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Resenha Nicolau Maquiavel

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Por:   •  12/9/2014  •  3.312 Palavras (14 Páginas)  •  663 Visualizações

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Introdução

Maquiavel foi um cientista político, talvez o primeiro e o espetáculo dos costumes políticos que descrevia não era agradável, mas ele os reproduzia exatamente sem aperfeiçoar a realidade. A sociedade de convivência de Maquiavel foi marcada pelos conflitos entre o poder divino (Igreja) e o poder temporal (Estado), pelo processo de ascensão do capitalismo: mercantilismo, e principalmente pela Itália não ter realizado a unificação nacional, sendo um conglomerado de pequenas cidades, estados rivais, disputados pelo Papa, Alemanha, França e Espanha. Pela primeira vez a política é mostrada com esfera autônoma da vida social, pois não é pensada a partir da ética nem da religião rompendo com os antigos e com os cristãos, como também não é pensada no contexto da filosofia, passando a ser campo de estudo independente. Política é a forma de conciliar a natureza humana com a marcha inevitável da história: envolve fortuna e virtu. Maquiavel não define Estado, mas inferiu-se que percebe o Estado como poder central soberano que se exerce com exclusividade e plenitude sobre as questões internas e externas de uma coletividade, pois o Estado está além do bem e do mal: o Estado é.

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2. Vida

Nicolau Maquiavel nasceu em Florença no dia 3 de maio de 1469.Filho de uma família que não era nem aristocrática nem rica, cujo pai era advogado que como um típico renascentista, era um estudioso das humanidades, tendo se empenhado em transmitir uma aprimorada educação clássica para seu filho. Maquiavel herdou do pai o amor aos livros; e da mãe,

mulher religiosa e não privada de cultura, a fantasia poética. Aos sete anos iniciou o estudo do latim, mas não chegou a aprender o grego. Passou sua infância e adolescência interessado nos problemas de seu tempo, participou ativamente da política de Florença, amadurecendo sua inteligência no convívio dos livros do pai e pela observação intensa de seu próprio tempo. Com 29 anos, tornou-se secretário da 2ª chancelaria uma espécie de ministério da República de Florença, encarregado de assuntos diplomáticos, dos problemas internos e das questões bélicas. Realizou várias missões diplomáticas de importância,

envolvendo França, Alemanha, os estados papais e diversas cidades italianas como Milão, Pisa e Veneza. Seus relatórios demonstravam as excepcionais qualidades de lucidez, agudez, concisão verbal e lógica de argumentação que caracterizam suas análises políticas posteriores. A política esteve sempre no centro de suas preocupações refletida em uma obra muito vasta. Todo seu trabalho visava à Itália, a aspiração do povo italiano em criar uma nação moderna e poderosa e a unificação política. Maquiavel considerava os fatores morais, religiosos e econômicos que operavam na sociedade como força, que um

governante hábil poderia e deveria utilizar para

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construir um estado nacional forte, legitimo seria o governo que realizasse a aspiração do povo. Assim O príncipe deveria ser capaz de estender seu domínio sobre toda as cidades Italianas acabando de vez com a discórdia. Em 1502, Maquiavel casa-se com Marietta di Lodovico Corsini, com quem teve quatro filhos e 2 filhas. Em 1510, inspirado por sua leitura sobre a história romana, organizou uma milícia civil da República de Florença.

Em agosto de 1512, um exército espanhol entra na Toscana e saqueia Prato. Aterrorizados, os florentinos depuseram seu governante Pier Soderini, a quem Maquiavel caracterizou como "bom, porém fraco", e permitiram a volta da família Médici ao poder. Com a brusca interrupção do governo italiano e com a retomada do poder pelos Médicis, Maquiavel é demitido, torturado, preso e obrigado a pagar uma pesada multa. Ele livra-se da prisão e é impedido de retomar sua profissão, passando a morar com a família na propriedade rural perto de São Cassiano que herdara do pai e avós. O ostracismo político avivará sua criatividade intelectual, ele passa a escrever suas obras como O príncipe; Os discursos sobre a 1ª década de Tito Lívio; o livro sobre a história da guerra e por último sua história em Florença. Com as sucessivas mudanças de governo, Maquiavel passa a prestar serviços esporádicos. Em 1527, com a queda do Médici e a restauração da república, Maquiavel que achava estarem findos os seus problemas, viu-se identificado por jovens republicanos como alguém que tinha ligações com tiranos depostos. Então se viu vencido, suas forças esgotaram-se. Foi à gota d'água que faltava. A republica considerou-o seu inimigo.

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Desgostoso, adoeceu. Rodeado pelos amigos, guarda o bom humor habitual, morrendo no dia 21 de junho de 1527. Mesmo depois de morto Maquiavel foi posto no Index pelo Conselho de Trento, o que o levou desde então ser objeto de excreção dos moralistas.

Rosseau em o Contrato Social afirma: Maquiavel, fingindo dar lições aos príncipes, deu grandes lições ao povo. Nicolau fala ainda da virtude e da fortuna. A virtude e algo fundamental para se conseguir a fortuna, que para ele nada mas é que uma Deusa boa e ainda diz que a virtude é necessária para se manter no poder, poder este que se funda na força. Maquiavel ao escrever sua principal obra, O Príncipe, criou um "manual da política" que pode ser interpretado de muitas maneiras diferentes. Talvez por isso sua frase mais famosa "Os fins justificam os meios" seja tão mal interpretada. Em O Príncipe, é expresso nitidamente os seus sentimentos e desejos de ver uma Itália poderosa e unificada. Expressa também a necessidade não só dele mas de todo povo italiano de um monarca com pulso firme, determinado que fosse um legítimo rei e que defendesse seu povo sem escrúpulos e nem medir esforços. Para Maquiavel, como renascentista que era, quase tudo que veio antes estava errado. Incluindo os pensamentos e as idéias de Aristóteles. Ao contrário deste,

Maquiavel não acreditava que a prudência seja o melhor caminho. Para ele, a coerência está contida na arte de governar.

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3. Obras

Em O príncipe Maquiavel mostra a sua preocupação em analisar acontecimentos ocorridos ao longo da história, de modo a compará-los à atualidade de seu tempo. O Príncipe consiste de um manual prático dado ao príncipe Lorenço de Médici como um presente, o qual envolve experiência e reflexões do autor. Inicia com a dedicatória de Maquiavel a Lorenço de Médici, na esperança

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