continuava forte, sobretudo, no campo de batalha. Não se doava sangue de um negro para um branco ferido. Concomitante a isso, a luta da minoria negra para melhores condições de vida e igualdade civil continuava, o que resultará, por exemplo, na medida do governo de criminalizar a discriminação de negros nas indústrias. Se o governo faz guerra em nome das 4 liberdades, negros vão querer se incluir nelas em busca do reconhecimento de direitos. O pleno emprego não podia ser só para brancos. Guerra não põe fim a desigualdade entre brancos e negros, mas estes conseguem alguns benefícios, entre eles, uma acentuada entrada no mercado de trabalho. Mulheres: durante à guerra, novas frentes de empregos são criadas. Oportunidade para mulheres. Funções que antes eram só de homens passam a ser ocupadas por mulheres. Siderurgia, metalurgia, forças armadas. Novo status: mesmo as que ficavam em casa também terão um novo status: a mobilização pela guerra, como a Liga de Mulheres em Apoio à Guerra. Tais mudanças internas foram possibilitadas por um fator externo de mudança, a II Guerra Mundial. Em contrapartida, estas questões internas também influenciaram na guerra. Estes é o ponto central do texto de Bosch. Política externa americana: da emergência da guerra fria à política de distensão: Mais uma vez temos modelagem do conceito de liberdade. Com a II Guerra, foi o ideal liberdade ou das 4 liberdades contra a tirania hitlerista. No contexto de Guerra Fria, houve, com a subida de Truman, o uso do conceito de liberdade para combater a opressão comunista. Harry Truman, em 1947, proferiu um discurso no qual os EUA se posicionavam em favor das nações livres que desejassem resistir às tentativas de dominação e opressão comunista. Há a morte de Roosevelt e a vitória nas eleições é do Partido Republicano. Roosevelt, nas conferências de durante a II GM, havia feito esforços para fazer a URSS participar dos acordos de Bretton Woods (que, grosso modo, buscava consolidar um sistema econômico internacional no qual não faltasse matéria-prima e mercado para os produtos americanos, ou seja, que buscou a abertura de mercados em todo mundo, com base na instituição do FMI e do BIRD [Banco Mundial] – instituições multilaterais que garantiriam o padrão monetário mundial em torno do dólar-ouro), uma vez que o principal rival era a Alemanha. Mas, com a morte de Roosevelt, em 1947, esta visão perde força e surge outra: fortalecer a Alemanha contra o comunismo. Esta foi a visão da Inglaterra na Conferência de Yalta e que passa a ser a dos congressistas nos EUA. Os principais inimigos da liberdade passam a ser os comunistas. A URSS estava com sua economia esfacelada, apesar de ter um capital político muito grande com a grande derrota de Hitler. Há ainda a questão da esquerda ganhando força na Turquia e Grécia, que recorrem à Inglaterra. Como esta não tem dinheiro, quem entram são os EUA. EUA se coloca como o garantidor da ordem política e da liberdade internacional. Com a Doutrina Truman é que é lançada a idéia de que “as nações livres correm o perigo da ameaça opressora comunista”. Como defensor da liberdade, EUA se colocaria a defendê-las. Quando acaba a guerra, URSS era aliada dos EUA. Um ano e meio depois, tudo mudou. Esta mudança não estava dada no fim da guerra. Não foi imediato. Discurso oficial dos EUA vai se pautar na liberdade contra a escravidão da URSS. A Doutrina Truman teve por objetivo conter o avanço soviético.Mas, na prática, a política externa foi contraditória. EUA passou a apoiar regimes tirânicos desde que os mesmos estivessem alinhados à sua política. Que luta pela liberdade é esta que apóia a tirania? Vão apoiar ditadura na Espanha, Apartheid na África do Sul, regimes totalitários da América Latina, ditaduras na África, Ásia e Haiti. O discurso de liberdade também não deu conta de garantir as liberdades civis a nível interno. O Mcartismo lançou mão de reprimir organizações de esquerda, suspeitos de comunismo, negros, entre outros. Washington cria a CIA em 1947 para garantir o aparelho político externo. CIA terá um papel central na desestabilização de governos