Resenha sobre o Populismo na America Latina
Por: Euznr • 2/8/2021 • Resenha • 1.282 Palavras (6 Páginas) • 417 Visualizações
PRADO, Maria Lígia. O populismo na América Latina. 6. ed. Nova Friburgo:
Brasiliense. 1981.
O apogeu do populismo na América Latina
Para quem se interessa por política e seus fenômenos históricos, não pode deixar de contemplar a obra de Maria Ligia Prado, “O populismo na América Latina” (Nova Friburgo: Brasiliense, 1981, 6º ed.) da coleção Tudo é História da editora Brasiliense. Maria Ligia Coelho Prado é professora e historiadora brasileira, especializada em História da América Latina, autora de diversas obras sobre o tema, com enfoque especial sobre o século XIX.
O livreto possui 83 paginas e contém introdução, dois capítulos, conclusões, indicações de leituras e outras informações. A leitura é de fácil compreensão, sendo o contexto um tanto resumido, mas é valido. No inicio a autora trata de uma breve introdução das analises acadêmicas prévias sobre o populismo latino-americano, referindo-se a autores como Gino Germani e Francisco Weffort, ela analisa as experiências do populismo no México e na Argentina, para compreender o significado desses fenômenos a partir da historiografia desses países. Antes de iniciar o assunto mais profundamente ela cita alguns exemplos de populismo que aconteceram na Rússia e nos Estados Unidos da América.
No primeiro capitulo Maria Ligia, apresenta como foi o populismo Mexicano, tendo como ator principal Lázaro Cárdenas, que chegou ao poder através de eleições (PNR) em 1934-40. A autora discorre sobre o processo histórico mexicano a partir da Revolução Mexicana de 1910- 20, para que se consiga compreender as especificidades desse movimento. Com tudo, ela irá fazer algumas rápidas considerações sobre esse período, ressaltando a presença de organizações camponesas, como o exercito de esfarrapados, durante o processo de independência..
Considerado um “Homem de seu tempo” Cárdenas tomou medidas econômicas e sociais que visavam simultaneamente superar a crise e o crescimento das forças produtivas capitalistas. Seu governo se distingui dos demais por dinamizar a reforma agraria, através do “ejido”, a criação do Banco Nacional de Credito Ejidal. Com isso, vai desenhando o perfil do governo populista mexicano. O Estado cadernista estimulou o desenvolvimento capitalista do México, sua proposta fundamental era fazer cumprir a Lei da Constituição de 1917,tendo ainda reforçados pela Lei Federal do Trabalho, onde os direitos dos operários estavam garantidos, em relação a mudanças econômicas na indústria que despontava como um setor cada vez mais dinâmico.
Com a reformulação do PNR , que se revestia da maior importância para a institucionalização das reivindicações populares, Cárdenas conseguiu fortalecer um laço inquebrantável entre o partido e as organizações de trabalhadores. O apoio das massas populares ao regime cadernista foi entusiasta e permanente.” Para Cárdenas toda a sociedade deveria cooperar para que se atingisse o progresso do México”, tendo como meta ideal para o cardenismo.
No segundo capitulo intitulado ”O Populismo Argentino”, foi discutido sobre o movimento do peronismo, que causou uma dicotomia entre as classes, sendo muito controverso e polêmico. Sua ascensão ocorreu no segundo golpe Militar no país, que levou o Grupo de Oficiais Unidos (GOU) ao poder na Argentina em 4 de novembro de 1943, liderado pelo General A. Rawson, substituído pelo General P.P. Ramirez. O coronel Juan Domingo Perón, era parte desse grupo, e conseguiu através da recém criada Secretaria de trabajo y Previsión, se tornar vice presidente da Republica e Ministro da Guerra. E foi nessa Secretaria que ele estreitou os laços com a classe trabalhadora e os sindicalistas na Argentina.
Durante o peronismo, Perón fez muito mais do que o contato com as centrais sindicais. Ele promoveu uma série de benefícios para os trabalhadores argentinos, o aumento de sindicatos, as leis trabalhistas que eram rigorosamente seguidas, havia obras assistenciais dos sindicatos e principalmente da Fundação Eva Perón. No quesito econômico, encontrou uma situação razoavelmente favorável, afinal, as reservas cambiais da Argentina estavam abastecidas, por causa da Guerra. Então, por causa da crise na área da agricultura, ele decidiu reforçar o investimento industrial, o que garantiu o crescimento dessa área Por outro lado, não agradava as classes dominantes por conta das Medidas Sociais, desenvolvidas por ele na Secretaria de trabajo y Previsón, também fazia parte da oposição os socialistas e comunistas que foram afetados, classificando-o como fascista.
No dia 19 de setembro de 1945, realizava a “Marcha de la Constitución y la Libertard” para a destituição de Perón, com participação de estudantes, profissionais liberais, comerciantes e a classe media em geral, porém sem o apoio dos trabalhadores que eram apoiadores de Perón. O resultado dessa pressão social foi a renuncia de Perón em 8 de outubro de 1945, tendo como represália sua prisão no dia 12 de outubro, sendo enviado para a ilha de Martin Garcia. No dia
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