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Resenha - A Agonia da Idade Média

Por:   •  8/8/2016  •  Resenha  •  2.073 Palavras (9 Páginas)  •  845 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE HISTÓRIA

Resenha

MICHELET, Jules. A agonia da Idade Média. São Paulo: EDUC, 1992.

Belém/PA - 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE HISTÓRIA

Resenha

MICHELET, Jules. A agonia da Idade Média. São Paulo: EDUC, 1992.

Discente: Lázaro da Costa Quaresma Neto

Matricula: 201508640056

Belém/PA – 2016

“A agonia da Idade Média.” São Paulo: EDUC, 1992 de Jules Michelet.

Através de um conhecimento adquirido em sala de aula, podemos afirmar que Jules Michelet, foi um historiador francês que escrevia seus textos em forma de romance, nascido no ano de 1798 no final da revolução francesa marcado pela transição da Idade Média para a Modernidade, e que seus estudos contribuíram para a historiografia Francesa.

 “Michelet (Jules), historiador francês, nascido em Paris. Suas opiniões liberais ocasionaram por duas vezes suspensão de seus cursos no Collège de France. Em sua História da França e sua História da revolução, conseguiu realizar uma verdadeira ressurreição de nossa vida nacional (1798-1874)”. (Petit Larousse ilustre, 1906-34 citado por BARTHES, Roland p. 11, 1991).

Vindo de uma família de artesões, seu pai era tipográfico, teve uma vida modesta onde a revolução francesa facilitou seus estudos, que completou seus estudos secundários no liceu Charlemagne, Bacharel, Licenciado e Doutor em Letras, se tornou também presidente do arquivo público da França, chegando a ser considerado um pequeno-burguês liberal.

“Ele esperava o Renascimento como elemento de ruptura. Michelet era um historiador que retornava e entrava na vida do passado para entendê-la, ele tinha sede de viver esse passado e compreendê-lo. E para escrever a história da França, para descobrir os arquivos, para reanimá-los e explorá-los seriam necessários poetas e não guardiões e foi isso que ele foi. Ele foi grande poeta, o maior lírico histórico do nosso século XIX, que fez com que os arquivos reentrassem na vida.” (ALBURQUERQUE, Márcia, site http://cafehistoria.ning.com/, 2008).

Suas obras como “Origens do direito Francês”, “História Romana: república” “O povo”, “Do padre, da mulher e da família”. Estas obras, e principalmente as Origens do direito francês, são escritas na primeira pessoa, ou seja, num estilo conciso e enérgico, capaz de dar vida aos assuntos do passado em uma narrativa, outros autores o chamam “ressurreição". Entre outras a sua maior obra “História da França”, este que ganhou nove volumes, e foram necessários trinta anos para que fosse terminado, sofrendo várias organizações e que marcaram o historicismo na França.

“Oliveira (1997) também escreve sobre Michelet e o destaca como um historiador que sempre esteve envolvido com as ações de seu tempo. Por isso, explica que, no período em que Michelet viveu, duas correntes teóricas e políticas de 89. Na França destacava-se que os românticos tinham sido os primeiros a valorizar e recuperar esta época de turbulência como um período positivo para formação da nação.” (PEREIRA, Jaqueline Nunes, OLIVEIRA, Terezinha, p. 2, 2007).

O romantismo em seus textos faz que o leitor faça uma viagem ao passado, para tentar compreender melhor a época por ele estudada, explorando os documentos a proposta é fazer uma interpretação através da imaginação. “Michelet é um necromante, diz Jacques Le Goff, que amava os mortos para trazê-los de novo à vida, não como fantasmas ou fragmentos arqueológicos de um remoto passado, mas como homens reais encerrados nas pedras e documentos. Enfim como ele próprio se intitulava, era um ressuscitador.” (p. 7).

Michelet destaca a Idade Média em vários períodos onde é possível destacar três, a primeira titulada “Idade Média do encantamento” a bela Idade Média até suas desgraças e horrores, a segunda Idade “Média geográfica material” repleta de desordem física e mental e por fim “A agonia da Idade Média” a mais sombria de todas.

Nesta obra de Michelet seria marcada pelas trevas, desde a rebeldia de Lutero até à ousadia de Colombo. Ele é levado pelo anticlericalismo fazendo a exaltação ou a compreensão do cristianismo perder toda importância tornando-se uma força civilizatória repressora e castradora. “A Idade Média se tornou um horror para Michelet, um horrendo espectro que o perseguia do fundo de um passado, que incessantemente matava o futuro, a história que havia matado o presente.” (p. 11).

Na visão historiográfica, temos um historiador que através do seu estudo, de seus questionamentos, argumentações e filosofia acorda diante uma Idade Média onde tudo é ambíguo e nada é claro, acreditando que o mundo medieval era um mundo doente e que estava cego. “Avançando pelos silêncios da história, Michelet é um precursor, um homem de arquivos que trocava a serenidade e aridez “científicas”, pela prosa colorida e apaixonada.” (p. 13).

        Jules Michelet dedica dez anos de sua vida em estudos sobre a Idade Média, intitula “dez anos à Revolução” nesta obra ele irá reunir um conjunto, situar duas histórias, a da Renascença e da era moderna, na página 17 diz que a obra não foi feita para afligir moribundos, e sim um apelo às forças vivas. “A história, que não é senão o conhecimento da vida, devia vivificar-nos; ao contrário ela nos enfraqueceu, fazendo-nos acreditar que o tempo é tudo, e a vontade, pouca coisa.”  (p. 17).

        O autor nesta obra aborda apenas o lado sombrio da Idade Média e em suas outras obras ele tenta a abordagem de um modo totalitário. “A agradável palavra Renascença não evoca aos amigos do belo senão o advento de uma nova arte e o livre desenvolvimento da fantasia. Para o erudito, é a renovação dos estudos da Antiguidade; para os legistas o dia que começa a brilhar sobre o dissonante caos de nossos velhos costumes”. (p. 19).

O autor afirma que, no século da Renascença através do pensamento de diversos filósofos o homem faz descobertas do mundo, do céu, da terra e se encontra no mundo e consigo mesmo. “(...) ele aprendeu em seu mistério moral. Perscrutou as bases profundas da natureza. Começou a fundar-se na Justiça e na Razão.” (p. 20).

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