Religiosidade e mitologia: Um vínculo para organização social e cultural da sociedade Asteca
Por: Zdonek • 16/6/2015 • Trabalho acadêmico • 2.588 Palavras (11 Páginas) • 382 Visualizações
Religiosidade e mitologia: Um vínculo para organização social e cultural da sociedade Asteca
*Fernanda Fátima Zdonek
1. Introdução
Os astecas viviam na região do atual México, no período entre os séculos XIV e XVI. Formaram a cidade de Tenochtitlán aonde hoje é o atual México, espaço junto ao lago Texcoco.
A organização da sociedade asteca era hierarquizada, na qual um tipo de imperador era o grande chefe. Os nobres astecas eram os sacerdotes e membros do exercito. A parte mais pobre da população eram os camponeses, artesãos e demais trabalhadores, estes eram obrigados a prestar serviços para o imperador, na construção de obras públicas, como, estradas, templos, canais de irrigação, entre outros serviços.
No governo do “imperador” Montezuma II o império asteca era formado por cerca de 500 cidades, as quais pagavam altos impostos para Montezuma.
O império asteca possuía domínio de técnicas agrícolas, organizando obras como chinanpas, que eram ilhas para o plantio, nas quais plantavam, culturas como a pimenta, tomate, milho, cacau, entre outras. Uma curiosidade é que as sementes do cacau eram usadas como moedas para a civilização asteca.
O “imperador” possuía grande representação, era um membro de destaque na vida religiosa e militar na civilização asteca.
Como uma sociedade considerada complexa os astecas possuíam uma cultura religiosa muito rica, eram politeístas e em seu panteão haviam centenas de deuses, com essa forma de organização relativamente rica, vai-se neste trabalho expor se forma simples como a religiosidade e os mitos são extremamente presentes na organização social e cultural da sociedade asteca, que acima e durante o trabalho foi e será exposta.
* Acadêmica do 5º semestre do curso de Licenciatura em História na Universidade Federal da Fronteira Sul- Campus Erechim. Trabalho avaliativo da disciplina de História da América I, ministrada pelo Prof. Mairon Escoral Valerio.
2. Organização politica
A organização hierárquica asteca tinha como já foi dito um tipo de imperador que de denominava sob o nome de Tlatoani que era o mais supremo dos cargos, e também o Ciuacoalt que é um tipo de ajudante do Tlatoani. Esses dois membros supremos da sociedade asteca tinham a representação nominal de “ as duas serpentes de plumas”
Tlatoani era o chefe tanto religioso quando militar, este posto não era hereditário, por isso quando necessário se reuniam os principais membros da sociedade asteca e se elegia um novo Tlatoani. Os Tlatoanis foram:
• Itzcoatl (1427-1439)
• Montezuma I (1440-1468)
• Axayacatl (1469-1485)
• Ahuizotl (1486-1502)
• Montezuma II (1503-1520)
• Cuauhtémoc (1520-1521)
Os astecas eram grandes conquistadores de territórios, e devido a essa expansão e crescimento com os deveres para o Tlatoani Montezuma I, foi necessário a implementação de outro cargo. Foi então que Montezuma I criou o cargo de Ciuacoalt, para que lhe auxilia-se a cuidar da sociedade asteca.
Na capital do Império asteca, o Tlatoani era um cargo mais representativo, enquanto o Ciucoalt era quem “colocava a mão na massa”.
Pode-se destacar que nesta organização de poder asteca, que no “grande conselho”(formado pelos membros mais importantes da sociedade asteca) era composto pelos Calpulli, e estes eram responsáveis pelas escolas astecas as chacalli, a elite de guerreiros águia e jaguar, as duas serpentes de plumas e os sacerdotes, estes alcançavam esse posto por mérito próprio sem nenhuma influencia politica ou social, por isso a indícios que até mesmo mulheres pudessem ter ocupado um espaço como sacerdotisas.
Este grande conselho era responsável por tomar decisões como, valor dos impostos , campanhas militares.
Nesta organização também havia os juízes que eram chamados de Uey Calpixqi, eram um tipo de magistrado, estes eram responsáveis por recolher os impostos para o Tlatoani. O clero também possuía um representante oficial, que era o Mexicalt Teohuatzin, este era escolhido pelas duas serpentes de plumas, e só poderiam ser escolhidos os membros sacerdotes. O Mexicalt era um subordinado de Tlatoani.
3. Mitos e religiosidades
O mito possui um espaço importante no imaginário, é uma forma de explicar e preservar a memória de um povo. Assim os mitos podem ser compreendidos como uma construção cultural mais efetiva para compreender e passar experiências humanas.
Segundo Lévy-Strauss nos mitos muito fatos pode ocorrer, pois estas não possuem uma norma lógica de continuidade no decorrer dos acontecimentos. No entanto quando de depara com mitos de uma determinada sociedade, vê-se que eles mesmo sendo “antigos” estão presentes na cultura, dessa forma toda a organização no caso do povo asteca se permeia através dos mitos e a repetição deles através de ritos repetitivos e resignificados a seu modo.
O povo asteca fora um povo conquistador que visava a expansão de seu território e povo, com isso a população asteca entrou em contato com muitas outras culturas, e com a aproximação incorpora elementos das demais na sua própria cultura. mas não foram apenas as conquistas que fizeram com que os astecas se apropriassem de costumes ritos e mitos, mas também da herança cultural deixada pelos povos que antecederam os astecas como os Olmecas os Toltecas.
Os Toltecas, por exemplo, habitavam o Vale Central do México, desenvolveram a agricultura, e também parte de sua cultura espiritual, a qual os astecas herdaram. Essa herança religiosa contribuiu para a formação e a identidade do povo asteca.
Os astecas eram politeístas, cultuavam a vários deuses ou divindades, a espiritualidade asteca inicialmente foi dedicada ao culto astral, mas também pode-se destacar outros elementos os quais faziam parte do conjunto religioso asteca como: o animismo, que refere-se a elementos da natureza e do cosmos que possuem “ânima”, ou seja vida, energia. Isso tudo esta ligado a religiosidade e a mitologia astecas.
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