contrários aos EUA, tendo sido a maior parte destes governos eleitos democraticamente. Neste sentido, é também lançado o Plano Marshall, em 1948, para recuperar economicamente países europeus após a guerra e conter a influência comunista. Esta medida evidenciou outra contradição, pois acabou legando a segundo plano do BIRD e outros órgãos de Bretton Woods, que tinha por intenção o multi-lateralismo econômico. O Plano Marshall foi uma medida unilateral que tomou a frente desta empreitada econômica, fornecendo dinheiro a 16 países, para que se reconstruíssem em consonância com as intenções econômicas dos EUA. O Plano Marshall tinha a intenção de levantar as economias e blindá-las contra a esquerda. O foco da Guerra Fria, num primeiro momento, foi a Europa, sobretudo, quando a URSS invade a Hungria e a Tchecoslováquia. Mas há um deslocamento, quando a Índia se torna independente da Inglaterra e a China faz sua revolução. Europa concluindo sua reconstrução, mas novas questões surgem, deslocando o foco da Guerra Fria para a Ásia. Na América Latina o controle se mantinha. Em meio ao processo de libertação de países da África e da Ásia, EUA, junto com a Inglaterra vai tentar manter seus interesses na Índia. Grande problema estava no rumo que a China tomou. Com relação ao Japão, controlados pelos EUA, receberam farta ajuda econômica do Plano Colombo, havendo reforma agrária. O Japão era importante ponto estratégico na Ásia, pois tinha uma série de mísseis e bases apontados para a URSS e China. É necessário ressaltar a existência de um sistema assimétrico de relações. Tratamento vip com os países da Europa: social-democracia e Estado de Bem Estar Social. A OTAN faz parte deste contexto, para garantir a segurança contra qualquer agressão. Com os países europeus periféricos, tratamento era mais duro e na América Latina pior ainda. Desenvolveu-se o PONTO 4, que era uma ajuda específica para os países de terceiro mundo (uma merreca para a AL e um caminhão de dinheiro para a Europa). Com relação a esta medida, a mesma prezou por ações como pacotes de crédito agrícola, de maneira a instituir, por meio de programa de reforma agrária (não generalizada), a propriedade provada e evitar tendências de esquerda no campo. Desenrolou-se uma série de conflitos nos quais a Guerra Fria quase ficou quente, como a Guerra da Coréia, Vietnã, Revolução Cubana, entre outros. Como ação contra a Revolução Cubana, EUA lança mão da Aliança para o Progresso (como parte da reforma do governo Kennedy), programa de ajuda econômica que veiculava idéias norte-americanas na América do Sul e patrocina ditaduras. Os anos 50 terminam mal para os EUA. O processo de libertação nacional de Àsia e África não é muito favorável aos seus interesses de mercado, uma vez que países optam por não alinhamento. URSS sai na frente na corrida armamentista, lançando em 1957 o Sputnik, popularidade do governo cai, com diversas criticas da população à ambição imperialista, economia perdendo dinamismo, queda nos empregos. O Japão e a Alemanha passam a ser concorrente dos EUA. As tensões entre EUA e URSS aumentavam cada vez mais e, com o quase rompimento de um terceiro conflito mundial, em decorrência da Crise dos Mísseis, EUA e URSS lançam mão da política da distensão, buscando “relaxar” tensões políticas para evitar possíveis sérios desastres mundiais. A URSS, na década de 60, teve de enfrentar não só o rompimento de relações com a China, como a Primavera de Praga. Tal política se consolida no governo de Nixon e tinha como aspecto a idéia de que os EUA não deviam dominar (até porque não tinham condições, pois estavam quebrados com a Guerra do Vietnã e fracassados com a falha da invasão da Baía dos Porcos), mas liderar politicamente um relaxamento de tensões. É neste momento, por exemplo, que voltam as relações entre EUA e China, com a visita de Nixon. Mas, por outro lado, mantiveram a mesma política, com a desestabilização de países com governos contrários, como no Golpe de Pinochet em 1973 no Chile, no Uruguai e outros na década de 70. A política de distensão fica mais evidente nos acordos SALT, que limitaram