Principais Escritores da Historiografia Brasileira
Por: Keren Dayane Souza • 21/12/2019 • Artigo • 2.187 Palavras (9 Páginas) • 247 Visualizações
BARBOSA, Keren Dayane de Souza. Historiografia brasileira: A colonização portuguesa, vista por diferentes historiadores.2019.7p.Trabalho Final da Disciplina Leitura, Produção, e Interpretação de textos acadêmicos, Graduação em História-Universidade Estadual de Londrina, Londrina 2019.
RESUMO
Uma das fontes mais importantes para se estudar a historia do Brasil é a historiografia,este artigo tem por objetivo mostrar a visão de alguns historiadores entre 1850 até meados do séc. 20.Foram estudados os mais importantes historiadores da historiografia brasileira e é através deles que iremos conhecer um pouco mais sobre a casa grande e a senzala, sobre a relação entre negros índios e português e quem foi os ibéricos e neo-portugues.
Palavras-chave: Historiografia. Negros. Índios. Néo-portugueses
abstract
One of the most important sources for studying the history of Brazil is historiography, this article aims to show a view of some historians between 1850 and mid-century. 20.The most important historians of Brazilian historiography were studied and it is about them that they will know a little more about a big house and a slave house, about a relationship between black indigenous and Portuguese and who was Iberian and Neo-Portuguese.
Key words: Historiography. Black people. Indians. Non-portuguese
Introdução
A Historiografia brasileira é o grupo de estudos sobre a História do Brasil e diz respeito não só o registro histórico estabelecido pela memória, mas também à ciência da História. No Brasil,os estudos historiográficos no Brasil começaram a ser realizados a partir de 1850, por Francisco Adolfo de Varnhagen, e vem até os dias de hoje. Entre os historiadores brasileiros de destaque, há autores como Capistrano de Abreu, nos anos 1900, Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de Holanda nos anos 1930, Nelson Werneck Sodré nos anos 1950, Caio Prado Júnior nos anos 1960 e Florestan Fernandes anos 1960-70.
Nesta meta de conhecer um pouco mais a fundo a historiografia brasileira, e saber mais especificamente a visão de alguns historiadores escolhidos , em relação aos índios, negros e os portugueses na colonização portuguesa, este trabalho foi construído exatamente por esta questão a de querer entender o ponto de vista de importantes historiadores que fazem parte da historiografia brasileira, que venho resumir os conceitos de alguns historiadores, são eles: Varnhagen e Capistrano, através do escritor José Carlos Reis em seu livro As Identidades do Brasil: de Varnhagen a FHC., Gilberto Freyre e seu livro Casa grande & Senzala, e Sérgio Buarque de Holanda e seu livro Raízes Brasileiras
Desenvolvimento
ANOS 1850: VARNHAGEN ( Reis. As Identidades do Brasil)
O ELOGIO DA COLONIZAÇÃO PORTUGUESA
Francisco Adolfo Varnhagen foi um militar diplomata e historiador brasileiro, Varnhagen nasceu no ano de 1816 e faleceu em 1878, Varnhagen iniciou sua carreira como um militar nas guerras liberas, como um militar voluntário nas tropas de Dom Pedro IV de Portugal, Varnhagen retornou para o Brasil em 1840 entrando no IHGB, em 1841.
No texto de Reis,o autor fala que Varnhagen é filho das terras brasileiras, porém suas raízes são europeias, pelo fato de que Varnhagen fazia parte da elite oligárquica do país Varnhagen tinha vínculos com a família real introduzida no Brasil. O IHGB foi criado um pouco antes da independência brasileira, por conta disso Varnhagen ganha um grande espaço na pesquisa histórica quando Dom Pedro I chega ao poder, segundo Reis, o imperador necessitava de uma história legitima a supremacia portuguesa na construção da na nação brasileira, que lhe desse uma identidade Dominante, por este fato a obra de Varnhagen encontrou o suporte perfeito para a sua execução.
Ao ler a obra de Varnhagen Podemos observar que ela é uma elaboração de um modelo especifico de sociedade que se desejava projetar para o Brasil império.
O Brasil independente queria, portanto, continuar a obra de Portugal, pois a colonização portuguesa era vista como bem-sucedida, trouxera a civilização europeia, a religião cristã e tornara produtiva uma região abandonada e desconhecida. Portugal integrou o Brasil na sua rota de ‘Grande História’. O Brasil, portanto, foi, é e deverá continuar sendo português. (REIS, 1999.p 32)
Para Varnhagen “a plebe, índios, negros, caboclos, mamelucos, pobres em gerais seria desequilibradora do Brasil grande” (Reis, 1999.p.32).
Segundo Reis Capistrano Honório de Abreu, foi um dos primeiros historiadores do Brasil, as obras de Capistrano eram caracterizadas por rigorosas investigações, ele tinha uma visão critica dos fatos históricos, José Carlos Reis começa o texto falando sobre a biografia de Capistrano, Reis apresenta o autor como um legítimo sertanejo que negou continuar as atividades exercidas pela sua família, pois estas atividades eram formadas através da produção escravista. Capistrano aprofundou-se pelo Brasil em busca de uma nova concepção de vida e ele a encontrou nas letras, Capistrano era crítico a historiografia brasileira, e principalmente as obras do autor citado acima Varnhagen. Capistrano trará em sua obra uma nova da descoberta do Brasil, focado no olhar da terra daqui e dos aqui habitavam. Agora é o índio que vê a chegada dos portugueses e negros e não o contrário como plantava a historiografia brasileira de até então, Varnhagen fala sobre negros índios e todos que não vinham diretamente de Portugal, já Capistrano se vê diferente de Varnhagen.
“Para Capistrano alienígenas, exóticos são os europeus e africanos e não o indígena e a terra do Brasil. Para velos assim ele se coloca no ponto de vista do indígena e a terra do Brasil, que veem chegar novos e desconhecidos elementos” (Reis,1999 p. 98).
A partir de sua obra nota-se o sentimento de nacionalismo do povo brasileiro, valorizando a miscigenação, o clima, a vegetação e os conflitos pela formação da identidade própria pelo qual passou o povo brasileiro.
O brasileiro é o europeu que sofreu um processo de diferenciação graças ao clima e á miscigenação com o índio. Interessa-lhe conhecer o que este povo sente e aspira. Faz uma história social econômica do povo, sua vida, alimentação, tipos étnicos, condições geográficas, os caminhos, povoamentos, modos de viver, formas psicológicas, profissões, divertimentos, costumes, crenças, diferenças sociais, comércio, vida urbana e rural...Sobretudo edifica este povo, que no período colonial e mesmo imperial não sabe bem o que é, o que deveria fazer. Ele revela o processo de constituição da diferença entre o projeto colonizador e o novo interesse e sentimento que se formaram gradualmente, o interesse e sentimento “BRASILEIROS”. Varnhagen fez o elogio da vitória dos portugueses, defendeu os interesses e os sentimentos lusitanos no Brasil e não via com bons olhos a diferença que volta e meia explodia entre esses valores e poder europeus e os autóctones. Capistrano escreverá uma outra história do Brasil, a anti portuguesa, ante reino, antieuropeia, anti-Estado imperial, redescobrindo o Brasil Capistrano faz o Elogio da rebelião brasileira. (REIS, 1999.p 97).
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