RESENHA SOBRE O ARTIGO: “A adesão das câmaras e a figura do imperador”
Por: Franco Rodrigues • 12/9/2015 • Resenha • 1.025 Palavras (5 Páginas) • 415 Visualizações
RESENHA – AD1 BRASIL II
FRANCO RODRIGUES
MATRÍCULA: 1111 60 90 213
RESENHA SOBRE O ARTIGO: “A adesão das câmaras e a figura do imperador”
“REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: SOUZA, Lara Lis Carvalho, Rev. bras. Hist. v. 18 n. 36 São Paulo 1998.
Esse artigo nos revela a maneira pela qual as câmaras de todo país utilizaram á figura representativa de D. Pedro I no início da década de 1820, estabelecendo assim um novo formato social que colocava o Brasil então, como um órgão político autônomo, e foi a partir dessa nova configuração política-social, que se estabelecia uma hierarquia local vislumbrando quem poderia participar de sua administração. No Brasil, as câmaras possuíam mais autonomias que as outras câmaras portuguesas, mas nesse cenário, a igreja não perdia seu poder constituinte no que tange à introdução nos formatos de uma sociedade, estas duas instituições andavam juntas como bases sociais e políticas, mas a questão a ser ressaltada, é que nascia nesse momento, a vida própria das câmaras e sua efetiva legitimação.
E foi a partir desse contexto que, formava-se um caráter que, ao mesmo tempo que andava lado a lado com o formato político do antigo regime, surgia uma idéia de desligamento com a Corte portuguesa. Deve-se ressaltar que, com a instalação das Cortes, houve uma ampla reorganização da rede de poder que atingiu todo o Império português e afetou o exercício das Câmaras. As Cortes promoveram as eleições das Juntas Provisórias, estas que, Juntas, passavam a ter o poder executivo com todas as suas atribuições, ou seja, passaram a desfrutar de maior legitimidade por resultarem de uma eleição e, conseguiriam governar com maior tranqüilidade em território brasileiro.
A Câmara servia como um lugar de aprendizagem sobre política dos interesses de sua sociedade, com isso habilitava um representante para concorrer a um cargo nas Juntas, portanto, as Câmaras ganhavam sua imponência em relação as pessoas e perante a Corte. No contexto das Câmaras, o termo adesão era usado no sentido de declarar a sua ligação com o príncipe, elegendo-o seu governante, comprometendo-se em ter fidelidade total ao mesmo. Para exercer essa fidelidade, havia diversas maneiras, uma delas, era enviar representante da Câmara ao Rio de Janeiro jurar tal fidelidade e explicar os interesses da vila.
No início da década de 1821, alguns jornais publicados pela cidade, prometiam aos escravos a liberdade, caso estes adotassem o movimento dos oficiais descontentes. Os que eram considerados opostos as Juntas, automaticamente eram classificados como aliados dos escravos. Por conseguinte, depois da veiculação desses jornais, alguns atos dos escravos foram interpretados pela sociedade como ameaçadores, com isso, surgia uma idéia de temor e repúdio nas elites que uma nova São Domingos se repetisse, o que era notado nas próprias falas das testemunhas da devassa. Logo, desenhava na história da sociedade brasileira, um caráter de tensão em relação aos negros assumirem seus direitos perante a uma sociedade. Um religioso chamado Felipe Patroni, chegou a propor um plano que vislumbrava que o escravo pudesse usufruir da capacidade de representação ao participar das eleições. Esses novos cidadãos, marcados pela escravidão e discriminação, almejavam nova vida social, acreditavam num sonho de um futuro melhor, em suas mais íntimas fragilidades sociais.
Mais adiante, no ano de 1822, D. Pedro se comprometia com o povo brasileiro, pedindo-lhes obediência, em troca de fidelidade e ordem, nascia um caráter que unia o sentimentalismo ao poder público, essa via de mão dupla do coração e a política, resgatava um antigo tributo a imagem do rei, a paternal ternura, a severidade de um chefe(pai) que sabe castigar quando for preciso mas que também sabe a hora de recompensar seus filhos na hora certa, é nesse cenário que se caminha um ideal político-social que reflete seus pontos fracos e fortes de uma sociedade que nascia de cima para baixo. O D.Pedro imperador, surgia não apenas pelo seu passado dinástico e sim, por um processo eleitoral que aconteceu em muitas vilas brasileiras. É pertinente afirmar que houve mudanças nas configurações das elites no início do ano de 1820, pois estava presente nesse período, a idéia de defender a causa brasileira e de sua efetiva legitimação no que concerne a política, a sociedade e a economia, o que acarretou muitas vezes um confronto direto entre a ordem pública e a elite.
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