o poder bélico: no primeiro Salt 1, houve limitação de mísseis antibalísticos dos EUA e URSS. O Salt 2 reduziu o nº de mísseis bombardeiros. A Guerra do Afeganistão, entretanto, reaqueceu a confrontação entre as potências. Imperialismo e política externa: da guerra contra a Espanha à política de “boa vizinhança”. Bosch fala do expansionismo externo estadunidense, apontando as razões econômicas como as principais responsáveis pelo mesmo nos séculos XIX e XIX. Pode-se mencionar: o fim da fronteira (chega-se ao pacífico), massiva industrialização, busca de novos mercados. Com a idéia calcada no Destino Manifesto, de que os norte-americanos, donos da liberdade, foram escolhidos por Deus para a levarem a todo mundo, desenvolveu-se a Marcha para o Oeste, que marcou a história com a despossessão de indígenas. Verifica-se, desta forma, um corte teológico e racial. Assim, o que justifica a matança dos indígenas é a expansão da liberdade contra a barbárie. Com a consolidação do território interno dos EUA, pode-se falar que a guerra contra a Espanha (1898) não só marcou o fim das guerras internas nos EUA, mas os colocou numa nova etapa: o nascimento de um império e o surgimento de um novo imperialismo, com intervenções em Cuba, Venezuela, Havaí e Filipinas. Após a vitória sobre a Espanha, EUA confirmava seu controle sobre o Caribe, com o protetorado de Cuba e a anexação de Porto Rico. Também já havia avançado sobre o pacífico, anexando o Havaí e, com a derrota da Espanha, estendem domínio sobre as Filipinas, o que era um impulso para a política comercial com a Ásia, que também se corporificou com a Open Door Policy com a China (país com o qual os EUA vinham conquistando privilégios comerciais desde 1844). EUA buscava consolidar mercados na América do Sul e na Ásia. Após as guerras civis e consolidação da nação estadunidense, buscou-se mercados, em decorrência da rápida industrialização. Se durante o século XIX, o mercado interno era forte o suficiente, no fim do século necessitava se expandir, pois o mercado interno passou a não ser suficiente. Isso foi fundamental para a expansão imperialista. Razões internas ligadas à necessidade de mercados. Estas foram as linhas mestras da política exterior norte americana até à 1ª GM. Tal política foi baseada nos ditames da Doutrina Monroe, que confirmou os EUA como dominantes na América e que permitiu o controle de diversos territórios. Foi o início de uma dominação informal, pois o Congresso proibiu uma anexação oficial dos territórios, estabelecendo assimilação cultural indireta. Por estas intervenções, eram garantidos os interesses americanos, abrindo-se uma nova fronteira mundial. Sobretudo, no fim do XIX, a tese de expansão das fronteiras foi acompanhada de teses darwinistas sociais, que traziam a idéia de que os anglosaxões, por sua liberdade e pureza espiritual, deveriam colonizar o mundo. Por isso, eram superiores a outras populações do mundo, que desconheciam a liberdade e a verdadeira religião. Isto ajudou a consolidar o pensamento WASP. Assim, deveriam civilizar o mundo. Isto foi comum nos EUA por volta de 1890, sendo de interesse da elite industrial. Com respeito às primeiras intervenções, pode-se falar da Venezuela. Eua manda a marinha p/ conter uma possível invasão inglesano país. É um dos primeiros momentos concretos da Doutrina Monroe. O Rio Orinoco como forma de resguardo à navegação. Interesses: se a Inglaterra de desse bem, ela teria tudo para transformar o mar do Caribe num lago britânico. Fora o interesse já existente dos EUA nas regiões sul da América. Em Cuba o pretexto se deu com a explosão de um navio dos EUA em Havana e culpa caiu sobre a Espanha estopim para destruir as relações até então diplomáticas e negociações entre EUA e Espanha com relação à Cuba, o que permitiu ao primeiro aplicar sua política Monroe de expansionismo político econômico. Sob o pretexto de proteger Cuba, é assinada a Emenda Teller, que permite ao EUA intervir e combater os espanhóis que são vencidos. A vitória de 1898 marca o começo do Império Estadunidense. Espanha reconhece Indep. De Cuba. Mas os EUA não. Eles