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Reformulando a Identidade Inglesa na América Britânica

Por:   •  26/5/2023  •  Resenha  •  1.159 Palavras (5 Páginas)  •  59 Visualizações

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Resenha do texto: Reformulando a identidade inglesa na América britânica colonial: adaptação cultural e experiência provincial na construção de identidades corporativas

De: Jack P. Greene

O autor destaca como os primeiros colonos conservaram um legado britânico comum consistente na ligação com formas inglesas de governo consensual; no sistema legal inglês com ênfase no papel da lei e a santidade da propriedade privada, o protestantismo e o comércio.

Esse legado comum lhes trouxe características comuns como: a incorporação de governos civis ampliados,  localizados em áreas tropicais ou semitropicais trabalhavam com agricultura, tinham servos brancos, escravos negros e trabalhadores indígenas. Suas populações eram na sua maior parte constituída de pessoas escravizadas, desenvolveram um próspero comércio de exportação para as ilhas britânicas ; suas populações dominantes compartilhavam objetivos econômicos sociais e políticos comuns e constituíam se em empreendimentos econômicos de muito sucesso.

Mas, ao mesmo tempo desenvolveram identidades distintas em decorrências das distintas experiências de colonização que experimentaram. Assim, embora a intenção original fosse a de criar pequenas Inglaterra nas Américas terminaram por reformular o caráter inglês a fim de ajustar as condições específicas que eles criaram ou encontraram em cada província. Esse processo de reformulação acabava por criar províncias diferentes com identidades próprias e formado por população que já não era igual aos ingleses da Inglaterra. Agora eram ingleses da Virgínia de Barbados ou da Carolina do Sul. Sendo assim, não é possível falar uma única identidade comum para a experiência da colonização inglesa.

A análise da literatura do período permitiu ver a existência de três fases distintas nesse processo de reformulação de identidades:

A 1a. Fase: a literatura equivalia a uma propaganda visando atrair novos colonizadores e investidores para o empreendimento colonial, por isso,  se concentrava na descrição dos espaços físicos e na formulação de propostas para o uso eficiente do espaço. Na segunda fase : a literatura toma a forma de corografia ou narrativas históricas cujo foco deixa de ser os atributos físicos da colônia para se tornar a narrativa de como os povoadores tinham sido capazes de adaptar as práticas sociais e culturais inglesas sempre percebidas como melhoramentos. Essa literatura era frequentemente exortatória, exortando os povoadores a concretizarem da melhor maneira possível o potencial físico de uma data colônia e eliminar em qualquer traço que pudesse pôr em dúvida a intensidade e o alcance de suas identidades inglesas. E, na terceira fase,  a ênfase se desloca da identidade emergente da colônia para a reivindicação de que cada um desses lugares ostensivamente britânicos havia alcançado uma identidade própria distinta que surgia e interagia com seu espaço físico e com o caráter da sociedade que ali havia se desenvolvido ao longo de gerações. No entanto isso não implicava em rejeitar os padrões ou modelos ingleses / britânicos dos quais se consideravam herdeiros.

Nesse contexto, a metrópole funcionava como um modelo normativo, pelo qual se tendia a avaliar, mas, os africanos e ameríndios, forneciam um modelo comparativo, onde

O autor destaca que essas identidades provinciais sobreviveram por muito tempo depois da separação da Inglaterra em 1780. O âmago da identidade que começou a se formar na época das primeiras gerações permaneceu intacto e importante mesmo após a independência e sob o governo federal americano.

Por outro lado, diversos fatores tornaram complicada a reivindicação dessa identidade inglesa:

1- a distância da metrópole ;

2- os contrastes sociais e culturais entre as simples e e toscas  sociedades, especialmente as do princípio da colonização em comparação com a avançada sociedade inglesa ;

3- Sua situação entre povos que lhes parecia pagãos bárbaros e selvagens como ameríndios e africanos

4- o modo como se apoiavam em novas instituições como grandes lavouras e a escravidão racial

5- seus permanentes conflitos com a mãe pátria sobre seu direito enquanto colonos às leis e privilégios ingleses

6-e o mais importante de tudo a tendência geral entre as pessoas das ilhas britânicas de enxergá-los como "outros" que deixavam muito a desejar no que tange aos padrões metropolitanos .

E essa diferença ficou bem evidente para os colonos quando se defrontaram com a Grã-bretanha em relação à cobrança de  impostos e a interferência em assuntos internos sem seu consentimento, uma vez que tais medidas eram contrárias aos direitos e as proteções legais tradicionalmente desfrutadas por colonos livres ou independentes, assim pondo em questão sua identidade enquanto população britânica.

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