Resenha do Livro: O Processo Civilizador
Por: tpsthiago • 9/9/2015 • Resenha • 419 Palavras (2 Páginas) • 457 Visualizações
Thiago Pedro da Silva
RA 1157928
Polo – Campo Grande / MS
Relatório de Livro
Livro O Processo Civilizador (ELIAS, N./Zahar/1990) v.1.
No primeiro volume do livro O Processo Civilizador, Norbert Elias trata especificamente da mudança nos costumes da sociedade europeia que se processa entre os séculos XIII e o século XIX. Este período desenvolve-se aquilo que ficou conhecido como sociedade de corte. O final do período estudado, já no século XIX, tem o início da sociedade burguesa, que conhecerá ao longo do século XX um novo processo de mudança nos costumes. Mas além de tratar da história desta mudança, Elias estuda o processo por meio do qual as mudanças se processam. Este processo de mudança nos costumes ocorrido ao longo deste período pode ser descrito como o avanço do processo civilizador. A sociedade européia, altamente refinada do século XIX, não chegou àquele grau de refinamento rapidamente, mas gradualmente. Alguns dos costumes do final da Idade Média seriam considerados como bárbaros pelos europeus do século XIX. Isto inclui desde o modo de se portar à mesa, o uso dos talheres, o modo como os alimentos são preparados e até o comportamento em relação às funções corporais.
Norbert fala e destaca o livro: De civilitate morum puerilium de Erasmo. Elias destaca que este livro tem como objetivo a função de cultivar sentimentos de vergonha. Erasmo fazia isso por meio de referências à onipresença dos anjos, usada para justificar o controle de impulsos aos quais a criança está acostumada. O processo civilizador, ou seja, que molda os costumes que mais tarde caracterizariam um homem como civilizado, polido, cortês, são moldados por meio do despertar da ansiedade nos jovens, a fim de adequá-los ao padrão de conduta social desejado na época.
O autor destaca também que neste período da idade média, outras instituições sociais tem um papel importante no controle dos impulsos da criança. Segundo ele, os pais são apenas os instrumentos, amiúde inadequados, os agentes primários do condicionamento.
A diferença entre o comportamento dos adultos e crianças era menor que nas fases posteriores. Com o avanço da civilização, segundo o autor, é possível perceber um prolongamento da infância. O processo de controle dos impulsos é condicionado através de sua associação aos sentimentos de embaraço, medo, vergonha e culpa, fazendo com que o comportamento desejável pareça à mente dos indivíduos resultado de seu livre arbítrio e se de interesse de sua própria saúde ou dignidade humana. A ideologia do livro não é julgar o processo civilizatório, mas destrinchá-lo e trazer à luz sua relação com o comportamento e os costumes.
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