entendem que Cuba não tinha condições de se governar. EUA mantêm as tropas lá. Vai de 1898 até 1902. Cuba permanece ocupada. Tropas saem com a assinatura da EMENDA PLATT. Condição para as tropas saírem de lá. Os EUA tinha direito de intervir quando quisessem. Em seguida, EUA invadem as Filipinas, por considerá-lo incapaz de se governar sozinho. Com Theodor Roosevelt, em 1901, EUA desempenha um papel de liderança política internacional. Este, readaptando os fundamentos da Doutrina Monroe, lança mão da política do grande porrete ou Big Stick: “Deve se falar suavemente, mas ter em mãos um grande porrete”. Isto garantiria a primazia estadunidense com sua política de intervenção política no Caribe e Ásia. Esta política é continuada por outros presidentes, como Woodrow Wilson. A construção do Canal do Panamá, que ligou o Atlântico ao Pacífico, fez parte desta lógica. Idéia de se construir uma ligação entre atlântico e pacífico. Contexto de ampliação do controle dos EUA sobre Caribe e Ásia. Governo faz uma oferta à Colômbia para construir o canal. Senado colombiano não aceita. Daí, os EUA passam a apoiar setores nacionalistas na região que dará origem ao Panamá, que logo é reconhecido pelos EUA com Estado soberano. Aí, EUA faz outra oferta e aceitam. Além disso, são estabelecidas bases estadunidenses no Panamá. EUA também faz a mediação da Guerra Russo-Japonesa de maneira a resguardar o interesse americano no oriente. Rússia e Japão acabam renunciando a Manchúria. Em 1905, EUA fazem um tratado/acordo com o Japão. Este fica com a Coréia, abre mão da Manchúria e não intervém nas Filipinas. Em 1908, por meio de outro tratado, Japão reconhece a política das portas abertas. Percebe-se que os EUA estavam sempre resguardando a China. Guerra contra a Espanha foi um divisor de águas na política externa dos EUA. Oportunidade para os EUA afirmarem seu poderio econômico militar no Caribe, Ásia, América do Sul. Construção de todo aparato militar. É neste período que os EUA se colocam como a POLÍCIA INTERNACIONAL. Corolário Roosevelt. Intervenção dos EUA em qualquer país da América quando considerar necessário. Na Ásia, à exceção das Filipinas – território não incorporado à união – a política dos EUA foi a do imperialismo sem colônia. A Open Door Policy. Ao subir ao poder, Woodrow Wilson quis substituir o intervencionismo do grande porrete e da diplomacia do dólar por uma política mais marcada pelo bem estar e que estendesse a democracia. Paradoxalmente, houve neste período mais intervenção nos assuntos internos de outros países do que nos períodos anteriores. A configuração política internacional instaurada pelos presidentes anteriores a Wilson foi difícil de ser contornada e isso fez com que ele lançasse mão de uma intervenção ainda maior nos países caribenhos e na Ásia, acreditando que os EUA deveriam ser redicadores da democracia e ensinar a liberdade nestes países. Deviam também, com uma espécie de política de boa vizinhança salvar os países da intervenção política exterior. Esta foi a política da diplomacia missionária. Com relação à 1ªGM, Wilson, ocupado com os assuntos mexicanos e caribenhos, declarou neutralidade dos EUA, uma vez que seu interesse se centrava na América e no pacífico. Além disso, a opinião pública considerou isto como um assunto europeu. A população dos EUA ainda guardava memória recente da guerra civil e optou por não se meter no conflito mundial, apesar de grande parte da população se identificar com os aliados, uma vez que a população era composta majoritariamente por britânicos e descendentes. Assim, EUA mantém relações com os aliados com a exportação de armas, enquanto que as relações com o eixo diminuíam, sobretudo, porque a Inglaterra impôs um bloqueia sobre o mar do norte e o Canal da Mancha, estabelecendo tais áreas como zonas militares inglesas, o que cortou qualquer comércio direto dos EUA com as potências centrais, sobretudo, a Alemanha. O que vai levar os EUA a se preparar e, posteriormente, a entrar na Guerra não são motivos econômicos e sim a defesa dos direitos de países neutros e a violação dos mesmos pela guerra submarina