Resenha Maquiavel o Príncipe
Por: lospinet • 27/9/2019 • Resenha • 1.323 Palavras (6 Páginas) • 218 Visualizações
Resenha do livro "O Príncipe", de Nicolau Maquiavel.
Nicolau Maquiavel nasceu em Florença em 3 de maio de 1469, e morreu em 22 de junho de 1527. Nota-se que Maquiavel está inserido no contexto histórico do renascimento italiano. Aos 29 anos, Maquiavel ingressou no cargo de secretário da segunda chancelaria, este era um dos órgãos auxiliares da senhoria, e encarregado das guerras e da política interna. Maquiavel esteve nesse posto durante 14 anos. Sendo assim, fortemente ligado às políticas do regime vigente e com claras influências do período clássico, Maquiavel fez grandes observações que contribuíram para o postulado de seu pensamento. Em 1512, com o fim da república, perdeu seu cargo, foi preso e torturado, sendo, posteriormente, exilado.
Maquiavel viveu no período de transição do século XV para o século XVI, a Idade Média acabara há pouco tempo, e, portanto, presenciou diversas transformações sociais que perpassaram àquele período. Uma das principais mudanças seria quanto a ascensão da Burguesia, essa influenciando várias outras, como o surgimento das rotas comerciais e feiras, o que acaba desencadeando em uma classe média não nobre. E para que se estabelecesse essa nova mentalidade econômica, foi-se necessário a desvinculação com a igreja católica, e então, sabe-se que a reforma protestante foi crucial para esse processo. Na Itália, a igreja era muito forte, e isso fez com que os movimentos que circundavam a Europa não penetrassem de maneira tão sólida naquela região, porém surge com força outro movimento: o Renascimento. A burguesia encontra na mudança cultural o que precisava, trazendo de volta o valor da razão por meio dos mecenatos, propiciando assim, um novo desenvolvimento intelectual, que entrara em choque com os valores da igreja e do período medieval.
Portanto, somando a crise pela qual estava passando a república de Florença, é este o contexto que Nicolau Maquiavel vai escrever sua obra "O Príncipe", sendo a obra, também, uma espécie de aconselhamento.
No livro, Maquiavel, mesmo seguindo a ideia de um manual, acaba por romper com os escritos medievais, uma vez que, ao compararmos com o espelho de príncipe de S. Tomas
de Aquino, percebemos a Igreja sendo retirada do papel de levar aos homens governados a virtude. Para Maquiavel, os príncipes deveriam fazer isso, e não a Igreja, ou seja, retira-se a moral cristã da jogada.
No primeiro capítulo do livro, "Quot sint genera principatuum et quibus modis acquirantur", Maquiavel apresenta a maneira de se identificar, criar e classificar os tipos de domínio (principados ou repúblicas; novos ou anexos; subordinados ou livres; atráves da guerra, da fortuna ou da virtú).
Já no segundo capítulo, o autor vai se ater à questão dos principados hereditários: Neste, os príncipes teriam muito menos dificuldade para governar do que nos principados novos, já que os costumes já estariam consolidados, portanto, há aqui uma naturalização da monarquia, o que acarreta numa facilidade para governar, uma vez que o príncipe precisaria apenas manter a ordem dos seus antepassados, e atualiza-las quando necessário.
Quanto aos principados mistos, assunto do terceiro capítulo, Maquiavel aponta que acerca desses há uma dificuldade natural para governar, e o melhor meio para conservar sua conquista, seria acabar com a dinastia do antigo regime e não alterar leis. Entretanto, seria necessário ser muito afortunado para lidar com as dificuldades com relação ao fato de diferentes regiões, por vezes, possuírem línguas, costumes e instituições diferentes. O outro meio possível, seria por meio da fundação de colônias, pois estas nada custam, são mais fiéis e menos ofensivas. Mantendo-se tropas em vez de colônias, gasta-se muito mais, e então, a conquista se transforma em prejuízo. Em síntese, a ideia é, que se pondo como defensor dos vizinhos mais fracos, tornar mais fracos os poderosos e não deixar que entre naquela região outro conquistador tão poderoso quanto o novo príncipe. Então, nesse modelo de principado, se faz necessário o apoio da população e um exército forte, tanto para expansão do território quanto para manter aquele que já tomara.
Estes principados novos podem ser conquistados através das armas e da fortuna de outros, porém é necessário que se tenha virtú para governar, ao passo que, somente vontade e fortuna não garantem a permanência do príncipe no poder.
Outros meios de chegar ao principado podem ser os atos criminosos, ou por meio de favores de seus concidadãos: principado civil. O primeiro se daria através da violência, ferramenta que traz poder, porém não necessariamente virtú para governar.
O principado civil pode ser conduzido de duas maneiras, a favor do povo ou a favor dos grandes. Os principados chegam ao poder com mais dificuldade quando isso se dá pela ajuda popular, entretanto se mantêm com mais facilidade se comparado a uma segunda maneira,
que seria por meio
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