alemã. Com o bloqueio inglês, a Alemanha, que enfrentou o estrangulamento de sua economia, utilizou-se da guerra submarina, que resultou no afundamento de navios que abasteciam a Entente e na morte de 209 americanos. EUA entra na guerra em 1917 após Alemanha rechaçar exigências dos EUA com relação aos ataques. Foi feito todo um trabalho de convencimento da opinião pública com a idéia de que os EUA participavam da guerra pela defesa da democracia, com uma propaganda patriótica em que os EUA saíam em defesa da liberdade. Para isso, era necessário lealdade e colaboração da população à investida do país na guerra. Houve, deste modo, a elaboração de um discurso nacionalista, por meio de campanhas patrióticas, que muitas vezes se dirigiu contra imigrantes. O conflito mundial também revelou debilidades no sistema industrial, que levou a uma reforma social-econômica das estruturas industriais por parte do governo, que, grosso modo, irá intervir no sistema econômico, aspecto que depois será potencializado pelo New Deal. Ao fim da guerra, há os 14 pontos de Wilson, que defendia o direito dos povos ao auto-governo. 1ª Reação – Auto-governo. Não se diz que os EUA irão bancar o direito ao auto-governo, mas diz que todo país deve se auto-governar. Reação contras as potências européias. Tratar-se-ia de abrir esses países ao capital americano. 2ª Reação – Ao internacionalismo proletário de Lenin. Eram interesses dos EUA na África e Ásia. O apelo liberal de Wilson tinha este objetivo. Ocorre que este internacionalismo liberal não vai vingar, quando se depara com o congresso que defende o retorno ao isolacionismo americano. Eua não deveria abrir seus mercados em troca da abertura do mercado dos outros. Depois da 1ª GM, os países europeus se tornam devedores dos EUA. Volta-se ao isolacionismo americano (típico da Doutrina Monroe), mas não como no XIX e antes do conflito, porque os países europeus estão em dívida com os EUA. A guerra trouxe benefício econômico aos EUA, uma vez que abasteceram a Europa com alimentos, produtos industrializados e matérias primas, se apoderando de mercados anteriormente controlados por europeus. Isso expandiu de forma extraordinária a economia estadunidense. Mas, no fim da década de 20, EUA é afligido com a Grande Depressão, causada pela crise de 1929, que leva ao New Deal, o que proporcionou uma redefinição do que se entendia por liberdade naquele momento. O American Way of Life começou a soar falso, pois a crise fragilizou toda uma sociedade. A grande depressão possibilitou crédito a um conceito reestruturado de liberdade, no qual o governo americano deveria proteger os norte-americanos. Assim, o novo conceito de liberdade durante a grande depressão se caracterizou pela seguridade econômica pessoal, resultando na constituição do Estado de Bem Estar Social (Welfare State). Em nome de maior liberdade dos cidadãos, o governo assumia a responsabilidade de garantir a seguridade econômica e social, buscando ampliar o bem estar americano, que foi tão atingido com a crise. Em resumo, outra corrente ganha relevo, não apenas no âmbito do pensamento econômico, mas da política-econômica: medidas de política-econômica NÃO LIBERAIS, mas, sim, REGULACIONISTAS. Isso golpeou o ideário de livre mercado, o Laissez Faire. Isto ocorre nos EUA, na Europa e países latino-americanos (países de periferia do capitalismo). A crise derruba a crença no liberalismo econômico. Com o momento de fragilidade, a política externa sofre modificações: lançamento da política da “boa vizinhança” na América Latina, havendo a idéia de que comunistas estavam se infiltrando na América Latina (por causa do projeto bolchevique de revolução mundial) e, por isso, era necessária uma aproximação amigável. Em 1933 os EUA reconhecem a URSS e em 1934 põem fim à Emenda Platt. Marinha sai do Haiti. Reconhecem El Salvador. Atuam com moderação no governo Cardenas no México, que nacionalizou o Petróleo. Uma série de posturas que relaxam e apertam a política externa americana, buscando apoio político dos países da América Central e do Sul.
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